“Se há uma saída sustentável e que impacta menos o Planeta frente às mudanças radicais que estamos enfrentando do ponto de vista ambiental, essa saída é a agricultura familiar. Nesse sentido, o agronegócio é conservador, predatório, não resolvendo o problema da fome, porque virou commoditie, ou seja, produto de aposta em mercado futuro; em suma, é um dos elementos que está gerando a crise dos alimentos no mundo.” A opinião é da antropóloga Iara Pietricovsky de Oliveira, mestre em Ciência Política, pela Universidade de Brasília (UnB), e membro do Colegiado de Gestão do Instituto de Estudos Sócio-Econômicos (Inesc) do Brasil, em entrevista concedida por telefone à IHU On-Line.
Ao avaliar a Rodada Doha, Iara considera a proposta do acordo ruim para os trabalhadores brasileiros. Para ela, “os únicos beneficiários serão aqueles que já são beneficiários pelo sistema internacional de comércio, aqueles que estão atuando de forma predatória”. E dispara: “Foi um sucesso o fato de não ter havido acordo nessa Rodada”.
Confira a entrevista.
Por que se posicionar contra a Rodada Doha?
Porque a Rodada Doha deveria ter sido uma rodada de debates sobre o tema do desenvolvimento, ou seja, um encontro para equalizar e resolver o problema dos países que têm altos índices de pobreza e desigualdade. Estas questões deveriam ter sido consideradas para resolver, por meio do comércio, o tema do desenvolvimento. No entanto, ela tem sido uma rodada de negociações da União Européia, do Japão e dos Estados Unidos, no sentido de ganhar mercado e manter privilégios, em contrapartida à abertura total dos mercados dos países em desenvolvimento, sem garantias de que sejam realizadas políticas capazes de promover o desenvolvimento e resolvam os problemas da desigualdade. É por isso que olhamos criticamente a Rodada Doha.
Nesta reunião, o governo brasileiro, que se identifica com a esquerda, tratou de assuntos que envolviam principalmente os interesses do agronegócio brasileiro. Que caminho o Brasil está trilhando com sua política internacional?
Eu não classificaria o governo como de esquerda ou de direita, porque no jogo internacional existem interesses nacionais que estão sendo debatidos numa arena onde ninguém é generoso ou espera atitudes mais ou menos flexíveis da parte de ninguém. O que se espera é que se construam regras eqüitativas que mostrem que naquela arena multilateral os países tenham o mesmo poder de barganha ou aqueles que não têm sejam preservados ou salvaguardados desse desequilíbrio interno. A posição do governo brasileiro, nesse sentido, foi acertada, pois eles estavam querendo apostar numa instância multilateral maior, onde se pode exigir maior equilíbrio entre os diferentes países do que apostar em negociações bilaterais ou regionais e sub-regionais e onde o poder de barganha dos países em desenvolvimento é bem menor.
Nesse sentido, se olharmos do ponto de vista do marco dos interesses internacionais, das regras comerciais, do sistema capitalista internacional, o governo brasileiro está jogando corretamente. Não há nada de esquerda nisso. Vejo um olhar bastante pragmático em relação às negociações de comércio. O que há de abertura em relação ao desenvolvimento do Mercosul é a relação com os países da África, com a China e com a Índia. Essa é a novidade importante neste marco do comércio internacional e tem sido líder desse processo. O Brasil vem jogando, depois de muitas décadas, sem ter uma política externa definida, clara e transparente. Pelo menos, nosso governo tem uma política externa bastante clara. Mas é evidente que esse governo defende um interesse que não é do povo, mas sim do agrocomércio e da indústria, que não têm interesses de sustentabilidade ambiental, de geração de emprego, com respeito à dignidade de empregos no âmbito nacional. O cenário é bem complexo. O que fica evidente é que o governo brasileiro tenta se mover de forma mais coerente e explícita possível.
Iara, mas investir no agronegócio hoje não é um tanto retrógrado?
O agronegócio é um grande problema. Nós temos, no Brasil, duas grandes linhas de exploração rural: o agronegócio e a agricultura familiar. A segunda linha deveria ser muito mais valorizada pelo governo. É ela quem resolve o problema de emprego e alimentação do planeta inteiro. Essa é a defesa da China e da Índia e por isso essa Rodada não chegou aonde o Brasil queria. Se há uma saída sustentável e que impacta menos o Planeta frente às mudanças radicais que estamos enfrentando do ponto de vista ambiental, essa saída é a agricultura familiar. Nesse sentido, o agronegócio é conservador, predatório, não resolvendo o problema da fome porque virou commoditie, ou seja, produto de aposta em mercado futuro; em suma, é um dos elementos que está gerando a crise dos alimentos no mundo.
O que está em jogo em Doha é a continuação da divisão internacional do trabalho?
Também. Se pensarmos que a OMC (Organização Mundial de Comércio) hoje, do ponto de vista do mapa das instituições internacionais, é uma das mais importantes organizações, onde o poder está sendo efetivamente disputado no âmbito internacional, não podemos esquecer que a questão do trabalho está colocada dentro desta discussão. Tanto que sindicatos do mundo inteiro estão antenados, olhando para a Rodada Doha com uma atenção especial. No entanto, em Genebra, os grandes sindicatos e articulações sindicais européias, latino-americanas e africanas estavam acompanhando, pressionando seus governos, para que o acordo não fosse feito “a toque de caixa”, para que não se aceitasse qualquer coisa que viesse de parte da União Européia, Japão e Estados Unidos. E foi o que aconteceu.
Se olharmos Doha a partir dos interesses do povo brasileiro, as negociações resultaram num sucesso...
Eu defendo que é melhor não ter acordo do que ter um mau acordo. Como vimos, esse acordo é mau para os trabalhadores brasileiros. Os únicos beneficiários serão aqueles que já são beneficiários pelo sistema internacional de comércio, aqueles que estão atuando de forma predatória. Do meu ponto de vista, foi um sucesso o fato de não ter havido acordo nessa Rodada.
A China passa a assumir um papel de potência a partir das resoluções de Doha?
O importante agora, com a falência na conversação de Genebra, é que ficou evidente que o mapa do poder no da conversação em Genebra. Precisamos considerar que ainda há, nessa falência, um papel importamundo mudou definitivamente. A China e a Índia começaram a jogar o papel frente aos países e as corporações que vem defendendo seus interesses na OMC. Há agora novos atores políticos emergentes que estão disputando esse espaço de poder. A China tem papel fundamental nesse processo. Um bilhão e quase 400 milhões de pessoas num país alicerçado em uma forma política organizada e com capacidade técnica de se inserir no debate do comércio. E a Índia está no mesmo caminho. Foram esses dois países que produziram a falência da conversação em Genebra. Precisamos considerar que ainda há, nessa falência, um papel importante de países como Venezuela, Bolívia, Cuba e Nicarágua. Apesar de serem pequenos atores no comércio internacional, eles amplificam e ecoam a crítica.
A Rodada Doha mostrou que ainda há grande discrepância entre países desenvolvidos e em desenvolvimento?
Exatamente. Discrepâncias abissais e cada vez maiores, porque o poder já não é tão translúcido e explícito, exercitado pelos Estados Unidos e Europa. A Rodada do Uruguai [1] deixou clara a capacidade dos Estados Unidos e Europa se imporem diante do mundo. Agora não. O jogo está um pouco mais complexo. O xadrez agora não tem apenas dois níveis. Não é fácil colocar em harmonia, se é que é possível ter harmonia, ao tentar equalizar os interesses de 153 países que estão ligados à OMC.
A Rodada Doha ainda não acabou, só está em estado de espera...
Evidentemente que outras negociações irão acontecer paralelamente. Os debates continuarão e ninguém vai levantar o dedo para propor a falência total da Rodada Doha, lamentavelmente. Então, o que deve acontecer é que, em setembro, os países voltam a se encontrar e organizar as agendas de forma extensiva, porque vamos ter eleições nos Estados Unidos. Se Obama [2] ganhar, teremos uma mudança substancial na posição estadunidense dentro da OMC e só vão conseguir reativar os processos e articular todas as dificuldades que ficaram penduradas agora em Genebra a partir do ano que vem. Ou seja, temos um ou dois anos seguramente de conversação, porque também é imprescindível ter uma instância multilateral que regule e organize o comércio internacional. Do contrário, entraremos numa barbárie.
Notas:
[1] A Rodada do Uruguai foi iniciada em setembro de 1986 e durou até abril de 1994. Baseada no encontro ministerial de Genebra do GATT (1982), foi lançada em Punta del Este, no Uruguai, seguido por negociações em Montreal, Genebra, Bruxelas, Washington e Tóquio. A rodada transformou o Acordo Geral de Tarifas e Comércio (conhecido como GATT) na Organização Mundial do Comércio (OMC). Uma das principais metas da Rodada do Uruguai foi a de reduzir os subsídios agrícolas. Houve muita discordância entre União Européia e Estados Unidos, que foi apoiado pelo Grupo de Cairns, composto por catorze países. Entre eles estavam Argentina, Austrália e Brasil.
domingo, 24 de agosto de 2008
Doha e o agronegócio
O ciclo destruidor da commodity etanol
O interesse comum para que o etanol possa ser comercializado como uma commodity - produtos primários negociados no mercado internacional pela bolsa de valores- vem sendo discutido entre o ministro de Minas e Energia, Edson Lobão, e o subsecretário de Energia dos Estados Unidos, Jeffrey Kupfer.
Em reunião com Kupfer no dia 5 de agosto, Lobão lembrou que, assim como o Brasil, os Estados Unidos pretendem manter uma política cada vez mais intensa na produção de biocombustíveis.
