A Articulação de Esquerda, tendência interna do Partido dos Trabalhadores, vem a público dizer que:
1 – Nosso posicionamento foi voto vencido na reunião da última sexta-feira, dia 21 de novembro.
2 - Apesar de não acreditar na maioria dos deputados que estão Assembléia Legislativa, que votaram nesta atual mesa; em Cícero Amélio; em Rosa Albuquerque; para livrar Téo Vilela do processo da Gautama; etc.
3 - A AE defende que o partido assine um requerimento pedindo a cassação dos mandatos dos 11 deputados afastados pela Justiça no decorrer da Operação Taturana. Não podemos ficar reféns desta situação.
4 - Ao mesmo tempo, assim como nossa bancada na Assembléia Legislativa, reforçamos a necessidade da defesa na criação de um código e um conselho de ética na ALE.
5 – Lembramos, ainda, que o PT sempre foi protagonista nas lutas sociais em Alagoas. E é por isso que o partido mais uma vez deve estar à frente do processo.
Maceió, 24 de novembro de 2008
Direção Estadual da Articulação de Esquerda
terça-feira, 25 de novembro de 2008
Nota da AE à imprensa
Colégio Cenecista Santana realiza seminário sobre a busca da unidade
*Tiago Sandes
Durante a manhã de ontem (24) e hoje (25) o Colégio Cenecista Santana, em Santana do Ipanema, realizou o seminário que teve como tema central "Ecumenismo". Turmas do 6º ano à 3ª série do ensino médio apresentaram seus projetos em torno das discussões sobre as religiões abordando o preconceito como fator condicionante do processo de constituição da sociedade introduzindo um fundamento divisionista frente as questões étnicas e políticas.
A abordagem pôs em foco a diversidade religiosa, suas crenças e conflitos estabelecidos desde de sua formação. A 1ª série do ensino médio abordou uma das questões mais instavéis hoje, o mundo Islâmico e seu fundamentalismo. Questões centrais que envolve o Islamismo no Oriente Médio trás a tona uma discussão sobre o terrorismo como condicionante na nova geopolítica na contemporaneidade. Um tema polêmico que teve um orquestramento de conhecimento e compreensão de sua longa História na construção de uma corrente que liga razão, religião e fé.
A culminância do projeto que se deu hoje, terça-feira, (25) e foi projetada em um ambiente harmônico voltado para quebra de paradigmas que permeia a desagregação humana e desvalorização do ser enquanto conjunto social fazendo com que, as relações sociais estabelecidas dêem margem ao fim da opressão e tenha um enfoque à liberdade religiosa.
Parabéns a todos/as alunos/as que abrilhantaram esse momento de suma importância para o crescimento intelectual e crítico de cada um de vocês! Diretores, coordenadores, professores e funcionários prestaram um grande serviço a comunidade estudantil.
quinta-feira, 20 de novembro de 2008
Sindicato denuncia privatização da Casal
O Sindicato dos Urbanitários está denunciando que a direção da CASAL, em recente reunião na cidade de Arapiraca, anunciou o início da privatização da empresa, começando pela entrega dos serviços comercial, operacional e manutenção daquela cidade, através de contrato com uma empresa terceirizada. O Sindicato repudia qualquer tentativa de privatização dos serviços de água, pois entende que esse é um bem fundamental e direito de todos, não podendo ser entregue a iniciativa privada que só visa o lucro.
Para a entidade, a tentativa de privatização vem disfarçada de contratação de serviços, mas, na verdade, trata-se de uma primeira iniciativa de implantar uma espécie de Parceria Público Privada – PPP, que se iniciará em Arapiraca e depois irá para o restante do Estado. O Sindicato diz que considera essa atitude uma afronta aos trabalhadores da CASAL que, mesmo diante de todas as dificuldades com a falta de condições de trabalho, se esforçam para atender a população da melhor forma possível.
Segundo Amélia Fernandes, presidenta da entidade, “ao invés de estar gastando dinheiro com a contratação de uma empresa terceirizada para fazer o mesmo serviço que os trabalhadores da CASAL já fazem, a diretoria deveria investir na melhoria das condições de trabalho, oferecendo a infra-estrutura necessária para que seus trabalhadores possam melhorar, ainda mais, o serviço para a população, especialmente aos mais pobres, tanto da capital como do interior”.
