Bruno Elias, Daniel Damiani, Larissa Campos e Tássio Brito
Nos marcos dos 70 anos de história e lutas da União Nacional dos Estudantes compreendemos como inadmissível a veiculação ocorrida há alguns dias pela TV Globo de vinheta alusiva à campanha de reconstrução da sede da UNE da praia do Flamengo, no Rio de Janeiro.
A campanha da UNE, de reconstrução de sua sede histórica, destruída pela ditadura civil-militar, é legítima e merece o apoio do conjunto do movimento estudantil. Mas vinculá-la a um órgão de comunicação com a trajetória das Organizações Globo é uma afronta à memória das lutas estudantis. Ademais, tal decisão não foi objeto de nenhuma discussão na entidade, desrespeitando os fóruns da UNE e surpreendendo vários de seus diretores, que assistiram pela TV a propaganda.
Erro semelhante já havia sido cometido na gestão anterior da entidade, quando da realização do Projeto Memória do Movimento Estudantil em parceria com a Fundação Roberto Marinho. Fazer este debate, portanto, não é uma disputa menor. A postura de um movimento social também é pedagógica e deve localizar claramente o campo de disputa em que atuamos.
A Globo, por sua vez, dispensa apresentações. Controlando vastos campos da comunicação no país (rádio, TV, imprensa, internet, etc.), a empresa da Família Marinho é uma das maiores expressões de um sistema marcado pelo monopólio e pela confluência de poderosos interesses políticos e econômicos. A postura de porta-voz da classe dominante assumida pela empresa, é facilmente percebida na reprodução de valores culturais, padrões de comportamento e opinião política.
Sem apelos ufanistas ou saudosismo, seguimos defendendo a UNE com espaço privilegiado de articulação e unidade do movimento estudantil nacional. Não estamos entre aqueles que optaram pela saída fácil do divisionismo, impulsionando a criação de "novas" entidades a partir de seus interesses particulares e reproduzindo em escala maior a política de aparelhamento, até então criticada na UNE.
Contudo, compreender como erro a divisão dos instrumentos historicamente construídos pela classe trabalhadora e pela juventude, não impede (pelo contrário) que reflitamos de forma crítica sobre suas ações, que apontemos propostas e métodos alternativos de direção e que sigamos na luta disputando seus rumos e reivindicando a UNE em cada greve, mobilização e ocupação estudantil.
Para os movimentos sociais, a luta pela democratização dos meios de comunicação no país é tarefa fundamental. Trata-se de um bom combate em defesa do direito da população de ter meios e condições para se informar e se expressar e contra veículos que não raro reforçam a criminalização dos movimentos sociais.
Este é o campo da UNE. O campo das reformas estruturais, da luta política travada pela democratização profunda de nossa sociedade. É esta postura que os estudantes brasileiros esperam da UNE. A mesma postura percebida quando de maneira acertada a entidade assumiu como bandeira do movimento estudantil a luta pela não renovação das concessões de rádio e TV, expiradas no mês de outubro do ano passado. A postura de quem sabe que, ao contrário do que sugere a vinheta exibida, na Globo a "gente NÃO se vê por aqui".
Bruno Elias é 1º Vice Presidente da UNE, Daniel Damiani é 1º diretor de assistência estudantil da UNE, Larissa Campos é 1ª diretora de Movimentos Sociais da UNE e Tássio Brito é 2º Diretor de Relações Internacionais da UNE. Todos são militantes da tese de oposição Reconquistar a UNE.
sexta-feira, 18 de julho de 2008
UNE na Globo: a gente não se vê por aqui!
segunda-feira, 14 de julho de 2008
O início de uma longa história de lutas
Tudo começou em 08 de abril de 1943, durante o governo Vargas, quando o Sindicato dos Trabalhadores na Indústria Termoelétrica de Maceió foi criado, inicialmente pelos trabalhadores da Companhia Hidrelétrica do São Francisco CHESF e da Companhia Força e Luz (Hoje Companhia Energética de Alagoas - CEAL), a Companhia de Bondes e a Companhia Telefônica de Alagoas - CTA, que depois se separaram, ficando apenas a CEAL.
