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segunda-feira, 12 de setembro de 2011

(Re) Construção da Identidade dos Povos Nativos da Etnia Xucuru-Kariri: Uma Abordagem Antropológica (parte 1)

A discussão proposta reflete a imposição imposta pelos opressores na constituição de uma nova cultura, de forma hegemonia, que é reflexo de um processo histórico em curso. O presente estudo possibilitará a compreensão dos diferentes aspectos que desencadearam a perca da identidade por parte dos povos nativos, em questão os da etnia Xucurú-Kariri, e a dialética imprimida ao longo dos anos. Espera-se que este trabalho, resultante de pesquisas documentais, entrevistas, aprofundamento teórico, visitas, levantamentos de dados geográficos e ocupacionais possam alimentar uma discussão mais ampla sobre as questões que delinearam uma defasagem cultural frente às novas diretrizes apontadas pelo sistema vigente apontando possíveis caminhos na recuperação de sua identidade cultural.

A cidade de Palmeira dos Índios está situada na mesorregião do agreste alagoano e na microrregião 115, zona fisiográfica do sertão alagoano. O município possui uma área de 462,5 Km² tendo uma altitude de 309 m. A região é marcada pela exuberância de suas serras e que influencia o clima tropical megatérmico quente e sub-úmido, do tipo seco. O território possui uma cobertura vegetal de transição entre a zona da mata e o sertão e geológicamente está situado sob o embasamento Pernambuco-Alagoas, apresenta elevadas serras evidenciando o intemperismo químico. A região ainda assenta-se uma vasta rede hídrica, com vales de solos férteis. É esse panorama que enquadra o aculturamento dos povos nativos margeado de disputas não tribais, más sim, por posseiros.
A mata da cafurna, local onde se situa o aldeamento, que significa (cafua) esconderijo, torna-se o objeto de estudo. Os Índios xucuru-kariri são nativos dos cariris, povos que ocupam uma área entre o médio e baixo São Francisco, que se deslocaram para essa região devido às investidas da colonização. Durante esse período, algumas regiões de Pernambuco também foram ocupadas, como Pesqueira, e outros se estabeleceram na Serra da Capela que pertencia à capitania de Pernambuco. A primeira forma de estabelecimento de uma nova cultura se deu por meio da crença. Segundo data de 1770, em documento publicado em 1984, frei Domingos de São José promoveu a catequese dos índios que se estabeleceram nesta região. Esse processo contínuo e ao mesmo tempo regressivo pelo modo de imposição da doutrina cristão e do Deus europeizado, desencadeou, à medida que vários povos do nordeste foram dizimados, uma acentuada perca da sua própria identidade.



A mata da cafurna, local onde se situa o aldeamento, que significa (cafua) esconderijo, torna-se o objeto de estudo. Os Índios xucuru-kariri são nativos dos cariris, povos que ocupam uma área entre o médio e baixo São Francisco, que se deslocaram para essa região devido às investidas da colonização. Durante esse período, algumas regiões de Pernambuco também foram ocupadas, como Pesqueira, e outros se estabeleceram na Serra da Capela que pertencia à capitania de Pernambuco. A primeira forma de estabelecimento de uma nova cultura se deu por meio da crença. Segundo data de 1770, em documento publicado em 1984, frei Domingos de São José promoveu a catequese dos índios que se estabeleceram nesta região. Esse processo contínuo e ao mesmo tempo regressivo pelo modo de imposição da doutrina cristão e do Deus europeizado, desencadeou, à medida que vários povos do nordeste foram dizimados, uma acentuada perca da sua própria identidade.
Ritos religiosos como o ouricuri e o tore, ainda se mantém as duras penas, vestígios esse que perduram até os dias atuais. O processo histórico que culmina na sociedade contemporânea reflete o alto grau de aculturação que vem se perpetuando em vários períodos. A descaracterização da língua, costumes, ritos e do próprio espaço geográfico caracterizam a degeneração dos povos nativos no Brasil. Com o advento do capitalismo e a adoção de políticas expansionistas, a opressão social se desencadeou propiciando um impacto radical na cultura de diversos povos, e no caso do Brasil os nativos tiveram usurpado todo seu contexto orgânico.
Uma abordagem a ser evidenciada é a necessidade de entendimento acerca da cultura como marco da organicidade das diferentes sociedades. Segundo Edward Tylor (1832-1917) no vocábulo inglês Culture, que “tomado em seu amplo sentido etnográfico é este todo complexo que inclui conhecimentos, crenças, artes, moral, leis, costumes ou qualquer outra capacidade ou hábitos adquiridos pelo homem como membro de uma sociedade”. A partir do que foi expresso por Taylor a constituição cultural está condicionada a ideia de uma oposição de aquisição inata, onde sua transmissão será reflexo do meio. Quando contextualizado o determinismo biológico como linha de investigação, pode-se avaliar a aptidão de um recém nascido, por exemplo, crescer mentalmente com hábitos adquiridos de um outro grupo familiar. Segundo Felix Keesing, “não existe correlação significativa entre a distribuição dos caracteres genéticos e a distribuição dos comportamentos culturais”. Em 1871, Taylor afirma que “a cultura se estabelece como sendo todo comportamento aprendido, tudo aqui que independe de transmissão genética”.
Portando, a dinâmica empreendida entre o processo cultural, de aculturação e consequentemente a perca da identidade é reproduzida no aldeamento da etnia Xucurú-Kariri que se torna um reflexo da construção de uma plataforma que direcione uma busca incessante no resgate do patrimônio cultural marcado pela incessante investida das novas fronteiras culturais.