A presidenta do Sindicato, que é funcionária da CASAL, afirma que “a parceria que a diretoria da CASAL deve buscar é com os governos federal, estadual e municipal, para que juntos possam recuperar a empresa”. Ela pede também que “o diligente Ministério Público investigue essa tentativa da diretoria da CASAL de burlar a lei, já que os serviços que estão sendo alvo de terceirização são atividades fins da empresa e a lei só permite que sejam realizados por trabalhadores concursados, sendo proibida a terceirização dessas atividades”.
A Sindicalista conclui, afirmando que além de procurar a justiça, “o Sindicato irá mobilizar a categoria para impedir essa tentativa de entrega do patrimônio da sociedade para a iniciativa privada. A luta está apenas começando e a diretoria da CASAL vai ter que enfrentar os trabalhadores, que certamente sairão vitoriosos”. Fonte:URBANITÁRIOS
segunda-feira, 10 de novembro de 2008
Demarcação de área indígena gera conflito entre índios e fazendeiros em Palmeira dos Índios
Carolina Sanches
Waldson Costa
Repórter
Avanço social com a legitimação de direitos previstos na Constituição Federal ou retrocesso democrático através de uma “reforma agrária” às avessas, que penaliza cidadãos brasileiros independentemente de gênero étnico? São estas indagações que margeiam o conflito gerado em Palmeira dos Índios após a publicação, no Diário Oficial da União (DOU), do relatório da demarcação das terras indígenas do povo Xucuru-Kariri. Diante da polêmica – que vem se arrastando há séculos e já resultou em derramamento de sangue –, O JORNAL esteve na área demarcada e ouviu a defesa pelo usufruto da terra dos dois grupos: dos indígenas, que possuem, segundo a Constituição Federal, direito inalienável à terra, e dos ocupantes da referida área, pequenos e médios produtores que alegam ter adquirido os lotes, ao longo do tempo, através do comércio legal constituído. Em meio à polêmica estão, aproximadamente, 1.337 índios que vivem nas comunidades da Mata da Cafurna, Fazenda Canto e Xucuri-Kariri e em torno de 463 donos de propriedades com outras famílias atreladas. Diante dos fatos, também foi ouvido sobre a questão da demarcação o sociólogo Allan Carlos Silva, que aponta a intervenção direta do governo federal como a única saída para chegar a uma conciliação e evitar o derramamento de mais sangue e mais baixas no âmbito social.
Fonte: O Jornal
UNEAL: Sua História e nosso desafio
*Tiago Sandes
Desde o processo de transição de fundação para universidade que esta instituição passa por momentos difíceis. Lembro-me dos momentos em que o Campus III esteve empenhado em suas primeiras conquistas que envolveram as lutas por uma sede própria e o concurso público que resultou em um período considerado sem aulas.
No contexto atual, vemos o ensino público superior em Alagoas em decadência, a UNCISAL sendo classificada como uma das piores universidades do Brasil tendo como conseqüência a ocupação de sua reitoria por estudantes cobrando melhorias no ensino e na estrutura funcional daquela instituição.
Logo, as mobilizações em Alagoas frente ao descaso do ensino superior foram se espalhando pelos diversos campis da Estadual, inclusive Palmeira dos Índios. Vimos então, a necessidade dos estudantes construírem uma pauta paralela a luta do SindFunesa frente os anseios dos discentes. O fator “democrático” de construir reinvidicações deveriam percorrer caminhos que marche a par do outro, más, que progridam na mesma direção fim que é uma Universidade totalmente pública, gratuita, laica e de qualidade. Analisando esse contexto, o Sindicato cumpre um papel fundamental de defesa dos interesses da classe que os compõe, más, esse fundamento não deve atropelar a autonomia do movimento estudantil.
Temos que reconhecer que o Estado burguês alagoano pôs em prática uma planificação de desmobilização quase que por completa tanto dos estudantes quanto do sindicato. A volta às aulas sem o prévio compromisso estabelecido pelo governo do PSDB em Alagoas frente às reinvidicações dos discente e docentes da universidade e tendo o acordo firmado não ter sido cumprido, pôs em xeque tanto a coesão política do SindFunesa quanto a falta de clareza estabelecida pela junção de pautas entre ambas ferramentas de luta, tanto dos trabalhadores quanto dos estudantes. A tática de programar uma desestabilizaçã o em massa entre os estudantes fazendo-os desacreditar e desencadear uma visão frente aos trabalhadores, permeou um enfoque de desagregação visível que proporciona um esvaziamento constante frente de lutas.