De sua fundação até a década de 60, o sindicato passou quase que desapercebido pela história, pois não havia tradição de participação dos trabalhadores na luta sindical, nem de atuação sindical no Estado, o que dificultou uma atuação mais efetiva e deixou por mais de trinta anos em profundo estado de obscuridade e latência. Neste período inicial o presidente que mais tempo ficou na presidência foi o senhor José Luiz, oriundo da CEAL, que passou mais de vinte anos no poder, inclusive no período da ditadura militar que se iniciou na década de 60.
Neste período, o sindicato funcionava em um pequeno cubículo no Palácio do Trabalhador e se limitava a apenas receber a informação de quanto seria dado naquele ano de reajuste salarial, por parte dos generais da ditadura, e informar à categoria.
Uma vez por ano era realizada uma feijoada aos sábados, quando se aproveitava para aprovar as contas da entidade. O presidente era sempre reeleito por aclamação, pois não havia o menor interesse da categoria em participar do Sindicato.
Em 1966 o Sindicato passa a se chamar Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias Urbanas do Estado de Alagoas.
Em 1979, incorpora-se à instituição os trabalhadores da Companhia de Abastecimento de Água e Saneamento de Alagoas - CASAL. Em 1987, juntam-se os trabalhadores dos Serviços Autônomos de Água e Esgoto - SAAE's.
1977 Uma nova era se inicia
Em 1976, com o falecimento do presidente José Luiz, assume o vice, Jurandir Torres, que é substituído por Pedro Luiz em 1977. A partir daí as coisas começam a mudar, com a chegada de Pedro Luiz ao poder. Ele assumiu por três vezes o Sindicato, tendo sido o primeiro presidente eleito após o período de intervenção sindical pela ditadura. Ele, em pouco tempo, tornou-se uma referência Estadual e Nacional naquela época. No plano Estadual foi presidente do Partido dos Trabalhadores - PT e da Central Única dos Trabalhadores - CUT, e no plano nacional foi dirigente da Federação Nacional dos Urbanitários - FNU.
Seu trabalho foi árduo pois pegou exatamente o período da ditadura, e enfrentou presidentes da CEAL, como por exemplo, Napoleão Barbosa, indicado pelo governo ditatorial da época, que ditava o percentual de reajuste salarial, não havendo possibilidade de diálogo ou discordância. Foi na gestão de Pedro Luiz que se adquiriu a atual sede do sindicato, que antes dele funcionava no Palácio do Trabalhador, em um pequeno cubículo.
Leia a trajetória completa dos Urbanitários de Alagoas em urbanitarios-al.com
Diogo Mainarde na Berlinda
Carlinhos Medeiros
A mim não causou nenhum espanto o fato do nome do jornalista Diogo Mainardi constar na lista descoberta pela PF, como um dos que mantém ligações perigosas com Daniel Dantas, o quadrilheiro que Gilmar Mendes, dono do STF, mandou soltar por duas vezes em menos de 24 horas envergonhando a nação.
Diogo foi contratado pela Veja para fazer o papel sujo de desqualificar Lula, o PT e o Brasil. A Veja não é muito chegada a práticas lícitas, todos nós sabemos.
Os artigos de Mainardi, muito mais para “fofocas de comadres” do que qualquer outra coisa, caracterizam o perfil da empresa em que ele trabalha. Tem a clara intenção de ferir Lula e o povo brasileiro.
Desde que comecei este blog venho alertando para o comportamento da mídia em relação ao presidente Lula, o PT e seus parlamentares, principalmente no que diz respeito ao aspecto doentio descrito nos artigos virulentos que este cidadão escreve. Alguém me responda o que ganha um semanário em manter em seus quadros um jornalista asqueroso da qualidade de Mainardi?
Na época da ditadura muitos jornalistas foram exilados, torturados e mortos, por denunciar as masmorras e não compactuar com o regime. Muitos foram mártires, e agora, o que eles estão fazendo para ajudar a melhorar este País?
E assim como Diogo Mainardi existem vários. Eles fazem parte de uma rede de terroristas que tem como meta derrubar o maior partido de esquerda do Brasil, o PT, para colocar no poder seus aliados, os mesmos que “arrombaram” o País nas negociatas das privatizações, quando leiloaram o Brasil na gestão fraudulenta de FHC.
A mídia sabuja brasileira se nega a mencionar a sigla dos partidos de políticos envolvidos em improbidades. Só quando se trata de algum petista, mesmo passando por longe, mostrando que quando se trata do jogo de poder, a ética vai pro espaço, tudo que é ensinado nos manuais de redação e estilo vai pras cucuias.