Os norte-americanos deverão produzir cerca de 34 bilhões de litros de etanol a base de milho este ano. Já a produção brasileira deve chegar a 23 bilhões de litros, extraídos de cana-de-açúcar. Kupfer ressaltou que os dois países têm interesse em tornar o etanol uma commodity. No entanto, o subsecretário não sinalizou a possibilidade de o governo americano reduzir ou eliminar as tarifas para importação do etanol brasileiro.
Os esforços para tornar o etanol uma commodity trarão grandes benefícios para os empresários do ramo. Isso porque a medida impulsiona um imenso e lucrativo mercado: o da retificação, padronização e certificação. Algo muito parecido com o que compreende hoje o mercado das refinarias de petróleo.
Como explica o engenheiro agrônomo Horácio Martins de Carvalho, “para o etanol ser incorporado como mistura no combustível dos diversos países do globo, é preciso que esteja padronizado”, explica.
Bom para poucos. Péssimo para muitos. Horácio Martins aponta que comercialização do etanol como commodity irá exacerbar ainda mais os problemas relacionados à atual estrutura agrária brasileira como a pobreza no campo, a concentração da propriedade, a produção de alimentos e os crimes contra os direitos humanos e trabalhistas.
A intenção é permitir que o etanol seja um produto negociável na Bolsa de Futuros. “Mas para isso, é preciso expandir ainda mais a monocultura da cana, pois o Brasil não pode dizer que vai ofertar 20 milhões de litros em dois anos e não produzir isso. O problema do mercado de futuros é exatamente este: não se pode romper com ele. Nossa estrutura agrária acaba sendo refém desse mercado, como já acontece com a soja, a pecuária, o cacau e outros”, pondera o engenheiro.
Dessa forma, o impacto no preço da terra será grande, pois como explica Horácio, o campo tenderá cada vez mais a ser usado para as plantações de maior rentabilidade, ou seja, as destinadas à exportação, afetando as produções para consumo interno. “Pro capitalismo tanto faz. Ele não está preocupado . Para ele se falta feijão no Brasil, importa-se da África. Até mesmo porque a produção de alimentos no mundo já está concentrada nas mãos de grandes grupos empresariais que produzem em várias partes do mundo. Ou seja, eles importam e eles vendem”, explica.
sexta-feira, 22 de agosto de 2008
Professores se mobilizam por todo país para defender lei que criou piso nacional
A Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação (CNTE) está mobilizando professores de todo o país em defesa da lei que criou do piso nacional da categoria. Elaborada pelo governo Lula e aprovada no Congresso, a lei vem sofrendo ataques do Consed (Conselho Nacional dos Secretários de Educação), que ameaça entrar na Justiça para que Estados e municípios não sejam obrigados a cumpri-la.
Além do piso de R$ 950, a nova legislação prevê que 33% do tempo de trabalho do professor sejam reservados à chamada hora-atividade (para preparação de aulas, correção de provas, desenvolvimento de projetos etc.).
Segundo o presidente da CNTE, Roberto Franklin de Leão, a campanha de mobilização já tem uma série de atividades programadas, entre elas um Dia Nacional de Paralisação previsto para 16 de setembro, todas com o apoio e o engajamento da CUT (Central Única dos Trabalhadores).
A Confederação também está estimulando os professores a promover encontros nas câmaras municipais, nas assembléias legislativas, nas prefeituras e junto aos candidatos a prefeito nas eleições deste ano. “Vamos fazer um esforço para que todos assinem uma carta-compromisso pela implantação da lei”, adiantou Leão.
Ele acredita num forte engajamento da categoria na mobilização, que deve se estender pelos próximos meses. “Existe um sentimento muito grande de repulsa em relação à campanha que o Consed vem fazendo”, avalia.
Leão identifica os governos de São Paulo, Minas Gerais e Rio Grande do Sul como principais articuladores dos ataques à lei. Todos são governados pelo PSDB, o que, segundo ele, “não é coincidência”.
“Na verdade, o posicionamento deles (dos tucanos) reflete uma opção política pela educação de baixo custo, e, portanto, de baixa qualidade, para a população mais pobre, que depende da escola pública. Eles atacam porque querem continuar praticando essa política nefasta para a educação”, acusa o dirigente.
Fim do imposto sindical fortalece sindicatos autênticos
Na véspera da divulgação do projeto de lei que extingue o imposto sindical e cria a contribuição negocial, o presidente da CUT, Artur Henrique, comentou, em entrevista publicada pelo portal da Central (www.cut.org.br) aspectos da batalha que se iniciará no Congresso Nacional e falou sobre o novo cenário que vai surgir.
Artur reafirmou a posição da CUT de reivindicar o envio do PL, mesmo que se outras centrais recuarem do acordo que assinaram. Amanhã, às 10h, acontece reunião no Ministério do Trabalho para tratar do tema. Leia abaixo:
Afinal, o imposto sindical vai mesmo acabar? Houve polêmica com outras centrais na semana passada...
Nossa posição continua a mesma. Queremos o fim do imposto sindical e das taxas confederativa e assistencial – e outras que entidades possam ter criado por aí –, tanto para as entidades que representam os trabalhadores quanto para as entidades patronais. Defendemos a criação de uma contribuição democrática, aprovada em assembléia ampla e previamente divulgada nas bases, condicionada à negociação coletiva. É o que chamamos de contribuição negocial, ou contribuição negociação coletiva. O que houve na semana passada é que a grande imprensa divulgou o acordo pelo fim do imposto, assinado pelos presidentes das seis centrais, com reprodução das assinaturas e tudo, e no dia seguinte alguns dirigentes disseram que não é bem assim, que assinar acordo não significa concordar com os termos do acordo, enfim, acabaram manifestando que, no fundo, esperavam empurrar o acordo com a barriga até que o assunto fosse esquecido.
Há essa possibilidade? Como a CUT vai garantir sua posição?
Amanhã, segundo o cronograma acordado com o governo e também com as outras centrais, o projeto de lei que extingue o imposto e cria a contribuição negocial virá à público e deverá ser enviado ao Congresso. Pelo que já vimos, outras centrais vão querer roer a corda. Então, nossa posição será: o governo federal tem a prerrogativa de encaminhar o PL, então que o faça. Acordo é para ser cumprido, e o ônus de quebra deve ser claramente imputado aos que assinam ‘para inglês ver’. Depois, a disputa será no Congresso Nacional, no convencimento de deputados e senadores. Será uma briga intensa. Quero destacar que essa luta pelo fim do imposto faz parte de uma campanha mais ampla, que é pela aprovação da Convenção 87 da OIT no Brasil, que estabelece autonomia e liberdade sindical amplas. Com a 87, conquistaremos a estrutura sindical que queremos.
O imposto sindical ainda é fonte de sustentação de muitas entidades, incluindo cutistas. Qual o risco de acabar com ele?
Quando foi criado, em 1947, o imposto tinha um papel diferente do que tem hoje. As entidades sindicais eram incipientes, a CLT mal havia sido implementada. Então, tinha de haver alguma forma de sustentação. Mas com o passar dos anos, o imposto passou a ser um dos principais pilares da acomodação dos sindicatos, pois é muito difícil que uma entidade com recursos garantidos, em quaisquer circunstâncias, se empenhe em fazer ação sindical autêntica. O imposto vigorou inclusive durante períodos ditatoriais, em que os governos não tinham nenhum interesse na organização dos trabalhadores, então a acomodação e o atrelamento eram um bom negócio para quem não gostava da democracia. Foi nesse contexto em que a CUT foi criada em 1983, com a aprovação de resoluções pela revogação do título 5 da CLT e a abolição de todas as formas impostas de sustentação financeira, sendo a assembléia de trabalhadores soberana para decidir como arrecadar fundos. Chegamos agora num momento crucial, quando podemos concretizar essa bandeira.
A sobrevivência dos sindicatos ficará ameaçada?
Os sindicatos que nada fazem para suas categorias, que não vão aos locais de trabalho e só arrecadam o imposto, têm mais que acabar mesmo. Sindicatos autênticos, mas ainda dependentes do imposto, terão de se adaptar à nova realidade. O fato é que, com a vinculação da contribuição negocial à existência de ação sindical autêntica, combativa, e de sua aprovação à realização de assembléias, teremos no médio prazo um maior envolvimento dos trabalhadores de base nas atividades de seus sindicatos e o aprofundamento do poder dos sindicatos verdadeiramente representativos, e não o contrário. Quero dizer a nossas entidades filiadas à CUT que enfrentaremos a transição juntos, e dessa forma nos fortaleceremos.
Uma das coisas que a imprensa tem dito é que a negocial pode causar descontos ainda maiores aos trabalhadores.
Essa tática de parte da imprensa para tentar confundir a opinião pública era esperada. O argumento deles é o seguinte: hoje, o imposto equivale a um dia de trabalho por ano do trabalhador assalariado. A contribuição negocial, ainda segundo essa visão, poderá chegar a 1% sobre a remuneração anual desse mesmo trabalhador, ou seja, estaríamos assim preparando uma ‘pegadinha’. É um raciocínio astuto, porém raso, falso. Primeiro porque ignora que, de uma só tacada, milhares, talvez milhões de trabalhadores vão deixar de pagar o imposto com a saída de cena de sindicatos de fachada. Depois, ignora que as assembléias que discutirão a taxa negocial poderão não aprová-la, ou seja, naquela categoria não haverá desconto algum naquele ano. E também finge desconhecer o valor fundamental da democracia, em que todas as categorias poderão, finalmente, dar ou não aval à ação do sindicato que as representa.
