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quinta-feira, 4 de dezembro de 2008

Fazendeiros desviam água da adutora e deixam cidade com sede


A prática é antiga, as autoridades sabem da irregularidade, mas ninguém dá jeito. Trata-se do desvio de água das adutoras, no Sertão, para irrigação de fazendas no percurso da tubulação – que é furada por especialista em disfarce.

Ou, então, está difícil de punir os culpados.

Quem sofre é a população das cidades. Em Belo Monte, por exemplo, a água aparece nas torneiras três dias na semana – e o incrível é que a cidade é banhada pelo Rio São Francisco. Um morador da cidade ligou para o Tudo na Hora pedindo para fazer uma matéria sobre o desvio da água das adutoras no Sertão e decidimos antecipar a denúncia.

Certa vez acompanhei uma blitz do juiz de Santana do Ipanema que flagrou desvio de água em propriedades rurais cortadas pelas adutoras. A água desviada serve para irrigação, para beber e para encher açudes e piscinas.

A Companhia de Água e Saneamento (Casal) alega não poder evitar o problema porque não tem pessoal para atuar na fiscalização intensiva. Pode ser, mas há também o compadrio – muitos dos fazendeiros que desviam a água são aliados; são correligionários – e só assim se explica o motivo de o problema continuar impunemente.

Adotando a lei da vantagem em tudo, esses fazendeiros tornaram-se a casta privilegiada do Sertão – eles usam a água à vontade e não pagam um tostão. Para eles a seca não é problema – é solução: quando todos os roçados estão secos, os seus vicejam num verde desproporcional.

Mas, é assim mesmo: uns nasceram para padre, outros pra padecer.

Roberto Vila Nova

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