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quinta-feira, 14 de outubro de 2010

Queimadas triplicaram no Cerrado em 2010


De acordo com dados do Inpe – Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais, o Cerrado brasileiro foi o bioma mais afetado pela seca neste ano. Entre maio e setembro, foram registrados 57,7 mil focos de queimadas, 350% a mais que o verificado no mesmo período de 2009. O número recorde nos últimos cinco anos provocou danos severos à vegetação e elevou as emissões de gases efeito estufa na região.

Os estados mais atingidos foram Mato Grosso, Tocantins e Goiás. Muitos parques nacionais que resguardam boa parte do que resta da vegetação de cerrado sofreram com o fogo. O parque nacional das Emas, em Goiás teve 90% de sua área queimada, enquanto os parques nacionais de Brasília, no Distrito Federal, e do Araguaia, em Tocantins, perderam 40% de mata, e o Serra da Canastra, em Minas Gerais, 35%. Segundo a ONG ambientalista WWF-Brasil, as queimadas e os incêndios durante a seca no Cerrado se devem "quase que totalmente à mão do homem" e acontecem para renovação forçada de pastagens naturais voltadas para a alimentação de rebanhos e também pela expansão de áreas de cultivo que demandam limpeza de áreas antes ou após desmatamentos.

Além de degradarem a flora local, prejudicando a sobrivência de espécies animais características da região, as queimadas e os desmatamentos contribuem para o aumento da concetração de CO2 na atmosfera. Entre 2002 e 2008, as emissões médias anuais de gases de efeito estufa do Cerrado foram de aproximadamente 232 milhões de toneladas de CO2, segundo o governo federal. O desmatamento ainda é a maior fonte de emissões no Brasil.

A secretária-geral do WWF-Brasil, Denise Hamú, lembra que as mudanças climáticas aumentam a tendência de mais dias sem chuva e de agravamento do quadro de queimadas no Cerrado nos próximos anos. "Daí a importância de políticas públicas permanentes e efetivas para a proteção, recuperação e aproveitamento sustentável do bioma, que já perdeu metade de sua vegetação original", afirma.

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sexta-feira, 8 de outubro de 2010

Geografia do voto


Veja o desempenho dos candidatos nas eleições 2010 (direito), município por município, e compare com os mapas de 2006 (esquerdo).
http://www.estadao.com.br/especiais/geografia-do-voto,120705.htm
Diga-se de passagem, um ótimo trabalho desenvolvido pelo ESTADÃO, que quando quer SER APENAS UM JORNAL, cuja função é INFORMAR, dá prazer acessar.



Resultado da Eleição - 1º Turno 2006

* GERALDO ALCKMIN

39.968.369 (41,635%)

* LULA

46.662.365 (48,608%)

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Resultado da Eleição - 1º Turno 2010


* DILMA

47.651.434 (46,91%)

* JOSÉ SERRA

33.132.283 (32,61%)Pelo que se pode notar nos números acima, O PSDB precisa reconquistar
7 MILHÕES de votos somente para se tornar tão competitivo como em 2006.

Para ganhar, outros 10 MILHÕES além do número mencionado anteriormente...

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Aborto: porque a sociedade foge deste debate?


Segundo avaliações feitas pela coordenação de campanha da Dilma, de que as manifestações injuriosas feitas por setores ultra-consevadores da sociedade brasileira, das Igrejas Católicas, Evangélicos, Clube Militar (onde estão os torturadores do Regime Militar) e, prestem a tenção, a TFP (Tradição Família e Propriedade), dizendo que a candidadta do PT é "favorável" ao aborto, é que levou a eleição ao segundo turno.

Fora a questão - grave - da campanha difamatória, o assunto não pode, ou não poderia, ser debatido como uma questão eleitoral (ou eleitoreira).

Deve ser travada uma ampla discussão, em um momento oportuno, com TODA a sociedade, não somente no Brasil, mas em todo o mundo.Eu, Mario Rangel, não sou a favor do aborto.

Acho que a vida humana deve provalecer sempre.

Mas não se pode ser ingênuo ou hipócrita e colocar o aborto como um tabú, muitas vêzes, a última porta de saída para a mulher. Não acredito que uma mulher faça aborto por fazer.

A discussão sobre um problema de saúde pública, deve ser enfrentado, por Dilma e Serra, sem misticismo.