Com a Convenção 87 ratificada no Brasil, este princípio democrático será ainda mais radical: se os trabalhadores da base estiverem insatisfeitos com o sindicato, poderão até mesmo criar outro, com concepções diferentes. As cúpulas sindicais perderão poder se não se guiarem pela vontade das bases.
segunda-feira, 18 de agosto de 2008
Resultado final da 1ª fase do desafio NGB
Letícia Farias 26 pontos (Classificada para 2ª fase)
Lorena Marques 26 pontos (Classificada para 2ª fase)
Attie Dalboni 23 pontos (Classificada para 2ª fase)
Diandra Santos 22 pontos
Rebeca Queren 22 pontos
Ernande Henrique 22 pontos
Ramon Lacerda 22 pontos
Mykaell Vieira 22 pontos (Não assinou o gabarito)
Karoline Santos 21 pontos
Maysa Lanne 21 pontos
Ewerton Ramon 21 pontos
Muríllo José 20 pontos
Filipe Sávio 20 pontos
Maria Mariana 20 pontos
Ellen Larice 20 pontos
Alexia Jordy 18 pontos
Ingridy de Aparecida 17 pontos
José Ivo 16 pontos
Iury Alencar 16 pontos
Mayara Rodrigues 16 pontos
Matheus Lisboa 16 pontos
Felipe Bezerra 16 pontos
Felipe Araújo 16 pontos
Lucas Vilar 15 pontos
Daniel Rocha 15 pontos
Cristovam Oliveira 15 pontos
Gleyce Kerly 15 pontos
Ingrid Alencar 15 pontos
Aline Ranielle 15 pontos
Éverton Lacerda 14 Pontos
Thiago Wegner 14 pontos
Kyvia Cristina 14 pontos
Otávio Barbosa 13 pontos
Brenyson Melo 13 pontos
Júlia Ferreira 13 pontos
Camila Chagas 13 pontos
Francielle Dantas 13 pontos
Everton Gomes 12 pontos
Luana Machado 12 pontos
Andreza Cristhina 12 pontos
Shayne Priscila 11 pontos
Anna Larissa 10 pontos
Luís Lopes 10 pontos
Shelldon Anderson 10 pontos
Fellipe Bruno 10 pontos
Jefferson Júlio 10 pontos
Evanielly Marianne 9 pontos
Érika carla 9 pontos
Tamyres Alancar 8 pontos
Marcos Augusto 7 pontos
Luciano de Almeida 7 pontos
Ellen Carolyne 7 pontos
Rodrigo Pimentel 6 pontos
Mayse Cavalcante 5 Pontos (Não assinou o gabarito)
Mensagem aos estudantes
Estudantes!
Que lutaram para acabar com a ditadura, pelas eleições diretas, foram valentes e determinados nos protestos contra o desgoverno Collor ajudando na sua destituição.
O Brasil precisa de vocês novamente.
A partir deste momento, 54 estudantes propuseram a escrever sua própria História, aceitando desafios, criando conceitos e protagonizando o espírito juvenil em busca de seus anceios. Todos vocês, merecem o aplauso de uma sociedade que confiam e sabem que irão agarrar com afinco e dedicação a constituição de um Brasil mais justo, fazendo com que os estudantes permanecam como a classe pensante da sociedade.
Uma boa sorte para os que seguem no desafio e para os que seguem em suas conquistas!
Link da notícia no maltanet de Santana do Ipanema: http://www.maltanet.com.br/noticias/noticia.php?id=819
Gabarito disponível em:
http://www.viagemdoconhecimento.com.br/GABARITO_1_FINAL.pdf
sábado, 16 de agosto de 2008
Desmatamento da Amazônia cai 60% em julho, confirma Minc
O ministro do Meio Ambiente, Calos Minc, confirmou nesta sexta-feira (15) a redução de 60% no desmatamento da Amazônia no mês de julho deste ano, em relação a junho, conforme ele havia antecipado nesta semana. Na comparação com julho do ano passado, a queda é maior, ficando entre 60% e 70%. No entanto, os números oficiais sobre a devastação na região só serão anunciados pelo Instituto Nacional de Pesquisas Especiais (Inpe) no final do mês.
Minc disse que parte dessa queda pode ser atribuída ao aumento da fiscalização, com a atuação mais intensa do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), com o reforço das presenças do Exercito e da Aeronáutica na região e com a estratégia de fiscalização nos entroncamentos rodoviários. Ele também citou como causa da redução do desmatamento os diversos acordos feitos pelo Ibama com setores produtivos.
“Nós temos o que comemorar. Em julho, que é um mês terrível por ser de estiagem, nós tivemos uma queda no desmatamento de praticamente 60% em relação ao mês anterior”, disse Minc. “Uma coisa importante", acrescentou, "foi que nós fizemos acordos com os setores produtivos: fizemos acordo com o setor da soja, simplificando licença, avançando com o zoneamento ecológico. Eles não vão mais comprar soja de áreas desmatadas da Amazônia”.Minc ressaltou também o acordo feito com o setor exportador de madeira que atua na Amazônia e que só vai comprar madeira certificada.“Mas para isso nós vamos também dobrar a disponibilidade da madeira certificada para o setor, porque você não desmonta o tráfico da madeira ilegal sem aumentar a oferta da madeira originada de plano de manejo.”
Acordo semelhante, lembrou o ministro, foi feito com a Vale com relação ao minério de ferro. “A empresa não mais vai vender minério para carvoarias que estejam embargadas pelo Ibama”.
Na avaliação do ministro, porém, só a fiscalização não resolverá o problema do desmatamento na Amazônia. “Essa idéia do consumidor entrando na educação ambiental também é importante. Nós queremos exatamente fortalecer essa questão da consciência ambiental. É preciso fortalecer essa idéia, porque não é com o fiscal do Ibama e da Polícia Federal que você diminui o desmatamento da Amazônia.”
As declarações do ministro do Meio Ambiente foram dadas na sede da Petrobras, no centro do Rio, onde ele participou da solenidade de lançada da nova etapa do Programa Petrobras Ambiental.
Agência Brasil
quinta-feira, 14 de agosto de 2008
Estudantes do Colégio Cenecista Santana participarão do I Desafio National Geographic Brasil
Estudantes das redes privadas, públicas, cenecistas e cooperadas estarão realizando amanhã, dia 15 de Agosto, as provas da primeira etapa do I Desafio National Geographic Brasil (Viagem do Conhecimento) promovida pela revista e editora Abril. Em Alagoas, 44 instituições de ensino estarão realizando a prova durante o dia de amanhã. A prova conta com 30 questões de múltipla escolha que abordarão questões sócio-econômicas, cultural, ambiental, turísticas constituidas no cotidiano brasileiro e que contribuem para o desenvolvimento atrelado a sustentabilidade ambiental. Avançam a 2ª fase apenas 5% dos estudantes de cada escola.
Em Santana do Ipanema, os estudantes do 8º ano, 9º ano e 1ª série do ensino médio do Colégio Cenecista Santana irão representar a comunidade estudantil na Viagem do Conhecimento. Os estudantes vem se preparando com dedicação e afinco e chega ao desafio querendo demonstrar tudo que sabem e o que acumularam durante todo esse período. A prova na instituição será realizada a partir das 13:30h e se estederá até às 16:00h.
Informamos abaixo as próximas etapas do concurso bem como suas respectivas datas.
Fase Local
11 de agosto – A partir deste dia todos os professores cadastrados poderão fazer
o download da primeira prova do Desafio National Geographic 2008. Esta
prova é composta por 30 questões de múltipla escola mais um gabarito de
respostas. É missão da escola reproduzir a prova em sua integridade e aplicá-la a
seus alunos. Lembre-se: só podem participar estudantes matriculados entre o
oitavo ano do Ensino Fundamental e a primeira séria do Ensino Médio. Não há
exceções.
15 de agosto - Aplicação da primeira prova (fase local) na própria escola no
horário mais conveniente para a unidade escolar.
18 a 22 de agosto – Cada escola deverá fazer a correção de todas as provas.
Importante: somente 5% dos estudantes participantes melhores classificados de
cada escola avançam à fase regional. Cabe a cada professor indicar esses
estudantes em uma ficha virtual que será disponibilizada na área reservada do site
e escolher a sede regional em que farão a segunda prova (fase regional).
Fase Regional.
27 de setembro – Realização da segunda prova (fase regional) em diversas
sedes distribuídas pelo Brasil. Esta prova será composta por cerca de 20 questões
de múltipla escolha e uma prova escrita. Todos os estudantes que vão participar
da fase regional devem providenciar seu histórico escolar referente ao Ensino
Fundamental II, incluindo os resultados do ano em que estão cursando hoje.
20 de outubro – Divulgação da lista dos semifinalistas e solicitação do histórico
escolar de todos os participantes. Históricos escolares que não chegarem à
Comissão Organizadora em São Paulo no prazo estipulado implicará na eliminação
do respectivo aluno do concurso.
22 de outubro – Data limite para postagem do histórico escolar no Correio como
carta registrada.
27 de outubro – Divulgação da lista dos 40 estudantes que participarão da fase
final em São Paulo.
Fase Final
6 de novembro – Chegada a São Paulo e hospedagem em hotel designado pela
Editora Abril.
7 de novembro – Prova de múltipla escolha. Definição do tema de estudo para
apresentação oral em grupo.
8 de novembro - Atividade de campo e produção de texto individual.
9 de novembro – Apresentação em grupo e premiação.
domingo, 10 de agosto de 2008
Entrevista a revista Teoria e Debate - Milton Santos 1999
por José Corrêa Leite*
Milton Santos é geógrafo, professor da Universidade de São Paulo e autor de mais de quarenta livros. Um dos intelectuais brasileiros de maior projeção internacional, vem realizando importante reflexão sobre as conseqüências da globalização para a humanidade, que foi sistematizada em seu livro A natureza do espaço: técnica e tempo, razão e emoção, que recebeu o Prêmio Jabuti de 1997
O senhor sofreu uma influência importante do existencialismo sartriano na sua formação?