Cada vez mais fico indignado com tanta hipocrisia.
HUMANIZANDO O MITO
Filme sobre a viagem de "Che" pela América latina prioriza a transformação psicológica causada pelo contato com o outro
- Por André Lux
Para aqueles que, como eu, foram criados sob a ditadura militar que encobriu o Brasil de trevas por 21 anos, a figura de Ernesto "Che" Guevara sempre foi associada à alcunhas como "baderneiro", "vagabundo" e "comunista". Só na maturidade, quando rompemos essa bolha de ilusão criada para nos cegar, é que passamos a ter contato com o mundo real e conhecer melhor a história na qual estamos inseridos.
É normal, particularmente para jovens estudantes, passar a associar, a partir daí, Guevara a um ícone de luta política por igualdade e justiça. É para esse tipo de pessoa que o último filme de Walter Salles (de Central do Brasil e Abril Despedaçado) está endereçado. Afinal, Diários de Motocicleta conta justamente a história do jovem Ernesto Guevara de la Serna (na época com 23 anos) e sua viagem de oito meses pela América latina, inciada na Argentina (seu país de origem) até a Venezuela. Foi justamente durante essa jornada que o futuro revolucionário, na companhia do amigo Alberto Granado, começou a travar contato com a realidade dos povos da região e das injustiças e misérias que os afligiam, a ponto de terminar a viagem transformado numa nova pessoa.
O grande mérito do diretor Salles e do roteirista José Rivera foi conseguir encontrar o equilíbrio perfeito entre a simples narração linear dos eventos com a gradual transformação psicológica dos protagonistas. Não existe espaço no filme para discursos ou pregação política, muito menos para panfletagem didática de "esquerda". Mas a boa notícia é que o diretor deixa aos dois excelentes atores centrais, Gael Garcia Bernal (como Guevara) e Rodrigo de la Serna (como Alberto), dar cabo de todas as nuances sugeridas pelo o roteiro, que é baseado nos livros de memórias que ambos escreveram após a viagem. A honestidade e a ternura de Guevara encontraram a representação perfeita na interpretação discreta e muito humana de Bernal, ao mesmo tempo que De la Serna dá o contra-ponto cômico na pele do debochado e mulherengo Granado.
O filme, que de início parece ser a narração de uma mera diversão engendrada por dois jovens imaturos e aventureiros (portanto, absolutamente normais), aos poucos vai se transformando numa emocionante análise do poder que o simples contato com outro ser humano pode ter na formação da personalidade. E Salles consegue transmitir toda esse crescimento do caráter dos protagonistas sem nunca ser piegas ou manipulativo. Sua câmera, pelo contrário, apenas acompanha os dois quase como num documentário e deixa-os livre para explorar os ambientes e interagir com seus companheiros de cena (muitos deles pessoas reais que garantem ao filme um necessário toque de realismo e verdade). Essa áurea de realidade é elevada pela fotografia inspirada de Eric Gautier e pela trilha musical intimista e discreta, porém muito tocante, de Gustavo Santaolalla (de Amores Brutos e 21 Gramas).
O ponto alto de Diários de Motocicleta é a tentativa de Guevara em atravessar o rio Amazônas a nado, quando estavam na colônia de leprosos de San Pablo, no Peru. A cena marca a transformação definitiva da visão de mundo dele e serve também para mostrar ao espectador, como argumentou o diretor Salles, que existem sempre duas margens em qualquer rio, cabendo a cada um de nós escolher em qual delas prefere estar. “Che” fez a escolha dele e pagou caro por isso. Saber o destino triste que os EUA reservaram ao revolucionário, morto covardemente com um tiro na nuca depois de ser preso na Bolívia, torna ainda mais amarga a experiência de ver esse belíssimo filme, certamente um dos mais relevantes já feitos sobre a América latina.
Cotação: * * * * *
sábado, 5 de julho de 2008
AE rumo as eleições 2008!
Há 28 anos o Partido dos Trabalhadores luta com firmeza contra o capital, a exploração e a opressão, nessa tarefa se propõe a ocupar todos os espaços sociais com idéias que caminhem para uma humanidade emancipada. Não é diferente no período eleitoral, quando nossa intenção de construir já aponta um modo petista de governar e legislar que avaliamos ser não apenas adequado, mas, urgente para Maceió.