As mulheres (leia AQUI) fazem aborto há centenas de anos, é o método contraceptivo mais antigo, por muitos considerado mais seguro e menos prejudicial à saúde do que a pílula. Desde que feito por um médico e em condições adequadas, óbvio.


A discussão que precisa ser travada sem descanso é o que fazer para que as mulheres parem de morrer por abortar em casa, usando agulhas de tricô, ou em consultórios podres, nas mãos de açougueiros. Esta sim é uma questão séria, de saúde pública, para a qual todos, repito, todos os governos viram as costas.

Por medo de tratar de um assunto que envolve questões morais e religiosas e com isso perder alguns currais eleitorais e apoios financeiros de empresários conservadores ligados a igrejas poderosas, os governantes estão deixando milhares de mulheres morrerem todos os anos. O aborto clandestino é a quarta causa de morte materna no Brasil. Das 87 milhões de mulheres que sofrem todo ano no planeta com o peso de uma gravidez indesejada, mais da metade aborta.

Das 46 milhões de mulheres que optam por abortar, 18 milhões o fazem em condições precárias, de forma insegura, insalubre, porque não têm recursos próprios e porque não há amparo legal para que esse procedimento seja realizado em hospitais públicos. Dessas 18 milhões de mulheres abandonadas por seus governantes, 70 mil morrem, ou no momento do aborto ou por infecções consequentes. São dados da Organização Mundial de Saúde (OMS), não foram inventados por mim, e são baseados em abortos relatados - o número concreto de abortos clandestinos ninguém sabe.

Esta discussão deve ser encarada sem medo, pois o medo é a arma da direita.

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domingo, 3 de outubro de 2010

Bancada de senadores do PT dobra de 8 para 16

A bancada de senadores do PT dobrou de 8 para 16 após as eleições deste domingo (3). O total ainda pode subir para 17, já o resultado de Rondônia, onde Fátima Cleide aparece em segundo lugar, está dependendo do julgamento da candidatura de Ivo Cassol (PPS) – enquadrado no Ficha Limpa.

Dois atuais senadores petistas, foram reeleitos Paulo Paim (RS) e Delcídio Amaral (MS). Conquistaram a vaga pela primeira vez Marta Suplicy (SP), Lindeberg Farias (RJ), Gleisi Hofman (PR), Valter Pinheiro (BA), José Pimentel (CE), Humberto Costa (PE), Wellington Dias (PI), Ângela Portela (RR) e Jorge Viana (AC).Digite aqui o resto do post

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PT volta ao governo gáucho com Tarso; Wagner (BA) e Deda (SE) estão reeleitos

O PT reconquistou o governo do Rio Grande do Sul neste domingo (3), com a eleição do ex-ministro Tarso Genro, e reelegeu os governadores Marcelo Deda (Sergipe) e Jaques Wagner (Bahia). Também está próximo de ser eleito no primeiro turno Tião Viana no Acre.

Para o segundo turno, o partido continua na disputa no Distrito Federal, com Agnelo Queiroz, e tem chances em São Paulo, com Aloizio Mercadante, e Pará, com a governadora Ana Júlia.

Entre os candidatos da base aliada, já estão eleitos Sérgio Cabral (RJ), Cid Gomes (CE), Eduardo Campos (PE) e Renato Casagrande (ES).
Digite aqui o resto do post

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sábado, 2 de outubro de 2010

EXCLUSIVO LULA RESUME O BRASIL QUE VAI ÀS URNAS


Dilma tem 55% dos votos válidos, mostra Vox Populi

"Acabou o tempo em que a casa grande dizia o que a senzala tinha que fazer, acabou"

( Leia nesta pág. a entrevista de Lula a Carta Maior e entenda porque a casa-grande de Serra e Gilmar Mendes tramou contra o voto da senzala; 02-10)
“Esquerda fez opção pela democracia na América Latina”

Em entrevista à Carta Maior, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva faz um balanço de oito anos de governo, aponta as conquistas e mudanças que esse período trouxe para o Brasil e para a América Latina e fala sobre o aprendizado que teve neste período a frente da presidência da República. Entre outros assuntos, aborda também a relação com os meios de comunicação e destaca o compromisso assumido pela esquerda na América Latina: "A esquerda fez uma opção pela democracia. "quem dá golpe não é a esquerda. Não foi ninguém de esquerda que deu o golpe em Honduras".