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sábado, 10 de setembro de 2011

Juventude petista conquista participação em todas as instâncias


Renovação foi uma das palavras de ordem no 4º Congresso Nacional Extraordinário do PT. Tanto que a juventude conquistou o direito de participar em no mínimo 20% dos diretórios.

A coordenadora de comunicação da Juventude do PT - JPT, Carla Bezerra, vê a conquista como oportunidade para a renovação da política. “A gente sai daqui com um Partido mais de esquerda, mais militante, mais democrático, muito mais preparado para os desafios que a gente vai enfrentar pela frente. A questão da renovação das direções com a questão da cota para jovem é sem dúvida um avanço para um Partido que vinha envelhecendo”.

Com participação garantida nas próximas eleições dos diretórios do PT, a juventude petista vê a oportunidade para extrapolar as barreiras da sigla. Uma das metas da organização é debater nas ruas a Reforma Política. “Quero aproveitar esse momento para convocar, e mobilizar toda a juventude brasileira do Partido dos Trabalhadores, da base aliada, para vir somar conosco nessa campanha da Reforma Política, porque temos que estar inseridos para discutir com o povo, com a sociedade, com a militância, e com a base, o que nós queremos de melhor, o que nós podemos fazer para melhorar essa questão da Reforma Política que não pode ser pautada só lá pelo Congresso, mas sim pela base, pelo povo, pela juventude, e nós estamos encampando e convocando a todos e a todas, que venham participar desse processo único e momentâneo”, diz o secretário nacional de juventude do PT, Valdemir Pascoal.

O tema da Reforma Política é praticamente um consenso para o debate na juventude petista. Como afirma o coordenador de finanças da JPT, Davi Fernandes, “Saímos desse Congresso fortalecidos, para fazer a disputa da Reforma Política na sociedade, para que cada cidadão saiba o que tem que fazer para mudar esse regime político que tanto reclamam”.

Para a coordenadora de movimentos sociais da JPT, Marccella Berte, o momento é de mobilização. “Acho que a juventude tem que se engajar na campanha pela Reforma Política, defender o financiamento público de campanha, e garantir autonomia política para as mulheres, para os jovens, para os negros, negras e indígenas desse país. A gente precisa avançar na democracia brasileira, aprofundar as mudanças desse país, com uma Reforma Política que garanta mais representatividade”.



Próximos passos

Com a conquista de cotas para a juventude aprovada, o momento agora é de organização, afinal, nas próximas eleições para os diretórios do PT a juventude deve participar. “Nós vamos ter cerca de 18 jovens no Diretório Nacional, isso vai representar a possibilidade de renovação do Partido, de trazer novas pautas, novas formas de diálogo, de fazer política. E nós achamos então que essa possibilidade que se abriu com os 20% é uma grande oportunidade para transformar e repensar o Partido”, diz o presidente do Conselho Nacional de Juventude, Gabriel Medina.