Este é o momento de compreensão e de uma análise sistemática de ambos os movimentos, tendo como ponto de partida à defesa enfática da Universidade, más, ambos com pautas voltadas para focos diferenciados. Cada entidade tem um papel a desempenhar frente às questões problemáticas da UNEAL e sabemos das barreiras provocadas pela despolitização de classe, sendo esse o principal vetor da falta de força e descaracterização do movimento.
Penso que as possibilidades de negociação se esgotaram e neste momento seria inviável e fragilizaria a entidade representativa dos trabalhadores à volta ao trabalho. Não é uma questão de perca de período, de desestruturaçã o e descaso com a Universidade e sim uma propensão a um futuro que possa alavancar uma estrutura que não possa comprometer a formação de profissionais aptos a desenvolver uma trajetória pedagógica frente ao frágil sistema educacional alagoano.
Temos um desafio, temos que unificar entidades de classe frente aos dias truculentos que o setor público tende a passar nos próximos anos.
sexta-feira, 7 de novembro de 2008
É hora de revisar..... pra boicotar o ENADE 2008
A Faculdade de Letras (FALE) realizou, no período de 13 a 17 de outubro, um cursinho de revisão para os alunos que irão fazer o Exame Nacional de Desempenho dos Estudantes – ENADE. O cursinho contou com aulas de Lingüística. E durante as aulas, o professor diz ao estudante que ele deve prestar atenção nos enunciados das questões e se esforçar ao máximo para responder todas elas. Caso contrário, pode ocorrer o mesmo que aconteceu com o curso de Medicina da Uncisal. E o estudante nessa história toda, como é que fica?
Antes de qualquer coisa, vamos à revisão...
Durante o governo de Itamar Franco (1992-1994), tem se a primeira experiência de avaliação das universidades brasileiras com o Programa de Avaliação Institucional das Universidades Brasileiras (PAIUB) que tinha como princípios básicos: globalidade (a instituição não deve ser avaliada em pontos isolados e sim em todos os segmentos de gestão, físicos e administrativos); comparabilidade (baseado no sentido relacional das instituições de ensino superior, como um contato comum entre as universidades, uniformidade de metodologia e indicadores, evitando assim o ranqueamento entre as instituições), respeito à identidade institucional (a valorização do autoconhecimento das universidades, diante das diferenças existentes no país, antes de serem avaliadas, as universidades devem se enquadrar no que pretendem ser para depois serem auto-avaliadas), não premiação ou punição, adesão voluntária, legitimidade, continuidade.
Sua falha se dá na ordem metodológica com a flexibilidade para a escolha dos métodos a serem utilizados no processo de avaliação interna, por exemplo. Após dois anos do surgimento do PAIUB, é implantado o Exame Nacional de Cursos (ENC), o “Provão”, cujas críticas se dão pelo fato do exame reduzir a avaliação a uma única prova geral, desconsiderando as características regionais, as condições peculiares de trabalhos de cada universidade, a escolha autônoma e legítima das instituições por determinada abordagem nos cursos, a missão e os objetivos educacionais priorizados por cada instituição, dentro do espírito de relativa autonomia didático/pedagógica e de pluralidade de concepções.
O ENC se estabelece num processo de caráter regulador e redutor, cuja concepção faz o ensino recuar para formas tradicionais, onde a memorização do saber é o aspecto fundamental do sucesso acadêmico, característica de uma concepção tecnocrática e fragmentada de educação superior. No ano de 2003, é instituído, por medida provisória, o Sistema Nacional de Avaliação da Educação Superior (SINAES) que visa avaliar o ensino superior em três dimensões: as instituições, os cursos e os estudantes. O Enade (Exame Nacional de Desempenho do Estudante) é a parte desse todo destinada a avaliar o estudante, trata-se de uma prova aplicada em fase única a estudantes ingressantes e concluintes dos diversos cursos da graduação.
VAMOS CONHECER ENTÃO ALGUMAS CARACTERÍSTICAS DO SINAES E DO ENADE:
1. RANQUEAMENTO
No SINAES, o desempenho dos estudantes será expresso através do ENADE, através de conceitos “ordenados em uma escala com 5 (cinco) níveis”, assim como o desempenho das instituições e dos cursos, a exemplo de como era feito o Provão. Sendo assim, os resultados do ENADE são utilizados facilmente como propaganda para o mercado, enfatizando uma visão produtivista do ensino em detrimento do seu papel social (identidade social da Universidade)
2. CARÁTER PUNITIVO E OBRIGATÓRIO
Assim, como o Provão, que revertia mais investimentos aos cursos com notas mais altas, deixando os com notas baixas com menos aporte de recursos (em vez de ajudar os cursos que precisam, premiavam os melhores), o SINAES se mantém com o mesmo caráter de punição. Ele penaliza os cursos que forem mal-avaliados e não conseguirem se recuperar, como se o Estado não tivesse responsabilidade alguma com isso.
