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sexta-feira, 9 de julho de 2010

Alagoanos pelo Limite da propriedade de terra


Entidades estaduais lançam campanha para fortalecer plebiscito nacional


Em defesa da justiça no campo, várias entidades Alagoanas lançam na próxima quarta-feira, 07, a Campanha pelo Limite da Propriedade da Terra: em defesa da reforma agrária e da soberania territorial e alimentar. A partir das 8h30, na sede da OAB-AL, os professores Sávio Almeida e Cícero Albuquerque realizarão palestras sobre o assunto e sua importância para a sociedade. A reunião deve ter como foco principal o plebiscito Popular pelo limite da propriedade da terra, que será realizado entre os dias 01 e 07 de setembro.
Cada cidadã e cidadão brasileiro será convidado a votar entre os dias 01 e 07 de setembro, durante a Semana da Pátria, junto com o Grito dos Excluídos, para expressar se concorda ou não com o limite da propriedade. O objetivo final é pressionar o Congresso Nacional para que seja incluída na Constituição Brasileira um novo inciso que limite a terra em 35 módulos fiscais, medida sugerida pela campanha do FNRA. Áreas acima de 35 módulos seriam automaticamente incorporadas ao patrimônio público e destinadas à reforma agrária.
A iniciativa pretende fortalecer uma campanha do Fórum Nacional pela Reforma Agrária e Justiça no Campo (FNRA), que já existe nacionalmente desde o ano 2000, uma ação de conscientização e mobilização da sociedade brasileira.
A CUT destaca a importância da participação dos líderes do movimento sindical nessa campanha, contra o latifúndio e em defesa da reforma agrária. O momento é de união de todos os trabalhadores em defesa da justiça no campo. O plebiscito é uma oportunidade única de provar que a maioria do povo brasileiro é a favor da reforma agrária, e o movimento sindical tem força suficiente para mobilizar suas bases e incentivar a discussão em todos os campos da sociedade.Por que limitar as propriedades de terra no Brasil?
Porque a pequena propriedade familiar, segundo dados do Censo Agropecuário do IBGE 2006:
• Produz a maior parte dos alimentos da mesa dos brasileiros: toda a produção de hortaliças, 87% da mandioca, 70% do feijão, 46% do milho, 38% do café, 34% do arroz, 21% do trigo; 58% do leite, 59% dos suínos, 50% das aves.
• Emprega 74,4% das pessoas ocupadas no campo (as empresas do agronegócio só empregam 25,6% do total.)
• A cada cem hectares ocupa 15 pessoas (as empresas do agronegócio ocupam 1,7 pessoas a cada cem hectares).
• Os estabelecimentos com até 10 hectares apresentam os maiores ganhos por hectare, R$ 3.800,00.
Enquanto a concentração de terras no latifúndio e grandes empresas:
• Expulsa as famílias do campo, jogando-as nas favelas e áreas de risco das grandes cidades;
• É responsável pelos conflitos e a violência no campo. Nos últimos 25 anos, conforme a Comissão Pastoral da Terra (CPT):

o 1.546 trabalhadores foram assassinados e houve uma média anual de
o 2.709 famílias expulsas de suas terras!
o 13.815 famílias despejadas!
o 422 pessoas presas!
o 765 conflitos diretamente relacionados à luta pela terra!
o 92.290 famílias envolvidas em conflitos por terra!
• Lança mão de relações de trabalho análogas ao trabalho escravo. Em 25 anos 2.438 ocorrências de trabalho escravo foram registradas, com 163 mil trabalhadores escravizados.

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