Com ousadia militante a Articulação de Esquerda (corrente interna do PT) lançou oficialmente no dia 06 de agosto do ano passado a proposta de ter como candidato ao poder executivo o companheiro JUDSON CABRAL, por entender esse nome como o melhor no atual momento político e ainda por levar em conta o imperativo de apresentar nosso projeto à sociedade pleiteando vitórias de curto, médio e longo prazo para a classe trabalhadora.
Essa reflexão transformou em consenso no PT e se atrela a necessidade de organizar uma chapa proporcional fortalecida para enfrentar a batalha das urnas em conjunto com a candidatura majoritária. Então, imbuída no mesmo espírito aguerrido a militância da Articulação de Esquerda apresenta a candidatura do companheiro AGUINALDO ALMEIDA a vereador por Maceió.
A iniciativa se baseia na premissa de consolidar uma administração petista na capital alagoana com uma bancada no legislativo que dialogue com o conjunto de ações formuladas, fincando relações politizadas e repudiando o compadrio. Nesse sentido, não podemos concordar com aqueles que defendem o principio de que “OS FINS JUSTIFICAM OS MEIOS”, onde o processo eleitoral se configura como um objetivo em si mesmo, e não em um momento privilegiado de debate político, o qual um partido de esquerda utiliza para divulgar suas posições, ocupando espaços na mídia.Somos contrários/as a coligações com a “turma dos usineiros” que historicamente massacram o povo alagoano. Proprietários de legendas como DEM, PSDB e PMDB.
Convocamos a militância do partido para marchar nessa caminhada e não abrir de tudo que foi construído ao longo de quase três décadas junto aos movimentos sociais. Só assim o PT reafirma seu compromisso histórico com o socialismo e a democracia plena.
Convenção do PT Maceió reafirma o nome de Judson Cabral
A cidade de Maceió parece estar se preparando para ser um local muito adequado para a circulação de veículos. Porém o mesmo esforço não vem sendo aplicado para tornar a vida das pessoas socialmente melhor. A garantia de direitos básicos como: saúde, educação e segurança estão visivelmente em segundo plano. A movimentação das obras não é capaz de esconder as crianças esmolando nas ruas da capital, entre outros problemas.
Esse é um ano apropriado para profundas reflexões sobre a atual situação do município e qual será seu rumo nos próximos anos. É necessário enxergar além do superficial e romper com a lógica do “não é o melhor, mas, pelo menos faz alguma coisa”. Escolher um projeto de governo para Maceió é uma responsabilidade de cada cidadão que deve tomar como critério um olhar de curto, médio e longo prazo a respeito da vida das pessoas que moram na cidade.
Outro parâmetro deve ser a parceria com o governo federal, não reduzida ao recebimento de verbas visando a promoção do gestor municipal enquanto cumpre tão somente sua obrigação, mas no sentido de estar em sintonia com as suas políticas públicas de reestruturação social, onde as pessoas estão no centro das ações e o investimento é alicerçado no respeito ao cidadão e nos direitos humanos como um todo.
A trajetória parlamentar de Judson Cabral é marcada em toda sua história pela seriedade e pelo compromisso com a população. Nesse caso não é diferente, mais uma batalha contra o poder das forças políticas e econômicas conservadoras desse estado se apresenta como grande desafio. O Partido dos Trabalhadores seguindo o norte de lutas por transformação social chama o povo de Maceió a se organizar na busca de condições dignas para todas as classes na capital alagoana.
quinta-feira, 3 de julho de 2008
PT é o partido preferido do eleitorado
- 67% dos brasileiros estão satisfeitos com o Brasil.
- 63% acham que o país melhorou nos últimos dois anos.
- 58% acham que o Brasil vai melhorar ainda mais nos próximos dois anos.
- O PT tem 25% da preferência partidária, seguido do PMDB com 7%,PSDB com 6% e do DEM com 2%.
- O PT é o partido mais lembrado por 36% do eleitorado.
- Para 63% do eleitorado, o PT ajuda o Brasil a crescer.
- O PT é considerado um partido de esquerda.
- 47% da população é favorável à fidelidade partidária e considera que o mandato pertence ao partido pelo qual o político se elegeu.
- 84% avalia positivamente o desempenho do presidente Lula.
- Para 34%, a principal realização do governo Lula é a implantação de programas sociais e para 20% é a política econômica. Destaque para o Programa Bolsa Família citado por 27% dos entrevistados.