3. CENTRALIZAÇÃO E DESRESPEITO ÀS CARACTERÍSTICAS REGIONAIS
Se no Provão tínhamos uma comissão extremamente excludente, formado por “especialistas de notório saber”, a Comissão Nacional de Avaliação da Educação Superior - CONAES, comissão responsável pela coordenação e planejamento do ENADE, é composta majoritariamente por representantes do MEC, ou pessoas indicadas por este. Dessa maneira, o processo de avaliação é centralizador, havendo ausência de critérios para a sua composição que indiquem a participação das Instituições de Ensino Superior e da sociedade civil.
4. INDIFERENCIAÇÃO ENTRE O PÚBLICO E O PRIVADO
Assim como “Provão”, o SINAES ignora a necessidade de uma avaliação que diferencie sua análise entre público e o privado. Todo o enfoque e o método de avaliação são os mesmos para os dois casos. Não se pode avaliar da mesma maneira uma instituição que depende de verbas públicas para se manter - verbas essas que variam conforme os reveses políticos do país - e uma instituição cujo financiamento provém diretamente da arrecadação com as mensalidades e que pode aumentá-las sem nenhum tipo de regulação ou restrição.
5. PREMIAÇÃO DOS BEM COLOCADOS
O SINAES premia os estudantes de melhor desempenho no ENADE com bolsas de estudos do MEC (Lei 10.861, Art. 5, § 8º e 10º), característica que o Provão não possuía. Além de avaliar individualmente cada estudante, acirra a competitividade entre estes e enfraquece os possíveis boicotes, pois o avaliado terá que abrir mão de concorrer a esses prêmios. Não podemos deixar de perceber que a tentativa de ‘comprar’ os sorteados com bolsas de estudos fere um princípio constitucional muito importante que é o da isonomia, ou seja, a igualdade de direitos.
SENDO ASSIM, QUESTIONAMOS: QUAL O PAPEL QUE O SINAES/ENADE CUMPRE?
Seria um instrumento de medida e controle, ou seja, uma avaliação que responda às expectativas de eficiência e produtividade da lógica do mercado (capital)? Poderia então, numa sociedade consumista, como o Brasil, haver um sistema de avaliação que se configura apenas como uma espécie de ‘Inmetro das Universidades’? E o estudante? Assumiria esse, o papel de um consumidor que tem o ‘direito’ de saber qual o melhor produto – a melhor universidade -, e qual o seu custo/benefício em determinada instituição?
VAMOS REFLETIR...
O que vale ressaltar é que os processos avaliativos têm um importante e necessário papel nos processos educacionais e formativos das Universidades.
Sendo assim, acreditamos que este deveria ter como partida:
• uma análise diagnóstica e propositiva das condições objetivas das universidades em termos estruturais, pedagógicos e políticos;
• do entendimento das especificidades regionais e da diversidade, dos quadros docentes, técnico-administrativos e discentes;
• da relação entre teoria e prática estabelecida nos currículos dos cursos;
• dos vínculos criados com a comunidade por meio da articulação do tripé ensino pesquisa extensão;
• da construção de um projeto de nação que supere os marcos do capitalismo estabelecemos relações de sentido com a realidade, transformando- a.
Do blog da AE/AL
quinta-feira, 6 de novembro de 2008
UNEAL ABRE CONCURSO PARA ADMINISTRATIVO
06/11/2008
Após dois anos de espera, o concurso público para técnico e administrativo, autorizado pelo Governo de Alagoas, será realizado pela Universidade Estadual de Alagoas.
A Comissão do concurso, presidida pelo professor Gilson Sales, que conta também com a professora Betânea Canuto e a servidora Maria Aparecida Mendes concluiu a última etapa para que o Edital fosse publicado.
Serão ofertadas 192 vagas distribuídas entre os cargos de nível superior, médio e elementar a serem lotados em Arapiraca, Santana do Ipanema, Palmeira dos Índios, São Miguel dos Campos, União dos Palmares e Maceió.