Outra intenção é ganhar as ruas, como afirma a coordenadora de organização da JPT, Vivian Farias, “O PT hoje transformou a vida da juventude, das jovens mulheres, dos jovens trabalhadores rurais, emancipou a condição política da juventude brasileira. E isso que estamos construindo no Partido é o que vamos construir para a juventude brasileira. Não só no parlamento, mas acima de tudo nas ruas, nos movimentos sociais, com muita militância”.

Mas não só ganhar as ruas, e sim assumir cargos eletivos, como sugere a Secretária Nacional de Juventude do Governo Federal, Severine Macedo: “É importante dentro do processo de mobilização fazer uma construção permanente dentro do Partido para que a juventude seja contemplada, e possa estar também nos espaços de participação política do Executivo e do Legislativo”.

(Portal do PT)

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sexta-feira, 5 de agosto de 2011

Núcleo de Estudos Josué De Castro realiza Seminário Nacional


Evento vai homenagear o Geógrafo Milton Santos e debater legado deixado por ele.

Juntando-se a numerosas instituições de ensino e de pesquisa, no Brasil e no exterior que nesse ano de 2011 lembram 10 anos de ausência do geógrafo brasileiro Milton Santos, o Núcleo de Estudos Josué de Castro estará promovendo no período de 22 a 24 de agosto, o Seminário Nacional – Milton Santos: 10 Anos Depois: Entre a Saudade e a Perenidade do Pensamento de um Geógrafo Cidadão, no Campus I da Universidade Estadual de Alagoas, em Arapiraca.

Na ocasião, estarão reunidos em Arapiraca importantes nomes da Geografia brasileira – professores e pesquisadores que conviveram com o eminente Mestre e desenvolvem atividades de ensino e pesquisa tomando como aporte as suas teorias.



Para o professor Antonio Alfredo Teles de Carvalho, coordenador do Núcleo de Estudos Josué de Castro e idealizador do seminário, “este, certamente, será um dos mais importantes eventos dentre os muitos realizados no país para homenagear Milton Santos e debater o seu legado no decorrer desse ano. Além, é claro, de constituir um marco para a Geografia alagoana”, afirma.

As inscrições, em número limitado, poderão ser feitas no próprio Núcleo de Estudos Josué de Castro ou através do email: nejc-uneal@hotmail.com.

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terça-feira, 12 de julho de 2011

Professor Tiago Sandes irá apresentar trabalho no V Simpósio Internacional de Geografia Agrária e VI Simpósio Nacional de Geografia Agrária


Parecer sobre o resumo expandido - “V Simpósio Internacional de Geografia Agrária e VI Simpósio Nacional de Geografia Agrária”

A Comissão Científica do “V Simpósio Internacional de Geografia Agrária – VI Simpósio Nacional de Geografia Agrária” apreciou o resumo intitulado: “CONFLITOS E LUTAS DE CLASSE NA ORGANIZAÇÃO DO ESPAÇO AGRÁRIO ALAGOANO”que vossa senhoria submeteu ao evento sendo o seu parecer final favorável à aceitação do mesmo.



Despedimos-nos com os nossos melhores cumprimentos,
Cordialmente,
Prof. Dr. João Santos Nahum
Coordenador Geral do SINGA 2011
http://singa2011.ufpa.br/

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sexta-feira, 24 de junho de 2011

Diretor do Banco Mundial visita São Raimundo Nonato



Makhtar Diop veio acompanhado do governador Wilson Martins e foi recebido pelo Prefeito Herculano, Sec. Kleisan Negreiros e pela arqueóloga Niéde Guidon.

O diretor do Banco Mundial no Brasil, Makhtar Diop, visitou o municipio de São Raimundo Nonato durante a tarde dessa quinta (23/06). Makhtar Diop veio acompanhado do governador do Piauí, Wilson Martins.
Makhtar foi recebido pelo prefeito de São Raimundo Nonato, Padre Herculano Negreiros, pelo Superintendente de Planejamento Participativo da Secretaria de Planejamento do Governo do Estado do Piauí, Kleisan Negreiros e pela arqueóloga Niéde Guidon.

Makhtar Diop conheceu a obra do Aeroporto Internacional de São Raimundo Nonato e ficou admirado com a estrutura que está sendo construida e em seguida visitou o Museu do Homem Americano, aonde as arqueólogas Niéde Guidon e Anne-Mari apresentaram um pouco do trabalho desenvolvido pela Fumdham.