Esses são alguns dos dados revelados pela pesquisa de opinião realizada pelo PT, através do Instituto Vox Populi, em todo o território nacional.
quarta-feira, 2 de julho de 2008
Uma candidatura de Esquerda em Santana do Ipanema
O comerciante Sergio Campos (PCB) e o professor Paulo Roberto do mesmo partido também vão para a disputa pela Prefeitura.
segunda-feira, 30 de junho de 2008
Lançar confusão para plantar a divisão!
Sobre Encontro latino-americano e caribenho (ELAC) convocado pela Conlutas
A Conlutas convoca em 7 e 8 de julho deste ano um Encontro latino-americano e caribenho de trabalhadores (ELAC), cujo objetivo, segundo a convocatória, é adotar "uma plataforma comum de ação e definir um plano de lutas comum e que permita avançar na constituição de uma coordenação latino-americana e caribenha de lutas".Logo, criar uma "Conlutas ampliada" a outros países da região.
No jornal do grupo boliviano da LIT (organização da qual participa o PSTU), "Lucha Socialista" nº 8 (maio de 2008), está escrito que o ELAC "é convocado por 5 centrais sindicais". Na realidade, além da Conlutas, assinam a convocatória a direção da COB da Bolívia, que de fato é uma central, a Tendência Classista e Combativa (TCC), que intervém no PIT-CNT do Uruguai; "Bataye Ouvriye" do Haiti, que se define como agrupamento dos que "lutam pela construção de um movimento sindical autônomo, combativo e democrático", tendo-se somado depois a C-CURA, uma das correntes da UNT da Venezuela.
A primeira questão que salta aos olhos na convocatória do ELAC é que para enfrentar os "dias dramáticos" que vive o continente e passar da "resistência" à "ofensiva e derrotar o imperialismo e seus lacaios encastelados nos governos de turno", ela diz ser "necessária a unidade dos trabalhadores e dos povos da América Latina e Caribe". Não há qualquer menção à luta dos trabalhadores, do movimento negro e da juventude nos Estados Unidos, ou ao Canadá. É o velho "terceiro-mundismo" , que ergue uma barreira entre os trabalhadores do continente!
Já a fórmula "derrotar o imperialismo e seus lacaios encastelados nos governos de turno", coloca em pé de igualdade, como inimigos a serem derrotados, todos os governos da região. Assim: Uribe da Colômbia, que a serviço de Bush invadiu o Equador, fica igual ao presidente deste país, Rafael Correa; Alan Garcia do Peru, Bachelet do Chile, Lula, Kirchner da Argentina, Tabaré do Uruguai, Hugo Chávez da Venezuela e Evo Morales da Bolívia, todos iguais, todos teriam as mesmas relações com o imperialismo, seus Tratados de Livre Comércio e sua política de privatizações?
Num momento em que o imperialismo dos EUA desenvolve uma ofensiva brutal para destruir as nações, usando a arma do separatismo, de imediato na Bolívia, mas visando também Equador e Venezuela, não há uma só palavra na convocatória e na plataforma do ELAC em defesa da unidade das nações!
Num momento em que o imperialismo tudo faz para derrubar os governos Chávez, Correa e Evo, que adotam medidas, ainda que limitadas, na via da soberania nacional, como as nacionalizações, e que, por isso mesmo, se chocam com as exigências de Washington, de que lado está a Conlutas, que convoca o ELAC?
O PSTU (força hegemônica na Conlutas*), comemorou a vitória do Não no referendo constitucional do final de 2007 na Venezuela como sendo uma "vitória dos trabalhadores" , ironicamente, ao mesmo tempo em que a oposição pró-imperialista, os empresários e a embaixada dos EUA também festejavam. E agora, quando Chávez, sob pressão de greves e mobilizações do movimento operário, nacionaliza a Sidor (maior siderúrgica do país), ele segue sendo igual aos "lacaios do imperialismo" ?
É uma política oposta à necessária unidade de ação contra o imperialismo que, sem abrir mão de um milímetro da independência política dos trabalhadores e suas organizações, permite golpear juntos o inimigo comum, no caso a política do governo dos EUA e seus aliados locais.