Com certeza. A leitura que pude fazer de Sartre ajudou muito na minha produção geográfica.
Quais figuras o senhor destacaria como importantes para a produção de sua obra?
Primeiro os clássicos, que aprendi no ginásio: Aristóteles, Platão, Leibnitz, Whitehead. É evidente que Marx teve um papel destacado. E também Henri Lefèbvre, embora eu o considere mais fácil do que Sartre e por conseguinte menos instigante, menos provocativo.
Quando o senhor fez o doutorado na França, teve contato com essas pessoas?
Não, o contato que tive com o grupo de Sartre foi depois, a partir de 1964. As idéias que exponho atualmente apareceram em embrião há vinte anos em um artigo na revista Les temps modernes.
E dos intelectuais que pensam a condição do Brasil, o senhor destacaria alguém?
Não poderia deixar de mencionar Josué de Castro, Celso Furtado, Darcy Ribeiro, Florestan Fernandes, Caio Prado Jr.
O senhor registraria uma ruptura entre a reflexão empreendida no diálogo com essas figuras, que marca toda sua contribuição anterior para a renovação da geografia e sua reflexão mais atual? Confrontando Por uma geografia nova e A natureza do espaço me passa a idéia de um movimento de renovação intelectual muito grande e consistente.
É difícil falarmos de nós mesmos, mas pouco a pouco já vinha se dando, na minha obra, uma separação das prisões do empírico e a busca de uma construção mais filosófica. Quando escrevi Por uma geografia nova, vivia fora do país há muito tempo e a partir de um certo momento não conhecia mais o Brasil, porque o país mudou muito depois de 64, tanto em termos de materialidade como de relações sociais. Então, a filosofia era o único refúgio para mim, a única forma de continuar vivendo. O Brasil se distanciava e havia a incapacidade de apreender intelectualmente os outros países onde trabalhei e sobre os quais escrevi muito pouco. Escrevi um pouco mais sobre a Tanzânia, sobre a África Ocidental, porque era uma história capitalista menos complexa e com as similaridades dadas pela condição de Terceiro Mundo, questão que era central na minha base teórica. Isso me levou a Por uma geografia nova, que era expressão de uma linha de duplo combate: em relação aos meus colegas do Norte e em relação ao Brasil, onde eu estava pisando de volta.
Aí eu passei quinze anos trabalhando na preparação desse outro livro, A natureza do espaço, no qual queria mostrar que a geografia também é uma filosofia. Eu tinha uma inconformidade com a minha disciplina e com o que havia escrito antes sobre ela. Empreendi então a fundamentação da idéia de que a geografia é uma filosofia das técnicas. E como tal, ela somente podia se tornar teórica com a globalização, porque antes não havia técnicas planetárias e a universalidade dos filósofos não havia se tornado empírica. Acho que a minha pequena contribuição à filosofia é a idéia de universalidade empírica, que só podia brotar da cabeça de um geógrafo, vendo como os lugares se tornaram parecidos, na sua enorme diferenciação, com a globalização. Mas o que eles têm de parecido não são só os vidros fumês das grandes cidades. Essa psicosfera tem uma base técnica, a produção, as condições de vida das pessoas. Eu tive essa idéia da geografia como filosofia das técnicas há 35 anos. Mas esta elaboração só podia se tornar concreta e sistematizada num livro com a globalização. Aí é visível a inseparabilidade do individual e do universal, através do lugar e do mundo.
Em alguns textos meus de mais de vinte anos já aparece a palavra globalização. Mas acho que como fruto dessa solidão enorme que foi minha trajetória, a partir da ausência da condição cidadã, porque não estava no meu país, estava longe do embate político e incapaz de participar dele. E absolutamente convencido de que era por meio das idéias que poderia ter um papel. Isso me facilitou a decisão de não participar da vida partidária quando voltei. Eu tinha a certeza de que um dia os intelectuais iam ter voz no Brasil. E hoje estou orgulhoso e feliz de poder participar do debate político, sem nenhuma vinculação a partidos, ainda que não esconda as minhas simpatias, que vão para o seu partido.
Esse tratamento da geografia, que permite retirar as contribuições que ela pode oferecer para a ação política, significa abordá-la de forma interdisciplinar?
A interdisciplinariedade não se produz a partir das disciplinas. Ela se produz a partir das metadisciplinas. Eu converso com os outros colegas a partir da minha filosofia e da deles. Mas não da minha disciplina. Se eles não tiverem a filosofia, se eles não forem capazes de produzi-la, não há possibilidade de diálogo.
Outro problema é que a filosofia não está sendo capaz de ajudar na produção das filosofias particulares. Os filósofos me ajudaram, mas nenhum deles foi capaz de me entregar um esquema. E não podiam. Imagine um filósofo se ocupar de coisa tão boba como a geografia! Mas cada disciplina, olhando a realidade a partir de um prisma, tem, ela própria, sua rede e seus pontos nodais, que formam a rede. E a teoria é uma rede. A teoria não é um conceito solto, é um sistema de conceitos. Então, os filósofos acabam sendo os inspiradores e depois, lá adiante, os fiscais.
Mas cada disciplina tem que elaborar a sua filosofia. No caso da geografia, ela alcançou agora a sua maturidade histórica. Não podia ser antes. A universalidade empírica da globalização, graças a essa onipresença das técnicas da informação, das técnicas da produção, da circulação, do comércio etc. acaba fazendo com que cada lugar se reconheça no mundo. Seria uma forma particular de exercício do mundo. Isso garante essa integração entre lugar e mundo, que é a base de uma teoria geral do mundo, vista a partir de lugares, do universal e do particular, que é a ambição filosófica suprema. E que para nós não era possível antes, na geografia.
Como o senhor vê o processo de globalização?
A globalização é, de certa forma, o ápice do processo de internacionalização do mundo capitalista. Para entender esse processo, como qualquer momento da história, há dois elementos fundamentais a levar em conta: o estado das técnicas e o estado da política.
Há uma tendência em separar uma coisa da outra. Daí muitas interpretações da história a partir das técnicas. E, por outro lado, interpretações da história a partir da política. Na realidade, nunca houve na história humana separação entre as duas coisas. As técnicas são oferecidas como um sistema, utilizado através do trabalho e das formas de escolha dos momentos e dos lugares de uso das técnicas, das combinações entre elas. É isso que fez a história.
Chegamos ao fim do século XX e o homem, por intermédio dos avanços da ciência, produz um sistema de técnicas presidido pelas técnicas da informação. Elas passam a exercer um papel de elo entre as demais, unindo-as e assegurando a presença planetária desse novo sistema técnico.
Só que a globalização não é apenas a existência desse novo sistema de técnicas. Ela é também o resultado dos processos políticos que conhecemos. Com freqüência ouvimos a pergunta: "mas não tem alguma coisa de bom na globalização?" ou "será que é tudo ruim?". A discussão não é essa. A discussão é: há um conjunto, um sistema de técnicas baseado na ciência, e há uma forma de utilizar esse sistema presidida por essa mula-sem-cabeça chamada mercado global. Um mercado global utilizando esse sistema de técnicas avançadas, repito, presididas pelas técnicas da informação, resulta nessa globalização perversa. Isso poderia ser diferente se seu uso político fosse outro. E quando digo uso político, digo uso econômico e cultural, porque neste fim de século tudo se tornou político; a economia é feita a partir da política, a cultura é base para a política e resulta da política. Esse é o debate central, o único que nos permite ter a esperança de utilizar o sistema técnico contemporâneo a partir de outro paradigma.
O senhor tem falado em globalitarismo. Poderia nos explicar esse conceito?
Eu chamo a globalização de globalitarismo, porque estamos vivendo uma nova fase de totalitarismo. O sistema político utiliza os sistemas técnicos contemporâneos para produzir a atual globalização, conduzindo-nos para formas de relações econômicas implacáveis, que não aceitam discussão, que exigem obediência imediata, sem a qual os atores são expulsos da cena ou permanecem dependentes, como se fossem escravos de novo. Escravos de uma lógica sem a qual o sistema econômico não funciona. Que outra vez, por isso mesmo, acaba sendo um sistema político.
Esse globalitarismo também se manifesta nas próprias idéias que estão atrás de tudo. E, o que é mais grave, atrás da própria produção e difusão das idéias, do ensino e da pesquisa. Todos obedecem, de alguma maneira, aos parâmetros estabelecidos. Se estes não são respeitados, os transgressores são marginalizados, considerados residuais, desnecessários ou não-relevantes. É o chamado pensamento único. Algumas vozes críticas podem se manifestar, uma ou duas pessoas têm permissão para falar o que quiserem, para legitimar o discurso da democracia. Só que a estrutura do processo de produção das idéias se opõe e hostiliza essa produção de idéias autônoma e, por conseguinte, de alternativas.
É uma forma de totalitarismo muito forte, insidiosa, porque se baseia em idéias que aparecem como centrais à própria idéia da democracia – liberdade de opinião, de imprensa, tolerância – utilizadas exatamente para suprimir a possibilidade de conhecimento do que é o mundo, do que são os países, os lugares. Eu chamo isso de tirania da informação, que, associada à tirania do dinheiro, resulta no globalitarismo.
Essa tirania da informação se opõe, portanto, à produção de um conhecimento que poderia gerar uma alternativa distinta do mercado à organização desse meio técnico-político?