Em seguida o diretor do Banco Mundial, conheceu a Cerâmica Serra da Capivara aonde comprou alguns produtos. Makhtar encerrou a visita na Serra da Capivara, onde viu as figuras rupestres.



Em entrevista Makhtar falou sobre o apoio do Banco Mundial, sobretudo no meio ambiente, educação, desenvolvimento sustentável, regularização da terra, à população quilombola.

A visita de Makhtar decide a parceria em que na semana passada a Assembleia Legislativa do Piauí autorizou o Governo do Estado a contratar um empréstimo de US$ 500 milhões (R$ 880 milhões) junto ao BIRD (Banco Internacional de Reconstrução e Desenvolvimento), instituição que integra o Banco Mundial.

O recursos serão utilizados para pagar a dívida pública acumulada do estado, cuja taxa de juros é de 16%. Durante reunião na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) e na Comissão de Finanças da Alepi, quando da aprovação do empréstimo pelo Banco Mundial, os secretários de Fazenda, Silvano Alencar, e de Planejamento, Sérgio Miranda, explicaram que os juros cobrados para pagamento do empréstimo são bem inferiores aos da dívida pública, o que torna a operação vantajosa para os cofres estaduais. A taxa cobrada pelo Banco Mundial é variável, mas possui um teto de 5%.

Com saoraimundo.com

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sexta-feira, 17 de junho de 2011

Inscrições abertas para o Desafio National Geographic Brasil 2011


O que é/Como participar

O que é

Desafio National Geographic é a maior olimpíada de Geografia do Brasil. Em sua quarta edição, o evento integra o projeto Viagem do Conhecimento, idealizado pela revista National Geographic Brasil e realizado pela Editora Abril.



Objetivos


- Estimular jovens estudantes de Ensino Fundamental e Ensino Médio, com seus núcleos familiares e escolares, a conhecer melhor o espaço, o país e o mundo onde vivem;

- Disseminar a cultura de viagem como experiência para ampliar o conhecimento do Brasil e do mundo;

- Contribuir para a melhoria da qualidade de ensino da disciplina de Geografia e áreas afins;

- Propiciar o enriquecimento do trabalho de professores em escolas públicas e particulares, contribuindo para sua valorização profissional;

- Incentivar estudantes e educadores a avaliarem as relações sociedade-natureza sob uma perspectiva crítica, ética, solidária e sustentável.



Como participar

- O Desafio National Geographic 2011 é aberto a alunos regularmente matriculados no oitavo e nono anos (antigas sétima e oitava séries) do Ensino Fundamental e na primeira série do Ensino Médio.

- Alunos não podem se inscrever individualmente. As inscrições das escolas devem ser feitas pelo professor de Geografia, coordenador pedagógico, vice-diretor ou diretor. Basta clicar em FAZER INSCRIÇÃO. Este educador passa então a ser o responsável por todas as atividades do concurso na escola. Ele terá uma senha exclusiva que permitirá o acesso à Área Restrita, onde poderá fazer o download de provas, certificados e sugestões de atividades relacionadas.

- Uma mesma escola não pode se inscrever mais de uma vez.

- O Desafio é realizado em três etapas: Local, Regional e Final, conforme previsto no Calendário.

- Na fase Local, o próprio educador responsável se encarrega de baixar, imprimir, aplicar e corrigir as provas disponibilizadas na Área Restrita.

- Na fase Regional, os alunos selecionados se deslocam para Escolas-Sedes, responsáveis por aplicar as provas. Nesta etapa, a organização do Desafio imprime e envia as provas para cada Escola-Sede.

- Todas as escolas inscritas podem se candidatar voluntariamente a Escola-Sede. Basta preencher o Formulário na Área Restrita.

- A Fase Final será realizada em uma cidade brasleira indicada pelo Comitê Gestor, as provas são impressas, aplicadas e corrigidas pela Equipe Pedagógica do Desafio.


O que estudar

Os principais assuntos que serão contemplados nas provas do Desafio 2011 podem ser pesquisados na Matriz de Referência, como relações sociedade-natureza, usos dos recursos naturais, sustentabilidade, cidades, patrimônios culturais da humanidade, inovações nos sistemas de energia, transportes, comunicações e informações, a mobilidade espacial e a constituição de uma escala global de relações humanas, além de habilidades de leitura, produção e interpretação de mapas e textos em diferentes gêneros.


