Do Correio Braziliense
O financiamento do setor da saúde pelos governos continua sendo insuficiente no mundo, onde, a cada ano, 100 milhões de pessoas ficam na pobreza por causa dos gastos médicos, de acordo com o relatório anual da Organização Mundial da Saúde (OMS), divulgado ontem. “Nos países onde o financiamento da saúde é assegurado em grande parte pela fatura da atenção médica aos próprios pacientes, os gastos com saúde levam todos os anos 100 milhões de pessoas à pobreza”, diz o documento, apresentado em Berlim.Segundo uma pesquisa da Universidade de Harvard citada pelo relatório, as doenças ou as faturas médicas contribuíram para 62% das falências totais de famílias nos Estados Unidos em 2007, contra 50% em 2001. “Ninguém deveria ser empurrado para a ruína para obter atenção para sua saúde”, afirmou a diretora da OMS, Margaret Chan, citada no comunicado. “É simplesmente inaceitável”,enfatizou, durante uma coletiva de imprensa, David Evans, diretor do departamento de Financiamento dos Sistemas de Saúde da organização.
A OMS considera que uma das melhores formas de evitar essas bancarrotas familiares é o aumento dos níveis do pré-pagamento, através dos quais o paciente fica isento de financiar diretamente a atenção médica. Esse sistema consiste num fundo comum alimentado por taxas e seguros, e é “a base mais eficaz e mais equitativa para aumentar a proporção da população coberta”, afirma Margaret Chan. “Mas o mundo está muito longe da cobertura médica universal”, com a qual se comprometeram os 192 Estados membros da OMS em 2005, lamenta a organização.
Envelhecimento
A OMS reconhece que a pressão financeira ligada à crise e ao envelhecimento geral da população fazem com que cada vez mais as doenças crônicas e os tratamentos caros exijam um aumento dos fundos necessários.No entanto, muitas melhorias em relação a uma cobertura universal são possíveis graças a medidas simples, começando por uma melhor utilização dos recursos, argumenta a diretora da OMS. “Entre 20% e 40% do total dos gastos de saúde são mal utilizados por causa da ineficácia, e por isso uma melhor gestão dos gastos dos hospitais poderia se traduzir num aumento da produtividade de 15%”, segundo o informe.
Além disso, poderiam ser destinados à saúde mais fundos graças a um sistema mais eficaz de taxas fiscais, acrescenta o estudo, que cita uma pesquisa segundo a qual 22 países de poucos recursos poderiam obter US$ 1,42 bilhão suplementares aumentando 50% do imposto sobre o tabaco. Alguns países já deram o exemplo, como o Gabão ou a Tailândia, que puderam criar uma cobertura médica universal paga pelos impostos. No Brasil, há 11 anos o Sistema Único de Saúde oferece assistência gratuita à população.
Mas a OMS admite que os países com poucos recursos não poderão solucionar sozinhos o problema e necessitarão de ajuda dos países desenvolvidos. Se todos cumprirem o compromisso de repassar 0,7% de seu PIB à ajuda pública ao desenvolvimento, 3 milhões de vidas poderão ser salvas até 2015, conclui o relatório.
100 MILHÕES
Total de pessoas no mundo que, todos os anos, vão à falência porque precisam financiar tratamentos de saúde
quarta-feira, 24 de novembro de 2010
Financiamento à saúde insuficiente
terça-feira, 16 de novembro de 2010
CUT/AL avisa que 2011 será o ano das paralisações
A população alagoana pode se preparar para enfrentar uma série de atos públicos, mobilizações nas ruas e paralisações do serviço público. A Central Única dos Trabalhadores (CUT) avisa que a partir de janeiro os servidores estaduais vão retomar as reivindicações para concessão de aumento salarial.
Apesar da promessa feita durante a campanha de que nos próximos quatro anos os maiores beneficiados serão os funcionários públicos, o governador Teotonio Vilela Filho deve se deparar com inúmeras greves já no início do ano que vem.E algumas mobilizações podem até acontecer ainda em 2010. A presidente em exercício da CUT em Alagoas, Lenilda Lima, diz que a entidade discute uma estratégia para pressionar o governo no sentido de resolver as pendências do AL Previdência.
“Estamos dialogando e fazendo o balanço da pauta de reivindicações de todas as categorias. Fazer greve em final de ano não surte efeito, mas a partir do ano que vem vamos para as ruas lutar pelos nossos direitos”, afirmou Lenilda.
A presidente disse que os servidores foram massacrados nos últimos quatro anos e que o mais provável é que a solução para alguns casos seja mesmo as greves. “O cenário não está fácil. Pleiteamos datas-base, cumprimento de leis que o governo nem comenta. O governador mesmo disse que não governa para grupeiros. Com esta declaração ele desqualifica os trabalhadores nas suas legítimas reivindicações”, afirmou.