O nível superior tem 21 vagas, nível médio 115 vagas e nível elementar 56 vagas. As informações sobre o concurso, bem como, cargos, atribuições, remuneração, requisitos para inscrição, programas, entre outras, poderão ser obtidas na página da Uneal (www.uneal.edu.br) e da Fundepes (www.fundepes.br ).
quarta-feira, 5 de novembro de 2008
Com Obama, Lula espera mais atenção à América Latina e fim do bloqueio à Cuba
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva classificou a eleição e Barack Obama como um “feito extraordinário” e disse esperar que o futuro presidente norte-americano sele a paz no Oriente Médio, acabe com o bloqueio econômico a Cuba e dê mais atenção à América Latina e a todos os países pobres.
O democrata se tornou o primeiro presidente negro eleito dos Estados Unidos na madrugada desta quarta-feira (5).Ele precisava de 270 votos no colégio eleitoral para ganhar as eleições presidenciais, uma marca que superou por ampla margem, ao obter ao menos 342 votos, frente a 143 de seu adversário, o republicano John McCain.
Lula lembrou que "ganhar uma eleição" é diferente "de governador os EUA". "Eu acho que a vitória de Obama representa o reconhecimento do significado de quem duvidava que um negro poderia ser eleito nos EUA. E agora sabe que pode."
O presidente brasileiro afirmou que a eleição de Obama só foi possível porque a sociedade se manifestou num regime democrático. "É um feito extraordinário, a eleição de um primeiro negro na história dos EUA. Sobretudo uma pessoa que tem demonstrado a competência política do futuro presidente Obama."
Lula não escondeu que guarda uma série de expectativas positivas em torno da gestão de Obama. "Espero que ele tenha uma relação mais forte com a América Latina, América do Sul e África, e tenha a possibilidade [de selar] um acordo de paz no Oriente Médio, onde faz décadas e décadas que se tenta um acordo e não se consegue", disse.
O presidente brasileiro afirmou também estar confiante que será construída uma "parceria construtiva" com os Estados Unidos nos próximos anos. "Espero que tenha uma política mais voltada para o desenvolvimento produtivo para a América Latina. É preciso que os Estados Unidos continuem uma política mais ativa em relação à América Latina, uma vez que durante toda a década de 60 e 70 você tinha a Guerra Fria, quando os Estados Unidos mantinham uma visão de luta contra guerrilhas na região. Agora mudou, a democracia consolidou-se com a América Latina."
Lula espera que Obama execute uma política com vistas ao "desenvolvimento e investimento nos países mais pobres, ao fim dos subsídios e ao fim do bloqueio a Cuba". Segundo ele, não há razões para manter a política econômica restritiva a Cuba. "Não há nenhuma explicação para isso."
Corintiano
Mais tarde, durante sessão solene no Congresso Nacional, comemoração aos 20 anos da Constituição Federal, Lula lembrou que poucas vezes um negro chamou tanta atenção do mundo inteiro como o novo presidente norte-americano.
"Eu penso que nós brasileiros, como segunda nação negra do mundo, depois da Nigéria, precisamos estar otimistas, esperançosos e com muito orgulho, porque não é pouca coisa eleger um negro para a presidência dos EUA", discursou Lula.
Questionado antes de entrar no plenário da Câmara dos Deputados sobre o motivo de Obama ser melhor opção que McCain para a presidência dos EUA, Lula evitou comparações, mas brincou: "Eu acho que ele (Obama) também é corintiano".
terça-feira, 4 de novembro de 2008
Lula: Manter obras do PAC mesmo com crise financeira é uma “questão de honra”
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva se disse satisfeito com o desempenho do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), que teve divulgado o quinto balanço na semana passada. Em seu programa semanal Café com o Presidente, nesta segunda-feira(3), ele considerou “uma questão de honra” manter as obras em andamento mesmo com a crise financeira internacional.
“É motivo de muita alegria saber que conseguimos fazer com que o PAC se transformasse em uma coisa importante para o desenvolvimento brasileiro e, mais importante ainda, saber que o governo mantém o controle das ações. A política de acompanhamento coordenada pela ministra Dilma Rousseff [da Casa Civil], junto com os governos estaduais, com as prefeituras e com os ministros de cada área tem demonstrado que essa é a forma mais correta de fazer com que as políticas públicas do governo brasileiro possam ser executadas”, disse o presidente.
De acordo com Lula, 2009 deve ser um ano “infinitamente melhor” diante do número de obras do PAC a serem inauguradas. Ele reforçou que, em 2010, grande parte das obras anunciadas pelo governo estarão concluídas.