Calendário

6/6 Início das inscrições

29/7 Término das inscrições

3/8 Download da 1ª prova disponível na área restrita do www.viagemdoconhecimento.com.br

10/8 1ª prova – Fase Local

12/8 Divulgação do gabarito da Fase Local

12/8 Divulgação das escolas-sede da Fase Regional

19/8 Prazo final para cadastramento dos alunos para a Fase Regional

2/7 Início do envio da prova da Fase Regional para as escolas-sede

24/9 Realização da prova Fase Regional

30/9 Prazo final para envio dos gabaritos daFase Regional

15/10 Prazo final para correção dos gabaritos da Fase Regional

20/10 Divulgação dos finalistas para Fase Final

17 a 20/11 Fase Final e evento de premiação


Acesse Calendário e acompanhe as etapas do Desafio em detalhes



Prêmios

Os alunos selecionados nas fases Local e Regional são premiados com uma viagem à cidade indicada pelo Comitê Gestor para sediar a Fase Final, acompanhados de seus pais e professores responsáveis, onde será disputada a Fase Final. Haverá uma intensa programação cultural pelos principais pontos turísticos da cidade, além de um Trabalho de Campo acompanhado pela Equipe Pedagógica do Viagem do Conhecimento.


Regulamento

É importante que todos leiam atentamente o Regulamento do Desafio.

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quinta-feira, 9 de junho de 2011

CONFLICTOS Y LUCHAS DE CLASES EN LA ORGANIZACIÓN DE ALAGOAS ESPACIO AGRARIO


*Tiago Sandes Costa


O uso da Terra surge a partir de sua utilização como força de trabalho no qual sua função é o próprio trabalho. Tendo como base a teoria de Darwin, foi a partir dessa evolução que o homem se aperfeiçoou por meio do trabalho.
No mundo contemporâneo, onde os meios de produção estão vinculados à concentração e a especulação, a terra é vista como fator incondicional para se deter o status quo por meio do poder econômico, político e social. Os conflitos fundiários e sua regulamentação transpõem uma série de contradições a partir da atuação de agentes políticos que condicionam programas de reforma agrária como mera moeda de troca com o grande latifúndio improdutivo.
O fato de haver uma grande distorção na distribuição da terra e o abismo fundado no campo instiga o estudo para discutir os pontos que influenciam esse processo histórico e condiciona uma estrutura fundiária baseada na grande propriedade privada.
Assim, com o fim da era Vargas (década de 40), o Brasil passa por um período histórico importante no tocante a reforma agrária. As discussões antes suprimidas pela conjuntura opressiva desse período desencadearam a reorganização da luta no campo e a construção de uma plataforma para reestruturação no campo. Na década seguinte surgem as Ligas camponesas, lideradas pelo pernambucano Francisco Julião, que impunha a bandeira da resistência frente às investidas do agronegócio. Cronologicamente na década de 60 temos a criação da Superintendência de Reforma Agrária, em Outubro de 1964 o Estatuto da terra e o Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (INCRA), década de 80 a criação do Ministério da Reforma agrária e do Plano Nacional de Reforma Agrária, em 1988 é inserido o texto sobre reforma agrária na constituição e na década de 90 a criação do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST). A luta pela terra, a partir de meados dos anos 80, passou a ser conduzida por uma organização não sindical, o Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST). No bojo do surgimento dessa organização estavam as lutas pela terra que, após o período de silêncio a que os atores sociais foram submetidos durante a Ditadura Militar, e na recusa à colonização, tiveram reinicio em 1978 no estado do Rio Grande do Sul. (Gehlen, 1983)