Creio que sim. Na medida em que o mundo se globaliza, eu apenas posso entendê-lo como um todo. E cada coisa a partir do mundo. Se me retiram a possibilidade de compreender o mundo como ele é, se me bombardeiam todos os dias com informações que não são corretas, estão me tirando a possibilidade de entender não só o mundo como a mim mesmo.
Isso é terrível, porque mata a possibilidade de desenvolvimento de alternativas. Esse mundo globalizado produz uma racionalidade determinante, mas que vai, pouco a pouco, deixando de ser dominante. É uma racionalidade que comanda os grandes negócios, que são cada vez menos numerosos mas cada vez mais abrangentes. Esses grandes negócios são de interesse direto de um número cada vez menor de pessoas, embora a maior parte da humanidade seja concernida por eles. Mas não pode se interessar por eles já que, embora sofra suas conseqüências, não tem condições de interferir.
Mas pouco a pouco essa realidade é desvendada pelas pessoas e pelos países mais pobres. Essa é uma contradição maior. Nós abandonamos as teorias de desenvolvimento, o terceiro-mundismo, que era a nossa bandeira dos anos 50 e 60. A noção política de Terceiro Mundo foi produzida em grande medida graças à existência da União Soviética; se ela não existisse, não haveria essa idéia política.
Todavia, graças à globalização está surgindo uma coisa muito mais forte: hoje é a história da maioria da humanidade que conduz à consciência da existência dessa tercermundização (que de alguma forma inclui também uma parte da população dos países ricos). Há uma formidável contradição em busca dos seus intérpretes, em busca de um discurso mais planetário e também nacional e local. Esse discurso é dificultado por esse pensamento único, mas ele pode se fazer.
Há algo de extraordinário nesse momento da história, que é essa produção limitada da racionalidade capitalista extrema e uma produção ilimitada do que seria a "irracionalidade". A racionalidade é resultado de um controle férreo, mas esse controle joga fora do trabalho que admite controle um grande número de pessoas. Se o trabalho é o lugar da descoberta da situação de cada um, o trabalho no fim do século revela uma possibilidade de fugir ao controle.
A exclusão e as formas de trabalho relativas à exclusão, que chamo de "circuito inferior" – num livro que nunca conseguiu ter voga no Brasil, mas que é muito usado na África e na Ásia, O espaço dividido –, é exatamente uma discussão dessa contradição dentro do sistema capitalista, entre uma visão do trabalho por cima e uma visão do trabalho por baixo. Essa obra tem vinte anos, mas já indicava essa tendência.
O trabalho que é feito pelos pobres, pelos "marginalizados", é portador da liberdade. Diferente do nosso trabalho, que é portador de uma necessidade de enquadramento de cima para baixo, do qual vem nosso sucesso. Esta produção limitada de racionalidade é a mesma produção de menor número de empregos e de atividades ligadas a essa racionalidade. Enquanto que eles chamam de "irracionalidade" outras formas de racionalidade, que criam outras formas de trabalho, essas sim portadoras do novo.
Existe, nesse cenário, possibilidade de desenvolvimento nacional concebido como um processo que integraria nações, como ocorria no momento em que existiam os projetos terceiro-mundistas?
Os ideais universalistas nunca tiveram uma oportunidade tão grande de se afirmar. A construção desse mundo novo, dessa outra globalização se dará por baixo, a partir de cada país e em cada país, e não de cima para baixo.
No caso do Brasil em particular não há saída para a Nação fora de um modelo que possa abarcar a maior parte da população. A noção de desenvolvimento com a qual se trabalha hoje é puramente ideológica, não tem fundamento na busca do bem-estar. Ela não nos diz como vai ser esse bem-estar, não nos diz quanto tempo vamos esperar por isso, não nos indica quais são os vetores que vão ser postos em ação para chegarmos a isso. Acenam de maneira vaga com a retomada do emprego e do crescimento, mas não dizem muito mais. E toda essa formidável produção que existe hoje no Brasil e que impede que o país se torne um vulcão ainda mais explosivo do que já é, tudo isso não é contabilizado como economia. A economia é aquilo que se refere a uma contabilidade imaginosa, imaginária, fruto da ideologia da globalização. Esse é o debate que estou reclamando e para o qual alguns economistas poderiam trazer a sua contribuição.
O que seria a mudança civilizacional necessária para organizar uma outra lógica econômica capaz de abarcar a maioria da população?
Seria deslocar a centralidade do dinheiro em estado puro para o homem. Todo esse debate, quando não há crise, gira em torno do dinheiro em estado puro, o homem sendo um elemento residual. E o homem sendo residual, o território, o Estado-nação e a idéia de solidariedade social também se tornam residuais. O que é privilegiado são as relações pontuais entre grandes atores, cuja lógica escapa a um raciocínio que tenha a menor base filosófica, porque falta sentido ao que fazem.
O regresso à idéia do homem como o porquê de trabalharmos está junto e por conseguinte busca estabelecer formas de convivência. É o que está fazendo falta na formulação dos políticos e de uma grande parcela dos intelectuais. Isso empobrece o debate e impede que avancemos; buscamos soluções dentro de um círculo fechado, dentro dessa racionalidade viciada.
O ponto de partida para se pensar alternativas seria então a prática, a vida, a existência de todos, uma política existencialista. Todos existindo e, por conseguinte, exigentes de respostas às suas necessidades existenciais básicas, redefinidas com a globalização. Voltamos, assim, à idéia do começo: os sistemas técnicos do presente são utilizados para reduzir o escopo da vida humana. Nunca houve na história sistemas tão propícios a facilitar a vida e a felicidade do homem. Descobrimos os sistemas técnicos mais dóceis e doces que já existiram e os empregamos no sentido da perversidade! Nunca a inteligência foi tão necessária para fazer funcionar a técnica como hoje, nunca a inventividade foi capaz de se multiplicar, explorar milhões de possibilidades e todavia só as utilizamos de uma única forma. Porque não há flexibilidade. Está tudo aí, do ponto de vista da materialidade, para que a gente promova um outro mundo. Está faltando o dado político. Mas, de alguma forma, também ele já está surgindo, de baixo para cima. Temos 6 bilhões de pessoas no mundo, mas na realidade 4,5 bilhões não são concernidas por essa globalização.
Num país como o Brasil, a população pobre não tem como participar da globalização e é a primeira a recusá-la. Primeiro porque não tem os meios materiais para isso e segundo pela recusa do trabalho.O trabalho é fundamento da originalidade das soluções. Nós intelectuais temos essa possibilidade, mas as outras pessoas do nosso nível social não têm. Nós, intelectuais, temos mas não queremos. Essa é a coisa nova que está surgindo e da qual os partidos até agora não quiseram tirar partido. Porque recusam o seu papel pedagógico e supervalorizam as preocupações eleitorais. Essa é uma das dificuldades de não se reconhecer a presença de uma outra lógica, contra-hegemônica, se manifestando no dia-a-dia. As pessoas descobrem que são conduzidas e recusam a globalização, pobremente, mas recusam.
Em sua obra, o senhor destaca bastante o papel das idéias nesse fim de século...
Em toda a história do homem havia as idéias. Mas hoje as técnicas são todas precedidas por idéias, enquanto antes não era assim, a ciência não era o que levava às técnicas. A tecnociência representa essa indispensabilidade da ciência num momento em que a própria natureza é um pouco dispensada. A história que estamos fazendo é sempre precedida por uma posição de idéias. As idéias têm um papel-motor e o discurso também. Daí a força da retórica. Creio que não acreditamos bastante na força das idéias.
No caso do Brasil isso é muito claro porque as coisas foram se dando de tal maneira que o intelectual não é apreciado. Vivemos num país que ainda não elaborou seu código de aceitação, de apreço do intelectual. Porque ele é queimado rapidamente e "se dá" àquele deputado, senador ou ministro, terminando por se tornar incapaz de exercer seu papel de crítica, que é o papel central do intelectual. De crítica e de apego aos que estão por baixo.
Pode-se dizer que hoje abandonamos a idéia de natureza, com o ser humano cada vez mais vivendo no meio por ele produzido?
É curioso que neste fim de século, com a globalização, a natureza tenha ganho tantos holofotes, mas não é gratuito. Quando temos uma globalização totalitária, utilizando um arsenal de técnicas extremamente poderoso, a natureza é atacada com muita dureza. Ao mesmo tempo, a sociedade que era contida pela natureza nos primeiros milênios, hoje é quem contém a natureza. O que quero dizer é que cada pedaço de natureza vale pelo seu valor social, se tornou global.
A Amazônia é muito diferente nos anos 20, 60 ou 90 em função do uso efetivo, potencial, ou imaginado, desse pedaço de natureza. Então, ao mesmo tempo em que é verdade que os agravos à natureza se amplificaram, é também verdade que não posso interpretá-los fora do quadro da universalidade hoje dado pela globalização.
Esse é o problema central que eu gostaria que perturbasse um pouco o trabalho dos ecologistas, que nem sempre estão abertos a essa discussão. Eles se tornam muito naturalistas, frente a um dado cujo entendimento é apenas possível a partir da história. Numa cidade como São Paulo, o trabalho é a inteligência da inteligência. Porque o que está aí é tudo inteligência e nós não trabalhamos sobre a natureza. Mas o marxismo renitente, não renovado, insiste ainda na idéia de que a história é feita da relação do homem com a natureza, quando na verdade ela é toda mediada pelas idéias e pelo meio técnico-científico.
Mas o senhor destaca que as alternativas estão sendo construídas a todo momento à nossa frente!