Redação - Carta Maior

Em entrevista concedida à Carta Maior e aos jornais Página/12 (Argentina) e La Jornada (México), na manhã desta quinta-feira, em Brasília, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva fez um balanço de seus oito anos de governo e as mudanças que esse período trouxe para o país e para a América Latina. Na conversa, entre outros assuntos, o presidente fala sobre o aprendizado que teve neste período - Quando você está no governo, você não pensa, você não acha e você não acredita; você faz ou não faz. E o governo é um eterno tomar de posição – sobre a relação com os meios de comunicação – Se dependesse da imprensa eu teria 10% de aprovação, ou menos – e sobre o compromisso assumido pela esquerda na América Latina: A esquerda, na América Latina, fez uma opção pela democracia, e está chegando ao poder em vários países pela via da democracia. E quem dá golpe não é a esquerda. Não foi ninguém de esquerda que deu o golpe em Honduras.

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O BRASIL E A TORCIDA PARA QUE O COP-10 SEJA UM SUCESSO


Ao longo da semana foram muitas as matérias e os comentários publicados pela imprensa e pelos “twitteiros” sobre o COP-10 (Conferência das Partes da Organização das Nações Unidas sobre Diversidade Biológica), que acontece em outubro, em Nagoya (Japão). A ideia é que, desse encontro, saiam metas de preservação da biodiversidade a serem cumpridas nos próximos 10 anos, ou seja, até 2020.

No entanto, o possível êxito do COP já tem gerado controvérsia antes mesmo de o evento acontecer. Em matéria publicada no Estadão, por exemplo, Bráulio Dias, secretário nacional de biodiversidade e florestas, levanta a possibilidade de que os resultados no COP não sejam satisfatórios. Uma das dificuldades seria o descompasso de interesses entre os países desenvolvidos e os países em desenvolvimento. O secretário aponta as graves consequências para o Brasil, caso não se chegue a um acordo, já que “nós somos os maiores detentores de biodiversidade”. Por isso mesmo, precisamos que sejam estabelecidas regras de acesso aos recursos e de repartição dos seus benefícios.Para que fique mais claro o potencial e o papel desempenhado pelo Brasil no cenário ambiental global, retomamos passagens de uma matéria publicada pela Folha de São Paulo, no dia 9 de julho deste ano:

FLORESTA TROPICAL É A MAIOR MÁQUINA DE ABSORVER CO2

As florestas tropicais, como a Amazônia, são a máquinas de fotossíntese mais eficientes do planeta. Um novo estudo internacional mostra que elas absorvem um terço de todo o gás carbônico que é retirado da atmosfera pelas plantas todo ano. (…) São 123 bilhões de toneladas de gás por ano.

(…) O trabalho de Christian Beer (do Instituto Max Planck para Bioquímica) também ressalta a importância das florestas secundárias na Amazônia como “ralos” para o CO2 em excesso despejado no ar por seres humanos.

Isso porque, apesar de absorverem muito carbono por fotossíntese, as florestas tropicais devolvem outro tanto ao ar quando respiram.

Florestas em regeneração, por outro lado, fixam muito mais carbono do que exalam.

O estudo usou dados de uma rede internacional, a Fluxonet, que reúne centenas de torres que sevem como postos de observação pelo mundo, analisando os fluxos de CO2 na vegetação ao redor.

No Brasil há quase uma dezena de torres de fluxo, a maior parte delas instaladas na Amazônia.

O COP nasceu no Rio, em 1992, e suas primeiras metas foram estabelecidas para 2010. No entanto, os relatórios mais recentes sobre a evolução da perda da biodiversidade mostram que o dever de casa das nações de todo o mundo não está sendo cumprido, pelo menos não da maneira que deveria: de 1970 pra cá, o planeta perdeu 30% do seu “estoque” de seres vivos. O prejuízo anual do desmatamento gira em torno de 4,5 trilhões de dólares. Ou seja, o sucesso do COP deste ano, é o sucesso das sociedades como um todo. Agora é torcer…

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sexta-feira, 1 de outubro de 2010

O fracasso da tentativa de golpe no Equador


Na espetacular operação de resgate, a irrupção de cerca de 500 soldados – segundo a contagem da televisão pública equatoriana que transmitiu ao vivo e em cadeia nacional todos os fatos – desatou um tiroteio nas imediações do hospital, que se prolongou durante uma hora e que, junto com outros acontecimentos do dia, deixou um saldo de 74 feridos e dois mortos. O resgate e o transporte de Correa duraram cerca de 30 minutos. À noite, Correa responsabilizou diretamente o coronel da reserva, Lucio Gutierrez, que governou o país entre 2003 e 2005, ano em que foi derrubado por um levante popular. O artigo é do La Jornada.