Nesta perspectiva observa-se que o processo de ocupação territorial é histórico, desde a divisão das capitanias passando pela doação de terras, chamadas Sesmarias, que se introduziu o perfil dos plantations na estrutura agrária brasileira. Em contexto geral, a moldura agrária permanece indissolúvel e atende as perspectivas capitalistas de modo a propiciar um domínio sobre a terra e um controle sobre os meios de produção mantendo-a como um negócio rentável e que atende ao lucro e a especulação.
Dessa forma, esta temática tem por objetivo fazer uma análise sobre os conflitos no campo que proporcionaram a atual redefinição territorial, para tanto, foram utilizados fontes bibliográficas, artigos e jornais. Além disso, a Geografia Agrária vem dar uma importante contribuição através dos trabalhos como os do autor Ramos (1995) à medida que, centraliza o debate situacional dentro dos aspectos relacionados à ocupação do território e sua territorialidade.
Os grupos dominantes no espaço social agrário que ocupam, enquanto uma burguesia agrária, uma posição de domínio, na esfera econômica, social e política. Podemos caracterizar a burguesia agrária como uma fração das classes dominantes cuja especificidade é dada pela apropriação da terra (por propriedade, arrendamento ou ocupação) e pela inversão de capital no processo de trabalho agropecuário. Podemos ainda identificar alguns grupos dentro da burguesia agrária, desde os grandes proprietários de terras até os empresários rurais, com diversos ramos produtivos e com variados perfis tecnológicos. (RAMOS, 1995, p. 235).
O problema é bastante evidente no tocante a concentração de terras em Alagoas, e esse contexto irá criar uma disparidade econômica muito grande proporcionando um abismo social, já que grande parte, estão concentradas nas mãos de latifundiários dos setores sucroalcooleiro e agropecuarista. Essa concentração provoca um debate eminente do uso da terra, partindo do princípio da supremacia na produção de alimentos e que atenda as demandas sociais de combate a fome e a miséria.
Portanto, a terra deve atender a uma razão social. Além disso, a centralidade do discurso é pertinente quanto a alocação da monocultura resultante do antropismo causando impactos ambientais em larga escala. A expansão canavieira em Alagoas reproduz um cenário cada vez mais evidente em nosso país, proporcionando a transformação da paisagem, destruindo a vegetação nativa, primeira natureza, em um cenário de desagregação socioambiental onde um exemplo enfático se explicita na mão-de-obra semi-escrava e na terra improdutiva.
A contemporaneidade nos remete que a ocupação dessas terras é resultado de um processo histórico, em que a opressão de classes disseminou espacialmente a redefinição territorial no Estado. A abordagem histórica nos impulsiona sobre a importância dos movimentos sociais do campo, na luta por uma reforma agrária de fato, pela reordenação territorial, contra a opressão e violência no campo, por uma agricultura sustentável e pelo fim da propriedade privada.
Todavia, a pressão sofrida pelo campesinato é extremamente evidente pela atuação das diversas ferramentas de opressão social propiciada pelo Estado.
Diante disso, temos uma delimitação que nos retrata intensos conflitos agrários no eixo campo X Estado X propriedade privada, onde a proposta de reforma agrária abre um leque para o aprofundamento do processo democrático em curso. As lutas de classe pertencem a uma cronologia na produção do espaço, no qual essa ação histórica nos conduz a avaliar as mais variadas formas de relações sociais, modos de viver, além de possibilitar uma intervenção mais equânime e solidária reconduzindo a uma nova forma de organização social.

* é professor auxiliar da Universidade Federal do vale do São Francisco - UNIVASF



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sábado, 28 de maio de 2011

A IV Semana do Meio Ambiente do Colégio Cenecista Santana será marcada por palestras e apresentação de trabalhos por parte da comunidade estudantil


A IV Semana do Meio Ambiente do Colégio Cenecista Santana será realizada durante os dias 1 e 2 de Junho no tênis clube em Santana do Ipanema. Com o tema água e meio ambiente, a programação contará com palestras e apresentação de trabalhos coordenados pelos professores e coordenadores. Segundo o professor Gênisson Amorim, professor de Geografia e idealizador do projeto, "se faz necessário fazer um embate ideológico sobre a usurpação dos recursos naturais pela contextualização que o sistema capitalista nos impõe, propiciando uma alienação cultural voltada para o consumismo. Depois de debater temas como aquecimento global em 2008, crise mundial e ambiental em 2009 e sustentabiliodade em 2010, sua IV edição irá expor a atuação situacional do antropismo no meio natural", afirma. O Colégio Cenecista Santana em sua metodologia tem a preocupação de contemplar questões relacionadas ao meio em que o aluno está inserido de forma participativa sendo capaz de estabelecer relações, interagir, transformar, reelaborar e agir no meio em que vive e em outras realidades. Diante disso, a escola realiza a Pesquisa Participante através de visitas a toda a comunidade escolar investigando suas preocupações, sonhos e anseios. Destacam-se as relacionadas com o caráter e dignidade, a importância da escola na formação do cidadão, sem esquecer, nunca, que o sustento vem da terra.