E não as vemos em função do nosso aparelho epistemológico. Todos somos de tal maneira subordinados à episteme norte-ocidental, que temos enorme dificuldade para pensar diferente. Esse é um problema para as ciências sociais latino-americanas e brasileiras. São por demais escravizadas pelo paradigma do Norte e pela política que daí decorre.
Nunca pensamos o mundo a partir da América Latina. Quem entre nós, intelectuais, pensou o mundo? A gente pensa Europa, Estados Unidos e exclui a África e a Ásia. A própria construção territorial da realidade nos escapa com muita freqüência na nossa elaboração intelectual. Essa é a realidade que cobra de nós uma outra epistemologia.
Sua obra enfatiza que o território é o local onde os seres humanos podem ter uma vivência integrada. Mas hoje a globalização o fragmenta e impede essa vivência. Qual a importância da idéia de território para se construir uma alternativa a esse processo de fragmentação?
O território tanto quanto o lugar são esquizofrênicos, porque acolhem os vetores da globalização, que passam por eles para impor essa nova ordem – que eu espero seja passageira. Mas, de outro lado, produz-se a partir de cada lugar a contra-ordem, porque há uma produção acelerada de pobres, excluídos, marginalizados, isto é, de pessoas que não têm como se subordinar permanentemente à racionalidade hegemônica e que estão juntas, como parte de uma vizinhança. Em alguns filósofos, sobretudo em Sartre, essa categoria de vizinhança surge autorizando manifestações da emoção que adoçam o rigor do pragmatismo na busca da sobrevivência.
Temos, na base da sociedade, um pragmatismo mesclado com a emoção a partir dos lugares e das pessoas juntos. Esse é hoje o mecanismo de insurreição em relação à globalização, essa descoberta de que somos outra coisa e podemos continuar sendo outra, ainda que mudando todos os dias. E com esse número de pessoas aumentando em um espaço reduzido e fazendo todo dia a descoberta da sua incompatibilidade com o que está aí. Elas têm dificuldade de exprimir essa inconformidade, em função do peso do discurso que todos os dias atravessa a vida de todo mundo.
O subtítulo de A natureza do espaço faz referência a essa distinção. É opondo técnica e tempo, que estão juntos, e razão e emoção, que se opõem, mas também estão juntos. Porque essa razão emotiva, a inteligência emocional de que falam os livros que compramos nos aeroportos, é baseada na vida, na existência.
O senhor procura articular em sua obra um esforço universalista, muito bem concretizado, dialogando muito com questões irredutíveis ao universal...
Essa irredutibilidade hoje é dada, entre outras coisas, pelo corpo e pelo território, os dois grandes irredutíveis do mundo contemporâneo. O corpo é uma herança e, ao mesmo tempo, o depositário da esperança, do futuro, ainda que soframos a pressão do presente. E o território também, porque ele realiza anastomoses, uma palavra da bioenergia, que significa que ele realiza as combinações próprias dele, que fazem com que ele mude em função do global e a despeito do global.
Isso afeta de forma diferente o campo e a cidade?
É outra vez a esquizofrenia do território. A globalização torna o campo muito vulnerável. O campo moderno é obediente, a cidade, não. Esta resiste, inclusive porque, voltando a Marx, o capital físico, fixo, não se moderniza rapidamente, enquanto no campo sim. É por isso que a cidade atrai tanta gente pobre, produz tanta gente pobre e se fortalece do ponto de vista da produção do futuro, da produção política. Porque isso leva a uma produção econômica, a uma produção cultural variável e a uma produção política na cidade. A cidade é um ente econômico cuja existência é menos dependente, seja da globalização, seja do Estado central. É nisso que ela faz renascer a Nação.
Celso Furtado diz que a globalização representa uma interrupção do processo de construção nacional. O senhor destaca o processo de fragmentação do território. São duas facetas do mesmo processo?
Creio que sim. Eu parto do território, o Celso, apesar do seu talento multiforme, parte da economia e da filosofia, porque não é um economista vulgar. Então, são os dois complementares. Há uma fragmentação à medida em que o Estado torna-se incapaz de administrar em conjunto os pedaços do território. Essa administração em conjunto é impossível ao Estado, mas também é impossível aos vetores globais. Cria-se, então, uma desordem no território. A cidade é uma desordem também. Mas ela tem a sua ordem, econômica, cultural, política, olhando de múltiplas formas o futuro.
O campo olha muito mais para o presente. Tenho uma visão otimista, porque creio que a Nação – despedaçada sobre o território como um todo – se refugia nas grandes cidades. E acaba por impor ao país a sua cultura e a política da sua cultura. É uma construção da vontade de ser cidadão e que deverá se materializar em participação política, em uma retomada do processo de construção nacional. Essas são as forças centrípetas.
O processo da globalização, tal como se dá hoje, é centrífugo. Ele é produtor de uma fragmentação crescente em todos os níveis: os jovens contra os velhos, os funcionários públicos contra os privados, uma região contra outra etc. Temos uma multiplicação de fragmentações que se acumulam. Ninguém fala mais do mercado nacional; quando os industriais se reúnem hoje com os operários, eles falam da produção, não falam do mercado nacional. A palavra foi banida do vocabulário.
Teria deixado de existir um espaço de integração nacional que esse mercado propiciava?
Essa ideologia do mercado nacional, que na minha geração era apontada como a grande saída para melhorar a vida de todo mundo, ficou em segundo lugar. Então, os discursos pragmáticos, ainda que aparentemente futuristas, recusam a palavra. Já estamos atingindo os limites do discurso ideológico da globalização e do dinheiro. A imprensa começa a dar estatísticas que não surgiram durante quatro anos. As pessoas começam a não mais considerar o real como um dado isolado e a colocá-lo num sistema. E quando colocamos as coisas num sistema, o nível de consciência aumenta. A primeira reação da população pobre, como qualquer outra, é a do consumo também. Está brigando para ser cidadã, mas primeiro quer consumir. Isto é normal. Depois é que se descobre que não basta consumir, ou que para consumir de forma permanente, progressiva e digna, é necessário ser cidadão. Dizem com desdém: "o pobre quer televisão" – e por que não? Na verdade, um mínimo de consumo é condição indispensável para ser cidadão. Agora, isso deve conduzir a outra organização política do Estado, a outra arquitetura política. O que estamos vendo é uma reforma da Constituição de cima para baixo, para responder aos imperativos do ajuste neoliberal. Mas haverá outra etapa, que é o encontro desses vetores de cima para baixo com os vetores de baixo para cima.
O senhor destacou inclusive a necessidade de outra forma de organização da Federação...
Acho que isso vai acontecer. Meu medo é que não estejamos preparados para o debate, como não estivemos em 1988. Não tínhamos, então, o fundamento "acadêmico" para fornecer aos políticos. Os políticos não são obrigados a ter idéias coerentes, mas nós – intelectuais – somos, e não estávamos em condições de lhes oferecer. O meu medo é que continuemos sem ter esse material para entregar aos sindicatos, às igrejas, aos partidos, aos grêmios etc.
Essa nova forma de organização da Federação partiria dos de baixo, dos excluídos pelo processo da globalização. Quem se comunica pela Internet não são os de baixo. Essa comunicação distante não é própria deles. Os lugares são feitos sobretudo pelos de baixo, são eles que se comunicam nos lugares, são eles que estão reclamando alimentação correta, saúde, educação para os filhos, lazer, informação e consumo político – que é uma reclamação também não muito clara, mas que vai aparecer daqui a pouco, a partir de uma base local. Uma nova distribuição de atribuições, de recursos, a consideração dos novos direitos que a globalização e suas técnicas levantam, uma nova idéia de democracia, tudo tem que ser retrabalhado a partir de lugares.
A política local hoje não é obrigatoriamente caipira. Antes da globalização, nas fases em que os lugares não se comunicavam, em que os lugares eram locais mas não globais como hoje, as visões eram caipiras, ou tendiam a ser provincianas. Hoje não, podemos ter todas as visões, mundial, nacional, local, a partir do lugar. São condições que o mundo da globalização oferece para essa reforma política e que não eram possíveis antes. São fenômenos como essa multiplicação de telefones, rádios, imprensa local, as dezenas de revistas como a sua, que encontram clientela, seguidores.
Essa nova arquitetura política teria como referência o terreno local das grandes metrópoles?
Em parte. Mas as cidades médias são porta-vozes igualmente importantes dessa esquizofrenia. Porque elas recebem de fora as instruções para acorrentar os que trabalham em suas regiões e ao mesmo tempo elas transmitem demandas, inclusive aquelas que vêm do fato de as pessoas não entenderem mais os processos onde estão inseridas. O produtor de frango faz o frango como a Sadia manda fazer, mas não entende porque fica pobre, porque não cresce. Daí essa demanda de compreensão que a cidade intermediária de alguma maneira fornece, através de veículos de imprensa transversais como o seu, como Caros Amigos ou Carta Capital, como de certo modo a República. A materialidade que o mundo da globalização está recriando permite um uso diferente daquele que era o da base material da industrialização.
A informação e as indústrias da informação exigem mais inteligência, permitem mais flexibilidade e com pouco recurso você comunica, pode ter uma Internet democratizada. É por isso que sou otimista em relação ao potencial emancipador dos meios técnicos utilizados a partir da política de baixo. A política dos de baixo não é a do ministério reunido ou a do comitê central dos partidos. São as pessoas vivendo, existindo e falando umas com as outras, pessoas que têm necessidade da codificação e da síntese política em novas instituições.