La Jornada

Quito, 30 de setembro. “Jamais cedemos, jamais aceitamos negociar qualquer coisa, sob pressão nada, com o diálogo tudo”, afirmou ontem à noite o presidente equatoriano Rafael Correa ao relatar para milhares de cidadãos os momentos mais críticos do seqüestro realizado por um grupo de oficiais que exigia a revogação da Lei Orgânica do Serviço Público, aprovada quarta-feira pela Assembléia Nacional.Minutos antes, por volta das nove horas da noite em Quito, vários comandos militares terrestres entraram no hospital da polícia nacional disparando tiros de fuzil para resgatar ao mandatário e levá-lo em um automóvel rodeado de veículos militares até a sede do Poder Executivo, o Palácio de Carondelet, onde foi recebido entre gritos e cantos patrióticos por militantes da Aliança País, o partido que o levou ao poder em 2006 e que respalda a revolução cidadã proposta por Correa.

A grande culpa de tudo isso é dos conspiradores de sempre, dos que não conseguiram ganhar nas urnas, disse Correa vestido com a mesma roupa que usava pela manhã quando foi conversar com os policiais do Regimento Quito número 1 para tentar convencê-los a desistir da sublevação em rechaço à nova legislação, que faz parte de uma série de reformas legais pelas quais o Equador passa desde que, em 2008, foi aprovada a nova Constituição.

Em resposta, os policiais agrediram o presidente, insultaram-no, lançaram bombas de gás lacrimogêneo, tentaram tirar-lhe a máscara que levava e quase o asfixiaram, pelo que teve que ser levado para o hospital.

Por volta de uma da tarde, um contingente de pessoas se dirigiu, desde a sede presidencial, até o hospital. O grupo era encabeçado por membros do gabinete e outros funcionários e ia pedir a libertação de Correa. Após uma hora de marcha, policiais uniformizados – muitos deles integrantes de esquadrões de motocicletas – receberam as pessoas com gases lacrimogêneo, pedras e agressões. Esses enfrentamentos se repetiram ao longo do dia.

A essa altura, os pronunciamentos políticos de legisladores e magistrados eram favoráveis à defesa das instituições que o Equador trata de reconstruir após uma década marcada pela instabilidade e por mudanças presidenciais. A oposição manteve silêncio a maior parte do dia até que, desde Brasília, (Lucio) Gutierrez falou à imprensa para rechaçar seu envolvimento, ao mesmo tempo em que sugeriu a dissolução do Congresso e a antecipação das eleições presidenciais.

A sublevação dos policiais se estendeu por várias cidades: Riobamba, Latacunga, Guaranda, Ambato, Cuenca, Loja, Santo Domingo, Ibarra, Machala e Manta.

Ainda que tenha se dito que militares estavam participando do movimento, o único corpo claramente identificado foi o da Força Aérea, que ocupou o aeroporto internacional de Quito para obrigar o cancelamento das operações, que acabaram sendo reabertas ao anoitecer, segundo a autoridade local da aeronáutica civil.

O comando militar e policial manifestou seu pleno respaldo ao presidente Correa, mas o chefe do Comando Conjunto das Forças Armadas, general Ernesto González, declarou que “não estamos condicionando, estamos solicitando que a mencionada lei (que elimina bonificações de servidores) seja revisada e, se for o caso, que seja revogada nas instâncias correspondentes”.

À noite, Correa responsabilizou diretamente o coronel da reserva, Lucio Gutierrez, que governou o país entre 2003 e 2005, ano em que foi derrubado por um levante popular. “Vi os infiltrados por Lúcio”, disse o presidente ao referir-se ao diálogo que sustentou nas primeiras horas do dia, antes do amotinamento dos policiais no quartel.