Duarante os dois dias, alunos do ensino fundamental e médio irão discutir temas voltados a temática. Alunos do 1º ano B, sob co-orientação da professora Juliana Antero, determinarão como ocorrem os processos intempéricos resultantes da ação antrópica além de uma peça que retratará as relações homem-natureza, natureza-homem. As palestras darão o tom das discussões durante os dois dias, que tratarão sobre as questões ligadas a água e ao meio ambiente e serão proferidas pelo professor Clóvis Albérico Ramos, do IFAL, e Filipe Cavalcante, professor do Complexo Educacional Agostiniano em Palmeira dos Índios.

Prezados

Segue informações referentes ao 1º Simpósio de educação ambiental da UNEAL no campus III que acontecerá de 07 a 10 de Junho em comemoração ao Dia Mundial do Meio Ambiente.
As vagas são limitadas e as pessoas interessadas devem entrar em contato com a Comissão Organizadora através do e-mail: cienciasbiologicas_uneal@hotmail.com
ou pelo telefone (82) 88149737
para realizar sua inscrição que custa 20,00. Todo o evento corresponde a 40 horas de atividades complementares.

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5 de Junho, água e Meio Ambiente


O Dia Mundial do Meio Ambiente é comemorado em 5 de junho. A data foi recomendada pela Conferência das Nações Unidas sobre Meio Ambiente, realizada em 1972, em Estocolmo, na Suécia. Por meio do decreto 86.028, de 27 de maio de 1981, o governo brasileiro também decretou no território nacional a Semana Nacional do Meio Ambiente.
Neste 5 de junho, dia do Meio Ambiente, é importante lembrarmos alguns dados que refletem a difícil situação mundial em relação ao uso dos 2,5% de água doce disponíveis no planeta. Segundo relatório da Unesco, órgão da ONU para a educação e responsável pelo Programa Mundial de Avaliação Hídrica, mais de um sexto da população mundial, ou o equivalente a 1,1 bilhão de pessoas, não tem acesso ao fornecimento de água doce.
Dos exíguos 2,5% de água doce existentes no mundo, porém, apenas 0,4% estão disponíveis em rios, lagos e aqüíferos subterrâneos – a Terra possui cerca de 1,39 bilhões de km 3 de água, distribuídos em mares, lagos, rios aqüíferos, gelo, neve e vapor. A situação tende a piorar, com o desmatamento, a poluição ambiental e as alterações climáticas dela decorrente: estima-se que será reduzido em um terço o total de água doce disponível no mundo. Enquanto isso, ações que poderiam reduzir o desperdício desse líquido cada vez mais raro e, portanto, precioso, demoram a ser tomadas pelas diferentes esferas governamentais.