Nós estamos fazendo aqui uma síntese política que não é comprometida com nenhum partido. São dois momentos políticos: um do intelectual público, outro dos partidos. O intelectual público é cada vez menos o intelectual cosmopolita, internacionalizado. Este está ameaçado de apodrecimento, porque é sempre obrigado a ceder, a não se aprofundar, a aceitar uma linguagem mais racional, enfim, a ser traduzido. Enquanto o intelectual público tem um discurso forte, um discurso político. E aí vêm os partidos, que correspondem a outro momento, o momento da conversa orientada, da discussão medida, do acordo, do encontro, da votação. Nosso trabalho é sermos radicais. E o político tem como seu trabalho central negociar. O problema é que, por enquanto, não há como os intelectuais e os partidos trabalharem no mesmo terreno.
Uma síntese política tem que ocorrer também no Estado, porque em última instância novas relações têm que se materializar em organização político-jurídica, no sentido estatal. E isso implica em cristalização de correlação de forças, mudança de instituições. Uma mudança profunda. Uma coisa que me choca é que percebo, pelos contatos obrigatórios com as empresas, que elas legislam mais fortemente o meu cotidiano do que o Estado.
A noção de democracia, de cidadania, tudo isto tem que ser revisto. Essa discussão de mudança do Estado, sem discutir como o poder se exerce, é vazia. Nos venderam a idéia de que as empresas são a economia e o Estado é o poder. Não é nada disso, as firmas são o poder.
Quando a Sadia estabelece uma rede de fornecedores, ela está mudando a economia dessa parte do território, estabelecendo novas relações societais. Ela está imprimindo uma direção aos orçamentos públicos.
Não estamos discutindo no Brasil essas questões, ou em todo caso, não temos trabalhado de maneira sistemática para oferecer os elementos que podem servir de base ao discurso político dos partidos.
Meu grupo de pesquisa está trabalhando, a partir deste ano, sobre o que chamamos de "empresas territoriais", sobre a relação das empresas com o território, estudando como elas acabam governando o território, por sobre os municípios, estados e até mesmo a Federação. Se chegarmos a algumas idéias, não digo nós, mas cem ou duzentos grupos como os nossos, ofereceremos uma radiografia do país, uma contribuição a essa produção de um novo tipo de Estado, com outra forma de organização da economia e outro recorte das atribuições do Estado e das empresas em função do homem e não das próprias empresas. O problema hoje é que tudo é feito para que algumas empresas sejam vigorosas e o homem torne-se residual. Mas se partirmos do território, é impossível excluir o homem, porque o território não exclui ninguém. Estão o rico, o pobre, o negro, o branco, o culto, o analfabeto, a grande empresa, o ambulante, todo mundo junto. Este existencialismo territorial pode oferecer análises úteis para que o especialista da coisa política reelabore.
Essa é a nova geografia que estamos tentando instalar, que é mais complexa e mais humilde também, porque parte das coisas simples. Mas creio que pode ajudar.
*José Corrêa Leite é editor do jornal Em Tempo e membro do Conselho de Redação de TD.
Uma homenagem a MILTON SANTOS - Biografia resumida
O Prof. Dr. Milton Santos (Milton de Almeida Santos ou Milton Almeida dos Santos), nasceu em Brotas de Macaúbas, no interior da Bahia, no dia 03 de Maio de 1926. Geógrafo e livre pensador brasileiro, homem amoroso, afável, fino, discreto e combativo, dizia que a maior coragem, nos dias atuais, é pensar, coragem que sempre teve. Doutor honoris causa em vários países, ganhador do prêmio Vautrin Lud, em 1994 ( o prêmio Nobel da geografia), professor em diversos países (em função do exílio político causado pela ditadura de 1964), autor de cerca de 40 livros e membro da Comissão Justiça e Paz de São Paulo, entre outros.
O Prof. Milton Santos formou-se em Direito no ano de 1948, pela UFBA (Universidade Federal da Bahia), foi professor em Ilhéus e Salvador, autor de livros, que surpreenderam os geógrafos brasileiros e de todo o mundo, pela originalidade e audácia: "O Povoamento da Bahia" (48), "O Futuro da Geografia" (53), "Zona do Cacau" (55) entre muitos outros. Em 1958, já voltava da Universidade de Estrasburgo, da França, com o doutorado em Geografia, trabalhou no jornal "A Tarde" e na CPE (Comissão de Planejamento Econômico-BA), precursora da Sudene, foi preso em 1964 e exilado. Passou o período entre 1964 a 1977 ensinando na França, Estados Unidos, Canadá, Peru, Venezuela, Tânzania; escrevendo e lutando por suas idéias. Foi o único brasileiro e receber um "prêmio Nobel", o Vautrin Lud, que é como um Nobel de Geografia. Outras de suas magistrais obras são: "Por Uma Outra Globalização" e "Território e Sociedade no Século XXI" (editora Record) .
Milton Santos, este grande brasileiro, morreu em São Paulo-SP, no dia 24 de Junho de 2001, aos 75 anos, vítima de câncer.
quinta-feira, 7 de agosto de 2008
II Seminário Científico - Teoria Política do Socialismo
PROGRAMAÇÃO
25/08/2008 – Segunda-Feira
8h30
Mesa redonda: Marxismo e socialismo no século XXI
Esta mesa deverá tratar de temas teóricos e programáticos, partindo da análise crítica do marxismo do século XX e das experiências políticas que nele se inspiraram (socialistas ou pseudo-socialistas) para avaliar as possibilidades e caminhos tanto do marxismo como corrente cultural e política, como do socialismo como movimento.
Expositores: Antonio Carlos Mazzeo (Unesp-FFC), Valério Arcary (CEPHET-SP) e Raul Mordenti (Università di Roma 2); Coordenação: Geraldo Magella Neres (Unesp-FFC)
14h00
Sessão de Comunicações 1
18h30
Apresentação de livros e revistas
19h30
Mesa-redonda: Marxismo e movimentos sociais
Esta mesa deverá apresentar uma análise de alguns dos "novos" movimentos sociais classistas, tanto no campo como na cidade, destacando o legado das experiências do século XX e indicando os novos questionamentos que eles apresentam relativamente à economia e ao Estado nesta nova fase da acumulação capitalista.
Expositores:Jair Pinheiro (Unesp-FFC), Maria Orlanda Pinassi (Unesp-FCLAr) e Gonzalo Adrian Rojas (Unicamp-IFCH); Coordenação: Débora Goulart (Unesp-FFC)
26/08/2008 - terça-feira
8h30
Mesa-redonda: Marxismo e militares
Essa mesa deverá apresentar uma análise da inserção do pensamento marxista nas Forças Armadas brasileiras e procurar apreender a atuação à esquerda de muitos de seus personagens e organizações políticas neste processo, temática que está a exigir uma reavaliação.
Expositores: Marly Vianna (Universo - Universidade Salgado de Oliveira), João Quartim de Moraes (Unicamp-IFCH) e Paulo Ribeiro da Cunha (Unesp-FFC); Coordenação: Marcos Del Roio (Unesp-FFC)
14h00
Seminário especial: Attorno a Gramsci
Expositores: Andrea Catone (Università di Bari - Itália) e Raul Mordenti (Università di Roma 2)
16h30
Filme: Adeus Lênin
Debatedora: Célia Aparecida Ferreira Tolentino (Unesp-FFC)
19h30
Mesa redonda: Marxismo e questão nacional
Esta mesa trata da relação entre o marxismo e a questão nacional em perspectiva histórica e avalia a atualidade ou particularidade da questão nacional nesse início século, inclusive a relação possível entre questão nacional e transição socialista.
Expositores: Lucio Flavio de Almeida (PUC-SP), Arlene Clemesha (USP-FFLCH) e Andréa Catone (Università di Bari - Itália); Coordenação: Jefferson Barbosa (Unesp-FFC)
27/08/2008 - quarta-feira
8h30
Mesa redonda: Marxismo e movimento operário
Esta mesa deverá tratar da crise do movimento operário que ocorre a partir das últimas décadas do século passado, discutir as suas origens e razões, assim como enfocar elementos e problemas da atualidade para a sua recomposição, abordando particularmente o vínculo entre marxismo e classe operária.
Expositores: Ramon Peña Castro (UFSCar), Armando Boito Júnior (Unicamp-IFCH) e Marcos Del Roio (Unesp-FFC)
Coordenação: Anderson Deo (Unesp-FFC)
14h00
Sessão de Comunicação
19h30
Mesa redonda: Marxismo e novo internacionalismo
Essa mesa analisa a multiplicidade de manifestações políticas e culturais surgidas ou reforçadas desde a virada do século, e que ficaram conhecidas como "antiglobalização". São movimentos de estampo étnico cultural, organizações não-governamentais, movimentos sociais autônomos os mais variados (que tendem a se encontrar no FSM). A questão a ser enfocada é a capacidade de o marxismo explicar esses fenômenos e de incidir sobre eles do ponto de vista cultural e político.
