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segunda-feira, 12 de setembro de 2011

(Re) Construção da Identidade dos Povos Nativos da Etnia Xucuru-Kariri: Uma Abordagem Antropológica (parte 1)

A discussão proposta reflete a imposição imposta pelos opressores na constituição de uma nova cultura, de forma hegemonia, que é reflexo de um processo histórico em curso. O presente estudo possibilitará a compreensão dos diferentes aspectos que desencadearam a perca da identidade por parte dos povos nativos, em questão os da etnia Xucurú-Kariri, e a dialética imprimida ao longo dos anos. Espera-se que este trabalho, resultante de pesquisas documentais, entrevistas, aprofundamento teórico, visitas, levantamentos de dados geográficos e ocupacionais possam alimentar uma discussão mais ampla sobre as questões que delinearam uma defasagem cultural frente às novas diretrizes apontadas pelo sistema vigente apontando possíveis caminhos na recuperação de sua identidade cultural.

A cidade de Palmeira dos Índios está situada na mesorregião do agreste alagoano e na microrregião 115, zona fisiográfica do sertão alagoano. O município possui uma área de 462,5 Km² tendo uma altitude de 309 m. A região é marcada pela exuberância de suas serras e que influencia o clima tropical megatérmico quente e sub-úmido, do tipo seco. O território possui uma cobertura vegetal de transição entre a zona da mata e o sertão e geológicamente está situado sob o embasamento Pernambuco-Alagoas, apresenta elevadas serras evidenciando o intemperismo químico. A região ainda assenta-se uma vasta rede hídrica, com vales de solos férteis. É esse panorama que enquadra o aculturamento dos povos nativos margeado de disputas não tribais, más sim, por posseiros.
A mata da cafurna, local onde se situa o aldeamento, que significa (cafua) esconderijo, torna-se o objeto de estudo. Os Índios xucuru-kariri são nativos dos cariris, povos que ocupam uma área entre o médio e baixo São Francisco, que se deslocaram para essa região devido às investidas da colonização. Durante esse período, algumas regiões de Pernambuco também foram ocupadas, como Pesqueira, e outros se estabeleceram na Serra da Capela que pertencia à capitania de Pernambuco. A primeira forma de estabelecimento de uma nova cultura se deu por meio da crença. Segundo data de 1770, em documento publicado em 1984, frei Domingos de São José promoveu a catequese dos índios que se estabeleceram nesta região. Esse processo contínuo e ao mesmo tempo regressivo pelo modo de imposição da doutrina cristão e do Deus europeizado, desencadeou, à medida que vários povos do nordeste foram dizimados, uma acentuada perca da sua própria identidade.



A mata da cafurna, local onde se situa o aldeamento, que significa (cafua) esconderijo, torna-se o objeto de estudo. Os Índios xucuru-kariri são nativos dos cariris, povos que ocupam uma área entre o médio e baixo São Francisco, que se deslocaram para essa região devido às investidas da colonização. Durante esse período, algumas regiões de Pernambuco também foram ocupadas, como Pesqueira, e outros se estabeleceram na Serra da Capela que pertencia à capitania de Pernambuco. A primeira forma de estabelecimento de uma nova cultura se deu por meio da crença. Segundo data de 1770, em documento publicado em 1984, frei Domingos de São José promoveu a catequese dos índios que se estabeleceram nesta região. Esse processo contínuo e ao mesmo tempo regressivo pelo modo de imposição da doutrina cristão e do Deus europeizado, desencadeou, à medida que vários povos do nordeste foram dizimados, uma acentuada perca da sua própria identidade.
Ritos religiosos como o ouricuri e o tore, ainda se mantém as duras penas, vestígios esse que perduram até os dias atuais. O processo histórico que culmina na sociedade contemporânea reflete o alto grau de aculturação que vem se perpetuando em vários períodos. A descaracterização da língua, costumes, ritos e do próprio espaço geográfico caracterizam a degeneração dos povos nativos no Brasil. Com o advento do capitalismo e a adoção de políticas expansionistas, a opressão social se desencadeou propiciando um impacto radical na cultura de diversos povos, e no caso do Brasil os nativos tiveram usurpado todo seu contexto orgânico.
Uma abordagem a ser evidenciada é a necessidade de entendimento acerca da cultura como marco da organicidade das diferentes sociedades. Segundo Edward Tylor (1832-1917) no vocábulo inglês Culture, que “tomado em seu amplo sentido etnográfico é este todo complexo que inclui conhecimentos, crenças, artes, moral, leis, costumes ou qualquer outra capacidade ou hábitos adquiridos pelo homem como membro de uma sociedade”. A partir do que foi expresso por Taylor a constituição cultural está condicionada a ideia de uma oposição de aquisição inata, onde sua transmissão será reflexo do meio. Quando contextualizado o determinismo biológico como linha de investigação, pode-se avaliar a aptidão de um recém nascido, por exemplo, crescer mentalmente com hábitos adquiridos de um outro grupo familiar. Segundo Felix Keesing, “não existe correlação significativa entre a distribuição dos caracteres genéticos e a distribuição dos comportamentos culturais”. Em 1871, Taylor afirma que “a cultura se estabelece como sendo todo comportamento aprendido, tudo aqui que independe de transmissão genética”.
Portando, a dinâmica empreendida entre o processo cultural, de aculturação e consequentemente a perca da identidade é reproduzida no aldeamento da etnia Xucurú-Kariri que se torna um reflexo da construção de uma plataforma que direcione uma busca incessante no resgate do patrimônio cultural marcado pela incessante investida das novas fronteiras culturais.

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