Na convocatória do ELAC encontramos também a base da política de divisão proposta pela Conlutas: "Há outro obstáculo que temos que enfrentar: o fato que muitas organizações tradicionais dos trabalhadores da região abandonaram a perspectiva de luta de classe e abraçaram o modelo neoliberal, colaborando com os inimigos e abandonando os trabalhadores e povos à sua própria sorte".Assim se confundem as direções das organizações com as próprias organizações. Para eles, o "obstáculo" estaria nas "organizações tradicionais" , e não na eventual política de suas direções. Foi o que levou o PSTU e outros grupos a romperem com a CUT no Brasil.
É uma clara política de divisão das organizações construídas pelos trabalhadores - num momento em que elas são ameaçadas de destruição pelo imperialismo – virando as costas aos milhões que nelas se organizam, em nome da denúncia das "direções traidoras". Na verdade, é uma deserção do combate para dotar as organizações de direções mais acordes com os interesses imediatos e históricos dos trabalhadores.
Em congressos e assembléias sindicais no Brasil, os partidários da Conlutas defendem romper com a CUT para construir "a unidade da esquerda que se encontra em oposição ao governo", o que na prática, significa propor a ruptura com todos os trabalhadores que não estejam "em oposição ao governo" Lula. Se aplicarmos este método a outros países, qual seria a conseqüência?
Na Bolívia, a COB é a "organização tradicional" da classe trabalhadora. Às vésperas das heróicas lutas de outubro de 2003 que derrubaram o governo Goni, abrindo a situação que coloca a nacionalização do petróleo, do gás e das minas na ordem do dia, a COB era dirigida por um setor ligado ao governo da direita. Foi a força das lutas de massa que levou a mudanças na sua direção. E, seja qual foi a opinião que cada um tenha da atual direção da COB, nada justificaria dividi-la, nem ontem e nem hoje. Ou, para a Conlutas, a COB deveria expulsar de suas fileiras quem não for "oposição" ao governo Evo Morales? Isso seria "paralelismo" e divisão da própria COB, que deve unir os trabalhadores num terreno independente, seja qual for sua opinião sobre o governo Evo ou o seu partido MAS.
Agora mesmo, Evo convoca referendos revogatórios de seu mandato e dos prefeitos separatistas (que aplicam a política do imperialismo de destruir a Bolívia para barrar o processo revolucionário) . É indiferente que ganhe um ou outro lado? Evo é igual à oligarquia separatista? Isso quando se impõe que a COB e todas as organizações do movimento operário e popular – como já fez a Confederação dos Trabalhadores Fabris – sem abrir mão nem de suas reivindicações e nem de sua independência, mobilizem pelo voto Sim a favor de Evo e pelo Não aos prefeitos separatistas e pró-imperialistas. Não há meio termo possível!
Ao lado de sindicalistas e militantes vindos de todas as partes das Américas, inclusive dos EUA, tive a oportunidade de participar, como delegado da CUT junto com o companheiro Spis, do 2º Encontro Continental de Trabalhadores (o 1º foi em La Paz, em agosto de 2005) contra os Tratados de Livre Comércio e as Privatizações, realizado na Cidade do México entre 4 e 6 de abril deste ano. Convocados por organizações do México e de outros países, com o apoio do Acordo Internacional dos Trabalhadores (AcIT), 300 delegados, num livre debate, fixaram uma plataforma de luta que - partindo da defesa das organizações construídas pelos trabalhadores e da defesa da unidade e soberania das nações contra o imperialismo – inclui, entre outros pontos, a defesa da Pemex (estatal do petróleo no México), a defesa das medidas de nacionalização adotadas pelos governos da Bolívia e Venezuela, a condenação da invasão da Colômbia ao Equador, a solidariedade ativa com o movimento contra a guerra no Iraque, a luta do movimento negro e dos imigrantes nos EUA, a exigência dirigida a Lula de posicionamento diante de crimes cometidos pelas tropas da ONU no Haiti; a luta pela recuperação da Vale para a nação brasileira e contra os leilões do petróleo em nosso país. Esta sim é uma contribuição positiva para a unidade na luta concreta dos trabalhadores e povos contra o imperialismo, e não uma operação de divisão, como se apresenta o ELAC.
