O tremor que provocou o tsunami no Japão foi no fundo do mar, mas muito perto da superfície. Por isso mesmo, tão devastador.
Um turbilhão de carros, containeres, navios: tudo estava na mesma enxurrada. A imagem do tsunami é sempre assustadora. O tsunami é um termo japonês, que significa “onda do porto”. É uma série de ondas gigantes.
Quase sempre tem origem em um terremoto no fundo mar, também chamado de maremoto, provocado pela movimentação de placas imensas de rocha. Quando elas se movimentam, liberam uma energia enorme.
“Existe um desequilíbrio da força entre as placas. Ou ela se sobrepõe, em um acavalamento, como se fosse um degrau, ou se desloca lateralmente. Em qualquer dos casos, a quantidade de energia liberada é equivalente a centenas de bombas atômicas e faz um efeito devastador”, explica Moacyr Duarte, pesquisador da COPPE/UFRJ.
O mar sempre tem algum impacto na costa. Em uma tempestade, os ventos provocam a ressaca, com ondas altas. Mas as onda se formam e se quebram em momentos diferentes. O tsunami, não. O tsunami chega a formar uma onda com centenas de quilômetros de extensão e que avança em bloco.
O tsunami é uma onda muito veloz. O tsunami que varreu parte do litoral japonês viajou a 700 km/h, quase a velocidade de um jato comercial. Ao se aproximar da costa, a velocidade diminui, mas a altura cresce à medida que o fundo do mar fica mais raso. As ondas desta sexta-feira (11) chegaram a dez metros.
“A primeira onda leva uma grande massa de detritos. Então, ela tem uma consistência quase pastosa na sua frente pela quantidade de detritos. Os detritos no meio da onda funcionam como uma espécie de moedor”, destaca o pesquisador da COPPE/UFRJ.
O que evita uma perda de vidas ainda maior é o sistema de alarmes: um conjunto de boias em linha no meio do oceano. Nas ondas comuns, cada boia se eleva em um momento. No tsunami, todas as boias se elevam ao mesmo tempo, e é dado o alerta.
“A velocidade de deslocamento do fenômeno é muito maior do que qualquer ser humano pode se deslocar sob suas próprias pernas. Então, a um individuo desavisado, não há condição de reação diante do avanço de um tsunami”, ressalta Moacyr Duarte.
Redação: iparaiba
sábado, 12 de março de 2011
Especialista explica fenômeno que atingiu Japão
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3 comentários:
Acho incrível como a força da natureza pode causar tantos estragos, mas sabemos que isso nada mais é o resultado da ação do homem na terra.
Abraço
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