Na espetacular operação de resgate, a irrupção de cerca de 500 soldados – segundo a contagem da televisão pública equatoriana que transmitiu ao vivo e em cadeia nacional todos os fatos – desatou um tiroteio nas imediações do hospital, que se prolongou durante uma hora e que, junto com outros acontecimentos do dia, deixou um saldo de 74 feridos e dois mortos.

O resgate e o transporte de Correa duraram cerca de 30 minutos. Nas imagens televisivas, pode-se ver que uma pessoa em uma cadeira de rodas era levada de um lugar a outro, mas não ficou claro de quem se tratava até a confirmação do vice-ministro do Interior, Edwin Jarrín. “Tiramos ele, tiramos ele”, disse a jornalistas locais e estrangeiros, enquanto na televisão observava-se ainda a mobilização militar na zona do hospital, situado na zona Sul de Quito.

Após celebrar ter conseguido sair do hospital com vida, Correa confessou o que sentiu em seu cativeiro: me saíram as lágrimas, não de medo, mas sim de tristeza, porque os fatos, explicou, só se devem ao temor da Revolução Cidadã, ou seja, o programa de governo baseado na recuperação de recursos naturais, austeridade administrativa e alianças com países afins como Venezuela e Bolívia.

O retorno de Correa foi acompanhado de uma mobilização de milhares de pessoas que, desde o meio dia – quando se soube que o presidente tinha sido seqüestrado -, acudiram ao palácio Carondelet para defender a institucionalidade política.

“Passamos por uma prova duríssima”, resumiu Correa à noite, diante dos cidadãos. Um grupo de oficiais muito cortês conversou comigo no hospital para exigir a revogação da lei, o que é uma tarefa da Assembléia. “Respondi que não faria isso, que sairia dali com dignidade ou como um cadáver”.

“Como em uma opereta, os policiais seqüestraram seu comandante em chefe”, disse Correa em tom reflexivo. Hoje é um dia triste. Foram uns quantos, mas não haverá perdão nem esquecimento. Além disso, a lei não será revogada”, acrescentou. Alguns minutos mais tarde, terminou seu discurso com uma advertência. “Ninguém vai parar esta revolução cidadã. Até a vitória sempre!”

Tradução: Katarina Peixoto

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Eleições 2010: Poucos candidatos aderem à campanha em defesa do Rio São Francisco


Encontrar políticos e candidatos a cargos públicos dispostos a abraçar as causas populares não é uma tarefa nada fácil. A Articulação Popular São Francisco Vivo constatou isto quando decidiu pedir a todos os candidatos ao parlamento, ao governo dos estados da Bacia do São Francisco, assim como aos presidenciáveis, que apoiassem as propostas que afetam a vida do rio e da população que vive em torno da Bacia.

Diante do balanço frustrante realizado ao fim da campanha (17), Ruben Siqueira, sociólogo, membro da Comissão Pastoral da Terra da Bahia e coordenador do Projeto Articulação Popular para a Revitalização do São Francisco, questiona se as propostas da campanha são “radicais demais para esta época de consensos mornos”. Em entrevista à Adital, Ruben falou a falta de apoio e enumerou as principais necessidades do rio e da população que vive dele. Entrevista realizada por Natasha Pitts, da Adital. [Leia na íntegra]Adital – A Articulação Popular São Francisco Vivo decidiu levar suas propostas aos candidatos de Salvador. Como surgiu a ideia?

Ruben Siqueira – Nem tanto aos candidatos de Salvador, mas a todos os candidatos ao parlamento e ao governo nos estados da Bacia do São Francisco (MG, BA, PE, AL e SE), além dos candidatos à Presidência da República. Trata-se de todos os que poderão se tornar mandatários, cuja ação ou omissão no exercício do mandato terá impacto na vida do rio e do povo que vive na Bacia.

A ideia surgiu, nos encontros e reuniões da Articulação, fruto de duas constatações. A primeira é o esvaziamento da campanha eleitoral, a mercê do marketing publicitário, da ausência do debate de ideias e propostas reais para resolver os graves problemas vividos pela população. A segunda é a necessidade de dar visibilidade aos problemas e desafios da Bacia e às bandeiras e propostas da Articulação. Há cinco anos esta Articulação vem tentando juntar forças em torno dos problemas sociais-ambientais do São Francisco e das experiências e iniciativas populares de revitalização, mas isto tem dificuldade de impactar, pautar, envolver os políticos da região. Há um abismo crescente e angustiante entre a política e a vida.

