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sexta-feira, 6 de agosto de 2010

ONU proclama Década do Combate à Desertificação


33% da superfície do planeta está comprometida por conta do fenômeno de desertificação. Para tentar mudar essa realidade, a ONU elegerá o período dos próximos 10 anos como a “Década sobre Desertos e de Combate à Desertificação”. O anúncio será feito, oficialmente, no dia 16 de agosto

Mônica Nunes/Débora Spitzcovsky
Planeta Sustentável

De acordo com dados da UNCCD – Convenção das Nações Unidas de Combate à Desertificação, mais de 100 países do mundo enfrentam, atualmente, um acelerado processo de desertificação em suas terras. No total, aproximadamente, 33% da superfície do planeta já está comprometida, atingindo a vida de cerca de 2,6 bilhões de pessoas.

Com a intenção de conter esse fenômeno e mitigar os impactos do aquecimento global nas regiões áridas e semiáridas do planeta, a ONU pretende eleger os próximos 10 anos como a “Década sobre Desertos e de Combate à Desertificação”. O anúncio oficial será na abertura da Icid 2010 – II Conferência Internacional sobre Clima, Sustentabilidade e Desenvolvimento em Regiões Áridas e Semiáridas, que acontecerá no Brasil a partir do dia 16 de agosto.


A cerimônia será presidida pelo secretário-executivo da UNCCD, Luc Gnacadja, e contará com a presença de ministros do Meio Ambiente de diversos países, entre eles, o Brasil. A intenção da medida é conscientizar os líderes mundiais sobre as dimensões alarmantes da desertificação e, assim, incentivar a criação de políticas de prevenção e de adaptação às mudanças climáticas nas áreas consideradas de risco.

De acordo com a UNCCD, o problema de degradação do solo merece atenção na América Latina, onde, anualmente, perde-se cerca de 2,7 bilhões de toneladas da camada arável do solo, o que equivale a um prejuízo de US$ 27 bilhões por ano. No Brasil, a intensa desertificação – sobretudo nos Estados do nordeste e em Minas Gerais e no Espírito Santo – causa prejuízos anuais de US$ 5 bilhões e afeta, negativamente, a vida de mais de 15 milhões de pessoas. Nesse ritmo, segundo a ONU, se as previsões do aumento da temperatura em 2ºC se concretizarem, o Brasil sofrerá sérios riscos de perder até um terço de sua economia até o ano de 2100.

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