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domingo, 25 de julho de 2010

Venezuela X Colômbia: quem perde, quem ganha?


Principalmente a partir de novembro de 2009, a crise entre Venezuela e Colômbia está completamente aflorada desde que os dois países seguiram caminhos distintos, um em oposição aos Estados Unidos, outro em aliança ao país do Norte.

Álvaro Uribe vê Hugo Chávez como uma ameaça a seu plano de reduzir os índices de violência no país assolado há décadas pelos combates entre narcotraficantes, fortemente ligados ao poder, e as guerrilhas. Chávez, por sua vez, vê Uribe como uma ameaça militar devido à estreita relação com os Estados Unidos e que oficializaram a presença de seus soldados no território colombiano.

O que está em jogo são projetos distintos de concepção das relações sul-americanas. Chávez tenta, utilizando um pouco de retórica, evitar que um país muito forte, hostil a ele, com um projeto bastante diferente, seja uma ameaça. Não só ele, na verdade, mas nenhum país sul-americano tem interesse em presença militar muito forte dos Estados Unidos.De um lado, os Estados Unidos gostariam de ver a assinatura de tratados de livre comércio (TLCs) com o subcontinente e têm para isso a Colômbia como grande aliada. De outro, o Brasil gostaria da integração sul-americana sem a presença estadunidense, e é essa a visão que interessa à Venezuela.

Nesse aspecto, é importante destacar que Colômbia e Venezuela têm balanças comerciais fortemente dependentes e complementares.

No início dos anos 90 Colômbia e Venezuela estabeleceram uma zona de comércio livre no âmbito da Comunidade Andina de Nações (CAN). O comércio bilateral tem sido impulsionado, desde a criação da zona de comércio livre.

Venezuela gerou superavits consecutivos com a Colômbia de 1993 a 1998, a partir deste ano até 2003, o resultado de excedentes foi alternadamente partilhado entre os dois países. No último período de 2004-2009, o resultado da balança comercial binacional virou deficit para a Venezuela em grande parte porque as importações aumentaram significativamente, enquanto que as exportações para a Colômbia foram reduzidas.

Atualmente, a Colômbia é o segundo destino das exportações não-petrolíferas da Venezuela. Os produtos vendidos ao país vizinho foram de produtos de ferro, aço, alumínio à produtos químicos.

Em relação às importações, houve um aumento acentuado das importações provenientes da Colômbia desde 2004. O país vizinho tem sido o segundo maior fornecedor de mercadorias estrangeiras à Venezuela desde o acordo de livre comércio e, particularmente, tem sido importante no fornecimento de commodities agrícolas e produtos manufaturados, esse tipo de bens representam 78,4% das importações venezuelanas.

Os itens mais relevantes são: carne bovina, cacau, chocolate, produtos de confeitaria e leite, produtos têxteis, como vestuário, couro e de fiação e tecelagem, bem como sapatos, sabão e detergentes, plásticos, produtos químicos, entre outros. 25% das importações venezuelanas são de origem colombiana, enquanto que as exportações colombianas para Venezuela representam 20% das receitas comerciais internacionais.

Neste sentido, do ponto de vista das relações comerciais, ambos os países perdem, pois enquanto a Venezuela, ainda completamente dependente do petróleo, necessita dos produtos colombianos; a Colômbia necessita das aquisições venezuelanas para manter superavits comerciais.

Do ponto de vista político, no subcontinente sul-americano, a Colômbia sairá perdendo, uma vez que, a política implementada por Álvaro Uribe só encontra simpatia na América do Sul com seu colega peruano Alan Garcia.

Já Hugo Chávez, tanto do ponto de vista político, quanto das relações comerciais, possui muito mais aliados sul-americanos, além do que, a Venezuela está completamente integrada ao MERCOSUL, faltando somente, aprovação do parlamento paraguaio. Os potenciais exportadores à Venezuela, para suprimir a deficiência das importações colombiana são por ordem; o Brasil e a Argentina.

A tensão entre Venezuela e Colômbia deverá ser diminuída no período próximo; primeiro, pela posse do Presidente eleito no próximo mês; segundo, pela intermediação do Brasil e da UNASUL (União de Nações Sul-Americanas) e, por fim, pela interdependência comercial entre os países.

(Foto: AFP)

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