30 de maio de 2008
Julio Turra
Diretor executivo da CUT Nacional
Contatos: julioturra@cut. org.br
* Tomei conhecimento de um texto intitulado "A proposta do ELAC não ajuda a luta dos trabalhadores e dos povos latino-americanos", assinado pelo MTL, Poder Popular (P-SOL), MAS (CCLCP) e MÊS (PSOL), que apresenta "as razões pelas quais nos pronunciamos contra o Encontro tal como tem sido concebido e como está sendo executado". Merece registro que correntes que são favoráveis à unidade entre Intersindical e Conlutas, como é o caso, considerem o ELAC uma "imposição inoportuna" da direção que "hoje hegemoniza a Conlutas" (PSTU). Uma operação de divisão como esta, divide até os que estão no mesmo campo da Conlutas!
quinta-feira, 26 de junho de 2008
PT aprova moção de apoio a UNEAL
O Partido dos Trabalhadores (PT), por meio do seu Diretório Municipal em Palmeira dos Índios, se solidariza com a luta dos trabalhadores e estudantes da Universidade Estadual de Alagoas (UNEAL) que vem travando uma série de embates em busca da autonomia da Universidade, assistência estudantil e estrutura, inclusive a entrega do prédio sede do campus III (ESPI), para que possa de fato desenvolver ensino, pesquisa e extensão, reconhecendo a importância desta instituição para a gente de nossa terra. Ao mesmo tempo, repudia o descaso do governo Téo Vilela (PSDB) para com a educação superior pública, gratuita, de qualidade e laica, evidentemente expresso também em diversos outros setores administrativos.
A UNEAL é do povo de Alagoas e Alagoas precisa da UNEAL!
Partido dos Trabalhadores (PT), em 26 de Junho de 2008.
quarta-feira, 18 de junho de 2008
Contribuição da Articulação de Esquerda a Plenária da CUT/AL
Central Única dos Trabalhadores, combativa e de Luta!
A CUT nasceu das lutas dos trabalhadores brasileiros contra a ditadura militar, o arrocho salarial, em defesa dos direitos da população mais pobre, exigindo políticas públicas do Estado, e lutando pela construção de outra sociedade, justa e igualitária. Uma Central a serviço da classe trabalhadora, combativa, de luta.
Estavam presentes os operários, trabalhadores rurais e demais trabalhadores organizados. A partir do primeiro governo Lula, surgem as contradições, mesmo assim, os pobres têm no governo Lula uma expectativa de respostas às suas necessidades e reivindicações, pela sua origem social e pela identidade de classe.
Temos no país um governo em disputa, num terreno em que a luta de classes está viva, e a justificativa da governabilidade (aliança com outras forças para garantir base de apoio parlamentar) não pode servir para descaracterizar nossas propostas e concepções. A CUT deve tencionar o governo à esquerda, deixando evidente que ele não pode menosprezar as necessidades e reivindicações dos trabalhadores organizados.
A experiência acumulada e as posições que historicamente defendemos permitem que, hoje, a nossa atuação se dê a partir de premissas tais como: autonomia dos movimentos frente ao partido e ao governo, compreensão que este governo é uma conquista dos próprios movimentos, e a compreensão de que é necessário fazer críticas ao governo para que seja levada em conta a pauta reivindicações. É importante lutarmos contra os aspectos negativos do Plano de Aceleração do Crescimento e pelo aprofundamento dos positivos, principalmente projetos ligados à reforma agrária e à agricultura familiar.
Sindicalismo e a Juventude
Existe uma grande quantidade de jovens nas mais variadas categorias, mesmo assim a realidade atual do sindicalismo é a de um movimento envelhecido de aparência chata e desinteressante. Apresenta-se então a necessidade urgente de rediscutir e alterar essa concepção para que a base desorganizada visualize espaço de intervenção na direção de suas entidades.
A gravidade da preocupação com os rumos do movimento sindical se justifica porque esse é um ponto estratégico na luta contra o sistema capitalista, visto que tem potencial para abalar um dos principais pilares da dominação, a exploração da mais valia.
A CUT possui enorme responsabilidade nesse processo, com a tarefa de criar condições para atuação jovem organizada em seu interior objetivando construir consideravelmente uma ampla renovação desse movimento. O conjunto da juventude precisa encontar am espaço aberto para aplicar nele toda a sua energia militante convertendo entidades de base e a própria CUT de fato em instrumentos combativos na luta de classes, acumulando forças rumo ao socialismo.
Segurança Pública, do outro lado do muro
Os rumos dados a segurança pública sempre foram de repressão à violência e combate a criminalidade, contudo esse combate nunca atingiu as causas desses problemas. O foco repressor sempre atingiu as camadas mais pobres da população, numa perspectiva militarista que cria um clima de guerra entre os trabalhadores da segurança pública e a sociedade.