Expositores: Eliel Machado (UEL), Carlos Montanõ (UFRJ) e Gilberto Lopez y Rivas (INAH -Instituto Nacional de Antropología e Historia, México); Coordenação: Alex Hinsebeck (UEM-Maringá/PR)
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Prazo para entrega de trabalho(s):
Até 18 de agosto de 2008
Informações e inscrições:
II Seminário Científico - Teoria Política do Socialismo
SAEPE | (14)3402-1303
saepe@marilia.unesp.br
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Coordenação Geral
Marcos Del Roio (Unesp)
Comissão Organizadora
Anderson Deo, Antonio Carlos Mazzeo, Débora Goulart, Geraldo Magella Neres, Jair Pinheiro, Marcos Del Roio, Maria Orlanda Pinassi, Paulo Ribeiro da Cunha
Comissão científica
Antonio Carlos Mazzeo (Unesp), Domenico Losurdo (Università di Urbino, Itália), Célia Aparecida Ferreira Tolentino (Unesp), Fátima Cabral (Unesp), Isabel Maria Loureiro (Unesp), Jair Pinheiro (Unesp), João Quartim de Moraes (Unicamp), Lincoln Secco (USP), Marcos Del Roio (Unesp), Maria Orlanda Pinassi (Unesp), Marly Vianna (UFSCar), Paulo Ribeiro da Cunha (Unesp)
Promoção
Departamento de Ciências Políticas e Econômicas; Grupo de Pesquisa Cultura e Política do Mundo do Trabalho; Instituto Astrojildo Pereira – IAP; Programa de Pós-Graduação em Ciências Sociais: Linha Trabalho e Sociabilidade
Apoio Técnico
Escritório de Pesquisa
SAEPE
STI
AE 05/08/2008
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quarta-feira, 6 de agosto de 2008
CUT apresenta propostas para tornar mais justa a tabela do Imposto de Renda
A Central Única dos Trabalhadores (CUT), que realiza nesta semana a sua 2ª Plenária Nacional, apresentou nesta quarta-feira (6), durante entrevista coletiva em São Paulo, propostas para mudança da estrutura da tabela do Imposto de Renda da Pessoa Física (IRPF).
A CUT propõe a adoção do princípio da progressividade para que a política tributária do país seja mais justa e eficaz. “Cidadãos de renda mais elevada devem pagar proporcionalmente mais impostos do que os cidadãos de menor renda”, diz o documento apresentado pela central sindical.
Como um dos principais instrumentos de distribuição de renda da nação, a direção nacional da CUT defende que a política tributária brasileira deve ter as suas regras revisadas a partir desse princípio.
Confira a íntegra do documento divulgado na tarde desta quarta-feira pelos dirigentes cutistas:
Propostas da CUT para novas regras no Imposto de Renda Pessoa Física (IRPF)
A política tributária é um dos principais instrumentos de distribuição de renda de uma nação. Para que essa política seja justa e eficaz, é necessário um sistema tributário que tenha como um dos seus princípios a progressividade. Isto é, os cidadãos de renda mais elevada devem pagar proporcionalmente mais impostos do que os cidadãos de menor renda.
Este princípio está presente no parágrafo 1º do artigo 145 da Constituição Federal, que diz: “os impostos terão caráter pessoal e serão graduados segundo a capacidade econômica do contribuinte (...)”. Para a CUT, ele deve nortear a revisão das regras do IRPF.
Assim, as propostas da CUT para a estruturação de novas regras para o IRPF são:
1-Ampliar o número de faixas do IRPF, de modo a recuperar o caráter progressivo desse imposto, tal qual verificado em outros momentos da história do País.
2-Aumentar o limite de renda tributável isenta do IR, com vistas a permitir a elevação da renda disponível das famílias de baixa renda.
3-Diminuir a alíquota da 1ª faixa de contribuição.
4-Atualizar anualmente a tabela do IRPF conforme o índice de inflação.
5-Considerar como rendimentos não tributáveis os recebimentos de aposentadorias e pensões pagas pelo INSS ou Regimes Próprios de Previdência, até o teto definido para o Regime Geral de Previdência Social.
6-Estabelecer que os ganhos oriundos do 13º Salário, que atualmente tem tributação exclusiva, passem a incorporar a remuneração anual possibilitando assim a restituição do imposto recolhido sobre ele, quando devida.
7-Aumentar os valores mensais de dedução de gastos com dependentes.
8-Elevar o limite individual anual de dedução das despesas com instrução do contribuinte e/ou de seus dependentes.
9-Deduzir todas as despesas com educação própria e dos dependentes.
10-Deduzir os gastos com medicamentos de uso contínuo, mediante comprovação.
11-Deduzir os gastos com próteses ortopédicas, equipamentos para deficiência e equipamentos de suporte a vida (tal qual marca-passo).
12-Retornar a dedução dos aluguéis até um limite a ser definido como mínimo para garantia do direito à moradia, bem como a incorporação a esses gastos os pagamentos de taxas incluídas no valor da moradia, tais como condomínio.
13-Eliminar o limite de desconto das contribuições previdenciárias do empregador ao INSS quando da formalização do empregado doméstico.
14-Deduzir mensalmente os valores gastos com saúde, educação e previdência complementar, tal como acontece com as deduções com dependentes.
Com vistas a viabilizar o debate em torno dessas propostas e a sua futura transformação em decisões governamentais, a CUT defende a instauração de um espaço de negociação na qual participe os representantes dos trabalhadores, conforme acordado em 2006 no acordo do Salário Mínimo e reajuste da tabela do IRPF.
Central Única dos Trabalhadores
Casal treina corpo técnico para combater perdas
A Companhia de Saneamento de Alagoas (Casal), empresa vinculada à Secretaria de Estado da Infra-Estrutura, trouxe a Maceió um dos maiores especialistas brasileiros em operação de sistemas de abastecimento de água, o consultor Mário Augusto Baggio, a fim de treinar funcionários da companhia para enfrentar um dos seus maiores desafios: combater e reduzir as perdas nos sistemas de abastecimento de água.
O curso "Diagnóstico de perdas de sistemas de abastecimento de água", destinado a diretores, assessores, gerentes e outros líderes das áreas comercial e operacional da Casal, foi aberto nesta segunda-feira (04/08), na Gerência de Suprimentos da Casal,
Até a próxima quarta-feira, quando se encerra o curso, os participantes aprenderão a identificar as causas fundamentais que provocam o efeito perdas de água e a propor planos de ação com vistas a trazê-las a níveis economicamente viáveis.
O treinamento, que faz parte do planejamento estratégico da companhia, é uma iniciativa fundamental no processo de soerguimento da Casal, conforme explicou o presidente da empresa, Jessé Motta, durante a abertura do curso. Segundo ele, não vão faltar instrumentos para que os colaboradores - dirigentes e funcionários - possam preparar-se para os novos desafios.
Além do curso sobre perdas, a Casal realiza um seminário de integração e mudança, com a participação de lideranças das diversas áreas da companhia. Todas essas iniciativas estão inseridas no Programa Estratégico de Gestão (PEG), lançado oficialmente no dia 30 de julho, durante encontro realizado no Centro Cultural e de Exposições de Maceió e que reuniu cerca de 500 funcionários.
"Disputa eleitoral em Alagoas é 'na bala'", diz secretário de Defesa Social
Para o secretário da Defesa Social de Alagoas, Paulo Rubim, a luta pelo poder político é o que leva os deputados a se envolverem com a pistolagem.
"Em prefeituras e regiões onde estes políticos têm base eleitoral, não há disputa no voto. A disputa é na bala", diz Rubim.
"Nestes municípios nem se criou oposição, não há partido de oposição que forme um líder. Se alguém começa a se manifestar, desaparece."
Para o delegado da Polícia Federal em Alagoas José Sagrado da Hora, a conquista do poder político no Estado está intimamente ligada ao poder econômico, pois os cargos públicos dão acesso aos recursos.
"Em Alagoas, o poder político leva ao acesso a verbas públicas. Tudo se resume ao acesso ao dinheiro. E onde está o dinheiro aqui no Estado? Nas usinas e no poder público", afirma.
O registro das candidaturas para as eleições municipais deste ano mostra que cinco familiares de João Beltrão são candidatos a prefeito no litoral sul do Estado, zona de influência do parlamentar.
Em Coruripe, Marx Beltrão (PMDB), filho do deputado, é candidato à reeleição. Em Feliz Deserto, Maykon Beltrão (PMDB), outro filho do candidato, disputa a prefeitura. Três sobrinhos de Beltrão são candidatos em Penedo, Jequiá da Praia e Piaçabuçu.
Em Minador do Negrão, cidade do deputado estadual Cícero Ferro (PMN), também preso por suspeita de pistolagem, a mulher e a filha dele são candidatas à prefeitura em coligações diferentes. Uma prima de Ferro, adversária política dele, também está na disputa. Ferro é suspeito de ser o mandante da morte de seu primo Jacó Ferro, o que ele nega.
terça-feira, 5 de agosto de 2008
Conheça os 34 selecionados para o curso do PT sobre relações internacionais
As secretarias de Relações Internacionais e de Formação Política do PT concluíram o processo de seleção dos candidatos que farão a experiência piloto do Curso de ensino à distância sobre relações internacionais.
Com base nos critérios estabelecidos pelo edital, foram selecionados 34 cursistas, sendo 17 homens e 17 mulheres. Portanto, quatro cursistas a mais do que o número inicialmente oferecido, num esforço de incorporar o maior número possível de militantes.
Foram selecionadas as seguintes pessoas:
Homens
1.Celso Cordeiro
2.Diego Farias
3.Edtânio Oliveira
4.Estevão Cruz
5.Ícaro Gaspar
6.Jorge Oliveira
7.Kelson Rocha
8.Luiz Marchiori
9.Marco Konopacki
10.Mário Barbosa
11.Ozeias de Almeida Santos
12.Paulo Daltro
13.Tiago Costa
14.José Luíz Vaz de Sousa
15.João Vitor
16.Gilson Gruginsky
17.Raoni Beltrão do Vale
Mulheres
1.Alana Silva
2.Aldenira Sena
3.Ana Cláudia Chaves
4.Andréia Ramos
5.Anselma Sales
6.Claudia Archer
7.Josilma Barroso
8.Kátia Guimarães
9.Lúcia Lima
10.Maria Aparecida de Andrade
11.Maria de Lourdes de Vasconcelos
12.Maristela Pereira
13.Renata Biasoli
14.Rosa Beltrame
15.Cilene Antoniolli
16.Maria Augusta Assirati
17.Renata Rossi