“Obviamente que muita gente entendia que, por conta da crise financeira internacional, o PAC iria ter uma diminuição nos investimentos, no comprometimento das verbas do governo federal. Isso não vai acontecer. Acreditamos que uma das formas de enfrentar a crise financeira é fortalecer as obras de infra-estrutura e fortalecer o mercado interno”.
Ampliação do abastecimento d´água de Palmeira dos Índios
O governador Teotonio Vilela e o secretário de Infra-Estrutura, Marco Fireman, assinam nesta terça-feira, dia 4, a ordem de serviço da obra de ampliação do sistema de abastecimento d’água de Palmeira dos Índios, orçada em 4 milhões e oitocentos mil reais, recursos do Programa de Aceleração do Crescimento, do governo federal, com contrapartida do governo de Alagoas. A obra trará benefícios diretos para 13.600 famílias da região, e vai reforçar o sistema de abastecimento d’água de Palmeira dos Índios e municípios circunvizinhos. Já a Adutora Helenildo Ribeiro conta com recursos de 67 milhões de reais do Ministério da Integração Nacional e vai atingir 118 mil pessoas de Palmeira dos Índios, Estrela de Alagoas e Minador do Negrão. Cerca de 60% da obra já foi executada e sua previsão de inauguração é para o início de 2009. As duas obras se complementam. A comitiva governamental chega à adutora Helenildo Ribeiro às dez da manhã, onde fará uma visita à barragem. De lá, o grupo segue para a Estação de Tratamento d’Água de Quebrangulo e chega a Palmeira dos Índios às onze e meia. Em Palmeira, haverá visita ao reservatório d’água da cidade, seguida da assinatura da ordem de serviço, na praça das Caçuarinas, em frente à catedral da cidade.
Parceria PSDB-PT é inviável, afirma cientista político
O CIENTISTA POLÍTICO André Singer, 50, diz que o PT se consolidou como partido do proletariado, e o PSDB, como partido da classe média. A polarização entre eles impede que o projeto de união entre petistas e tucanos articulado pelo governador Aécio Neves (PSDB) tenha êxito no plano nacional. Autor de "Esquerda e Direita no Eleitorado Brasileiro" (2000) e ex-porta-voz do presidente Lula, Singer diz que o PMDB não será o fiel da balança, mas o termômetro: "O PMDB vai se inclinar para onde o vento estiver soprando".
Na entrevista a seguir, concedida na quarta, o professor do Departamento de Ciência Política da USP observa que o DEM se converteu em um partido auxiliar da candidatura de José Serra (PSDB) à Presidência.
FOLHA - Sua tese destaca a importância da identificação ideológica para explicar o comportamento do eleitor. Mas, numa eleição local, o que distingue esquerda e direita?
Tanto Marta quanto Kassab prometiam construir hospitais, escolas...
ANDRÉ SINGER - A campanha de São Paulo foi uma campanha pouco ideológica de parte dos grandes partidos, mas eu acredito que o corte ideológico está acontecendo por baixo das campanhas, no que diz respeito ao alinhamento do eleitorado: o eleitorado está se alinhando ideologicamente. A eleição revelou alinhamentos que antes não estavam postos da maneira como estão colocados hoje.
FOLHA - Quais são eles?
SINGER - Existe uma consolidação do PT como o partido do proletariado, e do PSDB enquanto um partido da classe média. Esse é um alinhamento de natureza social que envolve aspectos ideológicos da maior importância, e que se revelou melhor na eleição de 2008, que, por ser
Funcionalismo é entrave a tucanos em 2010
A despeito das obras que têm em andamento com vistas à disputa Presidencial em 2010, os governadores de Minas Gerais, Aécio Neves, e de São Paulo, José Serra, terão de contornar um problema comum: a insatisfação do funcionalismo público nos dois Estados.
Em São Paulo, Serra enfrenta há mais de 40 dias uma greve da Polícia Civil. No dia 16 de outubro, manifestação dos grevistas em frente ao Palácio dos Bandeirantes acabou em confronto entre policiais civis e militares. Pelo menos 25 ficaram feridos.
Aécio, por sua vez, negocia com os professores da rede estadual. Em agosto, eles deflagraram uma paralisação de 28 dias, suspensa porque as tratativas não avançaram.
A categoria, que está em estado de alerta, reivindica piso salarial nacional, melhoria das condições de ensino e melhor assistência médica oferecida pelo instituto de previdência.
Em 2007, Aécio também enfrentou uma greve da Polícia Civil que durou quase 80 dias.