O que se deve combater é o crime de colarinho branco, como os taturanas que inviabilizam os investimentos necessários em saúde e educação. Aliado a essa política belicista, temos o desmanche do estado brasileiro na década de 90, impulsionada pela política neoliberal que desmantelou as instituições policiais numa tentativa de fortalecer cada vez mais a segurança privada, mantendo a classe média “protegida” dos bandidos.
Se faz necessária uma mudança radical nas políticas de segurança pública, devemos buscar a reestruturação das instituições que fazem a segurança pública, com a democratização das policias, seja através da valorização dos agentes de segurança, seja através de mudanças nas estruturas de comando. Nesse sentido, lutar pela criação de códigos de ética nas policia, pelo fim do ciclo de privatizações dos presídios e pela retomada da confiança entre sociedade e agentes de segurança pública.
O policial não pode mais ser visto nem tratado como inimigo da população se faz urgente demonstrar que o papel do policial é de defender todo e qualquer cidadão, independente de sua classe social. Isto passa pela capacitação dos servidores, pela estruturação real das polícias comunitárias. Essa mudança de paradigma se inicia com a implementação do PRONASCI, mas muito ainda deve ser debatido e implementado, pois este programa não trata de questões fundamentais como o nocivo processo de privatização do sistema prisional e a necessidade de unificação das polícias.
É imprescindível que a segurança pública seja uma política de estado, pautada na continuidade das ações, no fortalecimento das instituições e dos trabalhadores de segurança pública, e, acima de tudo, no resgate da importância e do respeito destes trabalhadores perante a sociedade.
Movimento Sindical: Importante Ferramenta de Transformação Social
Desde as lutas e greves na década de 80 no ABC paulista, o movimento sindical brasileiro transpõe para a classe trabalhadora um verdadeiro embate político-ideoló gico. Como fruto desse movimento surge a Central Única dos Trabalhadores (CUT). Estando exposto a este processo, podemos analisar uma verdadeira construção em torno de um modelo para o pós-neoliberalismo e a construção da consciência de classe fundamentada na afirmação do proletariado como hegemonia social.
A partir da formação estrutural da sociedade, as lutas de classe são entendidas como porta de entrada na condução do processo em curso e na relação entre as pessoas. A começar do comunismo-primitivo , a analogia transcreve que, a partir deste primeiro modo de produção, os fatores históricos de organização de classe permitem uma nova plataforma que possa atender as necessidades existentes na maioria da população.
O estabelecimento de um governo advindo da classe trabalhadora, infelizmente, não interrompeu a progressão capitalista. Nem mesmo com a ampliação de governos progressistas na América Latina se conseguiu romper com a exploração imposta pelo sistema aos trabalhadores. Isso é uma resultante de um método não compatível para compreensão e concepção do trabalhador enquanto classe.
São nestes parâmetros que os sindicatos, enquanto instrumento de defesa deste conjunto social, deve desempenhar um papel indutor de uma remodelagem na individualidade de cada militante, para que possamos edificar uma personalidade coletiva, coesa e distinta. A atrelagem a um modelo institucional, burocrático e de papel já definido, vem a retroagir os princípios fundamentais de organização. A CUT deve dispor de condições para se consolidar, através do estabelecimento dos laços com nossas bases sociais, que são históricas, como único caminho a ser trilhado em direção a um horizonte sem especulação das relações humanas, para que possamos vislumbrar o socialismo.
Nós da Articulação de Esquerda, tendência que surgiu em 1993 e desde 1997 constitui a AE Sindical, acreditamos que só a partir de um verdadeiro movimento de base, conseguiremos manter a CUT enquanto referencia dos Trabalhadores. Como organização política, social e dirigente, reafirmamos nossas posições Socialistas e Revolucionárias e estabelecemos o compromisso com a classe trabalhadora, apontando diretrizes para atuação nos sindicatos e na CUT, organizando nossa política frente às organizações sindicais Cutista.
Assinam esse documento: Alexandre Lino - SindJornal
Elida Miranda – SindJornal
Zé Carlos - SindJornal
Tiago Sandes - Urbanitários
Lucas Soares – base Sinteal
Joseane – Sindsaúde Arapiraca
Valquiria – Sindsaúde Arapiraca
Jarbas Ribeiro – Sindicato dos enfermeiros
Marcão – Sindspref
Marcondes Machado – base Sindpetro
Renato – base Sindpetro