Adital – Desde o lançamento desta campanha, o que foi feito para divulgá-la e consequentemente para chamar a atenção dos candidatos?

Ruben Siqueira – A própria construção da iniciativa e do documento de propostas foi um processo interessante, pela tomada de consciência entre os participantes da articulação deste quadro político e pela definição do que eram nossas principais reivindicações.

A divulgação se deu pelos meios disponíveis – correio eletrônico, telefone, presencialmente, por exemplo, em debates ou quando topamos os candidatos em campanha. As entidades e militantes que fazem parte da Articulação fizeram este trabalho em suas regiões e estados.

Adital – O prazo para a adesão dos candidatos termina na sexta-feira (17). Já é possível fazer um balando do resultado?

Ruben Siqueira – O balanço que estamos fazendo é frustrante. Os retornos explícitos dos candidatos são bem poucos. Houve mais compromisso “de boca” e promessa de assinar e enviar o documento. Mas isto pouquíssimos fizeram até agora e são os dos pequenos partidos de esquerda. O que nos leva a pensar como realmente é sério o divórcio entre os políticos e os movimentos sociais.

Nos perguntamos se nossas propostas são radicais demais, para esta época de consensos mornos: reforma agrária, limite da propriedade da terra, reconhecimento dos territórios tradicionais, moratória para o Cerrado e Caatinga, defesa do código florestal, suspensão de barragens e da transposição, obras hídricas descentralizadas na região semiárida (Atlas da Agência Nacional de Águas), água como direito humano, revitalização verdadeira, marco regulatório da mineração… Pensamos que sendo de eleitores as numerosas comunidades que enfrentam estes problemas e lutam por estas mudanças, os políticos em geral se interessariam. Parece que hoje eles têm outros meios de conseguir o voto e estes compromissos vão lhes causar problemas…

Adital – Antes desta iniciativa, já havia candidatos/políticos que apoiavam a causa?

Ruben Siqueira – Nos embates em torno do São Francisco, contamos atualmente com poucos políticos de fato comprometidos. Específica e pontualmente, têm alguns poucos ligados à questão, por exemplo, dos quilombolas, da mineração, da convivência com o semiárido, etc. Temos também referência nos parlamentares que pautam a questão ambiental em geral e, mais, nos que se solidarizaram com a luta contra a transposição, na época dos jejuns de Dom Luiz Cappio.

Adital – Quando será feita a divulgação dos resultados de quem apoiou, que não respondem e quem se negou a apoiar a causa?

Ruben Siqueira – Pensamos em imprimir e divulgar massivamente o documento, quando o lançamos, mas optamos por deixar isso para depois, com os nomes dos candidatos que o assumiram. É o que faremos proximamente. Em vista das dificuldades vamos continuar recebendo adesões após o prazo de 17/9 [entrevista realizada no dia 16 de setembro de 2010]. E a partir da semana que vem, vamos divulgar os nomes dos que se comprometeram sugerindo que estes merecem ser votados. Na medida em que outros chegarem, divulgaremos.

Adital – Após as eleições, como pretendem cobrar os político que firmaram compromisso com a situação da Bacia do Rio São Francisco?

Ruben Siqueira – Nossa intenção é estreitar os laços com estes comprometidos, manter permanente contato com eles, continuar pautando-os com nossas denúncias e propostas. Mas sem firmar nenhuma condição de reciprocidade de apoio eleitoral nosso. Claro que, conforme o desempenho deles e a relação que tiverem de respeito à autonomia dos movimentos sociais, serão os políticos que a população sanfranciscana ligada à Articulação deve continuar livremente votando.

Mas, o desafio que está posto é o de recriarmos os espaços e as relações coletivas de poder, superar a inversão operada, de que a sociedade organizada e mobilizada está a serviço do poder de grupos partidários, o que tem significado esvaziamento, controle e neutralização das demandas e lutas. Pior é achar que não carece mais ter movimentos sociais, pois o governo “popular” vai resolver tudo… Temos urgentemente que recuperar a construção do poder popular para além dos políticos profissionais e das estruturas formais da política e do Estado. Esta é a finalidade última – político-educativa – desta campanha da Articulação Popular São Francisco Vivo.

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