Sabe-se que o maior consumo de água doce é na agricultura, responsável por 69% do uso, e que as grandes metrópoles têm edificações com sistemas hidrossanitários (bacias e válvulas sanitárias, torneiras, chuveiros, entre outros) gastadores.
Ações globais e estruturais, como a irrigação por gotejamento, em vez da usual por aspersão, e o incentivo à implantação de programas de uso racional da água economizariam milhões de metros cúbicos, evitando assim a necessidade de novos reservatórios de água, caros e que prejudicam o meio ambiente, ao derrubar matas ciliares com o alagamento.
As medidas de incentivo à troca de equipamentos gastadores por outros, economizadores – como bacias e válvulas que consomem 6 litros por acionamento, em vez dos 12 ou até mais de 20 litros por acionamento consumidos pelos equipamentos defasados, a instalação de arejadores e restritores de vazão em torneiras e chuveiros, entre outros, são instrumentos bem-sucedidos de diminuição do consumo.
Os equipamentos economizadores estão disponíveis – e obrigatórios, por norma da ABNT - em nosso país desde 2003. Programas racionalizadores já foram adotados em Nova York e Austin, nos EUA, e Cidade do México. Nova York instalou, entre 1994 e 1996, mais de um milhão de bacias sanitárias economizadoras, com incentivo aos moradores e empresários para as trocas, e passou a poupar 216 milhões de litros de água por dia.
Enquanto isso, no Brasil temos campanhas esporádicas para diminuir o consumo de água, rapidamente abandonadas assim que acaba a eventual seca e os reservatórios estão cheios. Isto foi o que aconteceu em São Paulo , em 2004, quando os cidadão foram premiados com desconto de 20% em suas contas de água se atingissem as metas de redução. Alguns prédios públicos também trocaram suas instalações hidrossanitárias gastadoras por outras, economizadoras. Há, porém, a necessidade de implementarmos programas duradouros e permanentes de incentivo à redução do consumo de água.
A concessionária Sabesp, que atende a maior parte dos municípios paulistas, por exemplo, desenvolve atualmente um projeto que custará cerca de R$ 100 milhões para trocar dutos antigos, cuja deterioração provoca vazamentos e perdas de água estimados em 34% do total produzido. Embora louvável, a preocupação da concessionária paulista em diminuir suas perdas e, portanto, aumentar o lucro de seus acionistas, deveria se traduzir também em ações que beneficiassem o consumidor final e o contribuinte diretamente, como os programas de uso racional da água e o incentivo à troca de equipamentos obsoletos por outros, economizadores.
O governo federal, por sua vez, poderia desenvolver programas de educação e incentivo aos agricultores que adotassem o método de gotejamento na irrigação, poupando outros essenciais milhões de metros cúbicos de água. Assim, projetos como o da transposição das águas do rio São Francisco, com investimento estimado em cerca de R$ 4,5 bilhões pelo governo federal, poderiam ser melhor aproveitados. A implementação desses programas, de racionalização do uso da água e da irrigação por gotejamento, resultaria em benefícios econômicos, sociais e ambientais para a sociedade como um todo.

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sábado, 14 de maio de 2011

Petistas querem ampliar debate sobre Código Florestal


Parlamentares da bancada do PT na Câmara defenderam em plenário o debate sobre o novo Código Florestal (PL 1876/99 e outros), em tramitação na Casa. Para o deputado Valmir Assunção (PT-BA) "essa é uma pauta de fundamental importância diante da crise ambiental e climática que presenciamos nos últimos anos". De acordo com ele, o debate sobre o tema não envolve apenas ambientalistas e ruralistas.

"A agricultura familiar e camponesa também faz parte deste debate e é necessário ouvi-los, pois eles são os verdadeiros responsáveis pela produção de alimentos saudáveis neste país. Por isso mesmo, que a Via Campesina, uma articulação internacional de movimentos camponeses, e a Fetraf, além de movimentos ambientalistas e movimentos sindicais urbanos são contra a alteração do Código Florestal", disse Valmir Assunção.



Para o deputado, os que hoje lutam pela alteração do Código Florestal não estão atuando em defesa da agricultura familiar e camponesa, muito menos em defesa do meio ambiente. "Os representantes do agronegócio insistem em jogar todo mundo no mesmo bolo, o que confunde a cabeça da sociedade brasileira. Este modelo de agricultura representando pelo agronegócio é destruidor de nossas terras, de nossas nascentes e de nossa natureza. Visam o lucro de qualquer maneira, grilam terras públicas, desmatam áreas proibidas, não respeitam os direitos trabalhistas e, muitas vezes, utilizam-se de trabalho escravo", destacou Valmir Assunção.

O parlamentar petista defendeu outro modelo de agricultura. "Baseado no respeito ao meio ambiente, na agricultura camponesa e familiar".

Para a deputada Luci Choinacki (PT-SC) "um trabalho importante é olhar o Código a partir da vida do ser humano, do planeta, da produção, colocando também a diferença do agronegócio e da agricultura familiar, até porque são culturas diferentes. Muitas vezes há essa dificuldade de compreensão, de não reconhecer que as formas de produção dos ribeirinhos, dos assentados, dos pequenos agricultores familiares, dos quilombolas representam uma forma cultural diferente no Brasil".

Na avaliação da parlamentar petista é preciso resolver "com bom senso" a questão. "Precisamos discutir o Código Florestal e votar buscando preservar a diversidade que temos no Brasil e recuperar o que já foi destruído. Não se pode desmatar e esquecer o que foi destruído porque isso tem um custo social e econômico muito grande para o Brasil", disse Luci Choinacki.

Gizele Benitz

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